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Cápsula Orion da NASA foi onde nenhuma nave espacial para humanos conseguiu ir

A missão inaugural do programa Artemis acaba de bater um recorde, graças à cápsula Orion, a nave espacial desenhada para ser tripulada viajou mais longe da Terra. Fê-lo ao atingir o zénite da sua órbita retrógrada distante (DRO), a quase meio milhão de quilómetros da Terra.

As imagens recolhidas são só por si um testemunho único deste feito. As múltiplas câmaras na nave captaram a Lua e a Terra de um sítio nunca viajado. Veja as imagens.


Artemis 1: está dado o passo inicial

A órbita DRO levou Orion a 434.000 quilómetros de distância da Terra. O recorde anterior tinha sido estabelecido pela missão Apollo 13 e situava-se a 400.000 quilómetros do nosso planeta. A órbita DRO faz com que a cápsula contorne o nosso satélite a cerca de 63.000 km de distância, o que levou Orion a alcançar esta nova marca.

A nave, que será tripulada já na próxima missão Artemis, entrou nesta órbita no dia 10 da sua viagem a 25 de novembro e permanecerá em órbita durante seis dias. Logo no início de dezembro, a cápsula começará uma aproximação à Lua para iniciar a sua viagem de regresso, que terá início no dia 5.

 

O regresso mais aguardado e as imagens incríveis da Orion

Há ainda partes muito delicadas da missão pela frente, tais como a reentrada e a aterragem (ou melhor, o mergulho no mar), e a recuperação da cápsula. A chegada de Orion está prevista para 11 de dezembro, quando atingirá as águas do Oceano Pacífico.

A missão tem vindo a documentar a sua abordagem ao nosso satélite, deixando algumas imagens espetaculares com a cápsula e a Lua como protagonistas e com a Terra como ator secundário.

A cápsula Orion está equipada com inúmeras câmaras. Das 24 câmaras que partiram na missão Artemis, 16 foram instaladas na cápsula Orion. O objetivo deste número de instrumentos não é apenas fornecer-nos imagens como estas, mas também documentar exaustivamente uma missão de teste numa cápsula que, num futuro próximo, transportará seres humanos numa viagem em que ninguém esteve antes.

Algumas destas imagens são tiradas das quatro câmaras montadas nas extremidades dos painéis solares da cápsula e apontando na direção da cápsula. Três outras câmaras são montadas no adaptador do módulo de tripulação, apontando em várias direções. Quatro câmaras dentro do habitáculo irão captar, entre outras coisas, as perspetivas dos astronautas que viajariam na cápsula.

Finalmente, algumas das câmaras mais cruciais serão dedicadas a manobras, tais como a câmara para navegação ótica, que verificará o estado do escudo térmico da nave espacial durante a reentrada, e câmaras externas que controlarão a colocação dos para-quedas responsáveis pela desaceleração da nave espacial durante a reentrada e a aterragem.

 

O Futuro da missão Artemis 50 anos depois do Homem na Lua

As futuras missões acrescentarão uma câmara fixa, tal como uma câmara SLR para os astronautas tirarem fotografias e vídeos como entenderem e uma câmara de acoplagem para manobras de aproximação entre Orion e a futura estação orbital lunar, Gateway.

O que não estamos tão certos é do calendário para as futuras missões Artemis partirem para a Lua. As próximas duas missões, uma que colocará os astronautas em órbita lunar e outra que devolverá os humanos à Lua, deverão partir nos próximos anos, possivelmente 2024 e 2026.

Contudo, os numerosos atrasos na primeira missão Artemis, que vão desde problemas de tanques de combustível a furacões, acrescentam incerteza ao calendário do programa que irá devolver os humanos à Lua. É quando nos aproximamos do 50.º aniversário da nossa última passagem sobre o satélite, a missão Apollo 17.

Se quer saber em tempo real onde anda a nave, siga a cápsula aqui.

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