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Auroras boreais avistadas em Portugal? O que se passa com a natureza?

A aurora boreal invadiu os céus da Europa. Contrariamente ao habitual, em que o espetáculo natural de luzes apenas pode ser desfrutado nas latitudes mais a norte, desta vez o fenómeno provocado pela interação do vento solar com o campo magnético da Terra pôde ser visto em vários pontos do Velho Continente, sim, até de Portugal! Mas qual a razão destas auroras tão “baixas”?


Os observadores do céu na Europa tiveram uma surpresa quando as luzes do norte tornaram o céu noturno vermelho, verde e roxo em muitos países, no domingo. Imagens publicadas na Internet mostram o céu noturno em tons vivos de vermelho, verde e magenta na maior parte da Europa.

A chamada “aurora boreal” também banhou de verde, escarlate e púrpura as regiões da Rússia, Ucrânia, Sibéria e dos Urais durante a noite.

Esta noite tive a aurora boreal mais forte que alguma vez vi! Ando atrás delas há quase 6 anos em quase todas as noites de inverno, mas nunca tinha visto o oxigénio vermelho tão forte a olho nu.

Escreveu na plataforma um utilizador do X (antigo Twitter) da Noruega.

O que normalmente é visto mais junto ao círculo polar, como, por exemplo, na Islândia ou Finlândia, foi agora visto mais a sul. Sim, até em Portugal. Segundo testemunhos, no nosso país, a aurora boreal foi avistada na Figueira da Foz.

Quem testemunhou viu um céu diferente do comum. Estava ora verde, ora vermelho!

O que são estes eventos chamados auroras boreais?

A aurora polar, a norte chamada de aurora boreal (nome batizado por Galileu Galilei em 1619, em referência à deusa romana do amanhecer, Aurora, e Bóreas, deus grego, representante dos ventos nortes), é um fenómeno ótico composto de um brilho observado nos céus noturnos nas regiões polares, em decorrência do impacto de partículas de vento solar com a alta atmosfera da Terra, canalizadas pelo campo magnético terrestre.

Este efeito luminoso é dominado pela emissão de átomos de oxigénio em altas camadas atmosféricas (cerca de 200 km de altitude), o que produz a tonalidade verde. Quando a tempestade é forte, camadas mais baixas da atmosfera são atingidas pelo vento solar (cerca de 100 km de altitude), produzindo a tonalidade vermelha escura pela emissão de átomos de nitrogénio (predominante) e oxigénio. Átomos de oxigénio emitem tonalidades de cores bastante variadas, mas as predominantes são o vermelho e o verde.

De acordo com um relatório, espera-se que a aurora boreal seja mais forte este ano do que há pelo menos uma década, devido a um aumento na atividade solar. Portanto, apesar de ser um evento raro, não é anormal que seja visto mais abaixo do que geralmente é.

O Sol, conforme informação do NOAA, deverá atingir o pico do seu 25.º ciclo muito em breve. Quer isto dizer que será mais cedo e mais forte do que o esperado. E isso poderá explicar que nos polos a aurora seja mais intensa do que o normal e que mais a sul dos polos, como na Europa Central e Sul, estes eventos passem também a ser vistos.

Iremos ver mais eventos destes?

Eventualmente, dependendo da maior atividade solar. O Centro de Previsão do Clima Espacial (SWPC) do Escritório Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), nos Estados Unidos, reviu as previsões relativas ao início do pico máximo da atividade solar dentro do atual ciclo do Sol, o Ciclo Solar 25, que começou oficialmente no início de 2019.

Como tal, os organismos referem que a atividade solar aumentará mais rapidamente e atingirá o pico a um nível mais elevado do que o previsto por um painel de especialistas em dezembro de 2019.

A nova previsão indica que o Ciclo Solar 25 atingirá o pico entre janeiro e outubro do próximo ano, com um número máximo de manchas solares entre 137 e 173. Isto sugere uma atividade mais intensa do que o previsto anteriormente, quando foi indicado que o máximo solar seria em julho de 2025, com um número máximo de manchas solares de 115.

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