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Astrónomos decifraram o “ritmo cardíaco” de jovens estrelas

Há estrelas que parece ter vida própria. Nascem, crescem, morrem e na sua caminhada pelo universo deixam descendentes. Algumas têm um “batimento cardíaco” que parece mostrar como estão vivas. Assim, este desafio levou uma equipa de astrónomos a resolver o mistério do pulsar de algumas jovens estrelas em rotação. As variáveis Delta Scuti agora podem ser estudadas com mais detalhes.

Segundo os investigadores, através do barulho dos jovens astros, foi revelado o seu funcionamento interno.


O “bater do coração” das jovens estrelas

Ao ouvir o coração pulsante destes astros, os astrónomos identificaram pela primeira vez um ritmo de vida para uma classe de objetos estelares que até agora intrigavam os cientistas. Segundo Tim Bedding, da Universidade de Sidney, o que anteriormente encontravam eram muitas notas desordenadas que dificultavam o entendimento adequando dessas estrelas pulsantes.

Nesse sentido, a equipa internacional utilizou dados do Transess Exoplanet Survey Satellite da NASA (TESS). Este telescópio espacial é usado principalmente para detetar planetas em torno de algumas das estrelas mais próximas da Terra. Este forneceu à equipa medições de brilho de milhares de estrelas, permitindo que encontrassem 60, cujas pulsações faziam sentido.

Conforme referem, as descobertas são uma contribuição importante para a compreensão geral do que acontece dentro dos incontáveis milhares de milhões de estrelas no cosmos.

Os dados incrivelmente precisos da missão TESS da NASA permitiram-nos cortar o ruído. Agora podemos detetar a estrutura, mais como ouvir acordes interessantes a serem tocados no piano.

Referiu o professor Bedding.

Estes batimentos foram descobertos em estrelas com cerca de 1,5 a 2,5 vezes a massa do nosso Sol. Estas são conhecidas dos astrónomos como estrelas delta Scuti e já se conhecia o seu “bater de coração”, contudo, os cientistas foram incapazes de determinar os padrões claros.

Todavia, foi determinado que o “batimento cardíaco” destes corpos estelares é causado pela movimentação de ondas sonoras, criadas por correntes de convecção dentro do astro e pelo seu campo magnético. Estes dados irão permitir aos cientistas determinar características como a sua idade, composição e temperatura.

 

Astros a uma distância da Terra entre os 60 e os 1400 anos-luz

A equipa relatou a deteção de modos de pulsação de alta frequência notavelmente regulares em 60 estrelas delta Scuti, variando de 60 a 1400 anos-luz de distância.

Precisávamos processar todas as 92000 curvas de luz, que medem o brilho de uma estrela ao longo do tempo. A partir daqui, tivemos de cortar o ruído, deixando-nos com os padrões claros das 60 estrelas identificadas no estudo.

Explicou o investigador.

Segundo as declarações, o interior destes astros já foi um mistério para a ciência. Contudo, nas últimas décadas, os astrónomos foram capazes de detetar as oscilações internas das estrelas, revelando a sua estrutura. Estes dados conseguem-se analisando e estudando as pulsações estelares através de medições precisas de mudanças na emissão de luz.

Estas descobertas foram publicadas na revista Nature.

 

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