Apófis é um asteroide que causou um breve período de preocupação em dezembro de 2004. Na altura, as observações iniciais indicavam uma probabilidade deste poder atingir a Terra em 2029. Posteriormente, com mais cálculos sobre a sua rota, concluiu-se que estava afastada a possibilidade de haver uma colisão com o nosso planeta ou mesmo com a Lua. Entretanto, um astrónomo da Universidade do Havai revelou uma nova e crítica descoberta sobre o Apófis.
Esta rocha de 400 metros, que passará muito perto da Terra em algumas ocasiões durante vários anos, poderá, segundo a Divisão de Ciências Planetárias da American Astronomical Society, colidir com a Terra no ano 2068. Mas…
Asteroide Apófis pode colidir com a Terra
Existem milhões de asteroides que estão perto da Terra ou que, mesmo viajando dos confins do Universo, traçam rotas perto do nosso planeta. Assim, a pergunta não é se um asteroide voltará a colidir com a Terra, mas sim quando isso acontecerá. Nesse sentido, o astrónomo Dave Tholen e a sua equipa, conseguiram detetar que este asteroide em causa, o 99942 Apófis, sofreu um efeito chamado de “aceleração de Yarkovsky“.
Conforme foi explicado, este fenómeno acorre quando uma força muito fraca, mas constante, é aplicada a um objeto devido à radiação térmica não uniforme. Assim, no caso do Apófis, essa força, que não havia sido considerada até agora, é de extrema importância, pois invalida muitos dos cálculos existentes sobre a trajetória do asteroide. Como resultado, as preocupações de um impacto são novamente ressuscitadas a acontecer no ano de 2068.
Aceleração de Yarkovsky ou um descuido que ameaça a humanidade
De facto, este novo dado vem levantar uma nova dúvida referente à exatidão dos cálculos feitos sobre as rotas dos asteroides que ameaçam a Terra. Isto porque todos os asteroides irradiam a energia que absorvem da luz solar na forma de calor para manter o equilíbrio térmico. Contudo, esse processo pode alterar ligeiramente a órbita do asteroide.
Antes de detetar a aceleração de Yarkovsky no Apófis, os astrónomos haviam descartado completamente a possibilidade de um impacto. Mas agora este cenário potencialmente catastrófico é mais uma vez uma hipótese.
Conforme foi devidamente catalogado, de todos os asteroides considerados potencialmente perigosos, o Apófis destaca-se por diversos motivos. A principal delas é que passará muito próximo à Terra no dia 13 de abril de 2029. Nesse dia, o asteroide passará pela constelação de satélites de comunicações que rodeiam o nosso planeta e, segundo os especialistas, será visível a olho nu na Europa, África e Ásia Ocidental.
Em seguida, a rocha afastar-se-á novamente, mas voltará no dia 1 de abril de 2036 e depois em 2068.
Já sabemos há algum tempo que um impacto com a Terra não é possível durante a aproximação de 2029. No entanto, as novas observações obtidas com o telescópio Subaru no início deste ano foram boas o suficiente para revelar a aceleração de Yarkovsky em Apófis e mostrar que o asteroide está a afastar-se de uma órbita puramente gravitacional a uma taxa de 170 metros por ano, o que é suficiente para manter o cenário de impacto aberto em 2068.
Explicou David Tholen, o astrónomo que descobriu o asteroide em 2004.
Atingir o planeta seria como explodir 880 toneladas de TNT
Os cálculos orbitais foram realizados por Davide Farnocchia do Jet Propulsion Laboratory da NASA, que é coautor do estudo. Atualmente, a equipa realiza novas observações para estabelecer o mais preciso possível como a aceleração de Yarkovsky está a afetar a órbita do asteroide e a determinar o seu risco real.
Felizmente, as hipóteses de que o impacto finalmente ocorrerá serão conhecidas muito antes de 2068. Contudo, já no passado, a NASA estimou se ocorresse uma colisão com a Terra, a energia que o Apófis libertaria, seria o equivalente a 880 toneladas de TNT.
Conclusão, segundo o site da NASA (Near Earth Object Program) o Apófis aproximar-se-á a 0.02 raio terrestre, na alta atmosfera, cerca de 120 km do solo (abaixo dos satélites) nos dias 12 de abril de 2068 e 15 de outubro de 2069. Portanto, considerando a janela de impacto, a probabilidade de colisão é muito grande.