O Sol já não estará no pico solar do seu 25.º ciclo, que se iniciou em 2019. No seu lugar poderá já se ter iniciado o clico 26. Possivelmente continuaremos a ter uma estrela agitada, com variações na atividade das manchas, erupções solares e ejeções de massa coronal. Nesse sentido, este novo buraco gigante poderá ser resultado desta atividade cíclica. A curiosidade é o tamanho, 62 vezes maior que a Terra.
Foi detetado um buraco gigantesco com quase 800 mil km de diâmetro foi identificado na superfície do Sol, como mostram as imagens do Observatório de Dinâmica Solar (SDO) da NASA divulgadas na quarta-feira (29). Este buraco está a expelir ventos solares rápidos em diferentes direções rumo ao espaço.
Também chamado de buraco coronal, a fenda com tamanho 62 vezes maior que o diâmetro da Terra liberta enormes quantidades de partículas carregadas que se movem a uma velocidade de 500 km/s.
Estes materiais chegaram ao nosso planeta nesta semana que passou, e, apesar de terem alguma intensidade (erupção solar de classe M6.7), resultaram apenas em vistosas auroras.
Um buraco 62 vezes o planeta Terra
Conforme podemos ver na imagem em cima, o fenómeno aparece como pontos mais escuros nas imagens ultravioletas, uma vez que os gases quentes normalmente retidos dentro dos campos magnéticos do astro celeste começam a escapar, ejetando um fluxo contínuo de protões e eletrões. A sua duração pode chegar a semanas e até meses, diferente das erupções solares.
São estes os buracos no Sol que libertam materiais em direção à Terra e provocam as tempestades geomagnéticas. Dependendo da intensidade, elas podem causar problemas nos satélites, afetando a sua operação, além de impactar sistemas de navegação, as comunicações via rádio e as redes de energia.
2024 trouxe inúmeros auroras boreais
O ano que terminou há algumas semanas foi rico em auroras boreais, algumas em zonas pouco comuns e de substancial intensidade.
Neste caso, a tempestade foi classificada como de intensidade G1, a menor na escala definida pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA). Portanto, a tempestade geomagnética relacionada ao buraco coronal recém-surgido não teve o impacto que outras ocorridas recentemente. Apesar disso, é sempre expectável a exibição de auroras, de acordo com o SpaceWeather.
Formadas a partir da interação dos ventos solares com o campo magnético terrestre, as auroras criam luzes coloridas no céu noturno, exibidas em latitudes mais altas do norte e do sul do planeta.
Conforme referido, estas luzes são o resultado da energia libertada após a colisão entre as partículas do Sol e os gases na atmosfera terrestre.
Há sempre a ressalva que, mesmo prevendo, o clima espacial também está sujeito a mudanças bruscas, assim como acontece na Terra. Portanto, não é possível saber, com exatidão, quando e com que intensidade o planeta vai receber as descargas geomagnéticas.