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Há 9.200 anos a Terra sofreu uma misteriosa tempestade solar que deixou marcas profundas

Uma tempestade solar ou geomagnética é uma perturbação temporária da magnetosfera da Terra causada por uma onda de choque do vento solar que interage com o campo magnético do nosso planeta. Algumas destas tempestades no passado queimaram redes de telégrafos, interromperam a distribuição de energia elétrica e causaram danos com prejuízos de muitos milhares de milhões de dólares.

Estes foram alguns dos eventos que a humanidade conseguiu presenciar. Contudo, há 9.200 anos a Terra sofreu uma misteriosa Tempestade Solar que deixou marcas profundas. Será que se poderá repetir?


Através da análise de núcleos de gelo da Gronelândia e da Antártida, uma equipa de investigação, liderada pela Universidade de Lund, na Suécia, encontrou evidências de uma tempestade solar extrema que ocorreu há cerca de 9.200 anos.

O que intriga os cientistas é que a tempestade ocorreu durante uma das fases mais calmas do Sol – durante a qual acredita-se que o nosso planeta está menos exposto a tais eventos.

 

Tempestade Solar: Sol é a fonte de vida, mas será que pode arrasar com ela?

Conforme sabemos e diariamente presenciamos, o Sol é um pré-requisito para toda a vida na Terra. No entanto, o nosso companheiro que dá vida também pode causar problemas. Quando há forte atividade na superfície da estrela, mais energia é libertada, algo que pode dar origem a tempestades geomagnéticas.

Isso, por sua vez, pode causar quebras no fornecimento de energia e distúrbios de comunicação, podendo afetar atualmente toda a rede de satélites… e não só!

Assim, a humanidade, perante estes dados e com o conhecimento que se tem adquirido nestes últimos séculos, tenta prever as tempestades solares, durante o estudo da atividade da nossa estrela. No entanto, prever as tempestades solares é algo complexo e difícil.

Atualmente, acredita-se que estes fenómenos têm maior probabilidade de acontecer ​​durante uma fase ativa do Sol, ou máximo solar, durante o chamado ciclo das manchas solares. No entanto, o novo estudo publicado na Nature Communications mostra que isso nem sempre pode ser o caso de tempestades muito grandes.

 

Como está o nosso Sol atualmente?

Fazendo aqui um parêntesis no assunto, é importante percebermos em que ciclo está a estrela que banha a Terra de luz e calor.

Conforme falámos na altura, o Sol entrou no ano 2020 no seu 25.º ciclo e os cientistas esperavam que este novo ciclo fosse como o 24.º, compreendido entre 2008 e 2019, que foi bastante calmo. No entanto, o Sol parece estar a acordar do período de silêncio do seu ciclo de 11 anos. Aliás, há vários indícios que este novo ciclo poderá ser menos calmo… mas não se espera nada de “selvagem”!

 

Gelo antigo forneceu uma pista preocupante sobre misteriosa tempestade solar

Os investigadores, depois de retirarem uma amostra profunda de gelo, que data de há muitos milhares de anos, procuraram estes núcleos de perfuração na esperança de encontrar picos dos isótopos radioativos berílio-10 e cloro-36.

Estes são produzidos por partículas cósmicas de alta energia que chegam à Terra e podem ser preservadas em gelo e sedimentos.

Estudamos testemunhos de perfuração da Gronelândia e da Antártida e descobrimos vestígios de uma enorme tempestade solar que atingiu a Terra durante uma das fases passivas do Sol há cerca de 9.200 anos.

Disse Raimund Muscheler, investigador de geologia da Universidade de Lund.

Se uma tempestade solar semelhante ocorresse hoje, poderia ter consequências devastadoras. Além de quedas de energia e danos de radiação aos satélites, pode representar um perigo para o tráfego aéreo e os astronautas, bem como o colapso de vários sistemas de comunicação.

Estas enormes tempestades atualmente não estão suficientemente incluídas nas avaliações de risco. É de extrema importância analisar o que estes eventos podem significar para a tecnologia de hoje e como podemos proteger-nos.

Conclui Raimund Muscheler.

 

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