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Análise Apple AirTag: o melhor localizador de objetos para o iPhone

A Apple deixou algumas pistas no passado que indicavam que iria lançar um dispositivo de localização e que o nome eventualmente seria AirTag. No fundo, seria um localizador como tantos outros que já existiam no mercado. Aliás, nós por cá já havíamos falado no Tile, na Lapa e noutros do mesmo naipe. Contudo, a Apple tinha e tem um trunfo para que esta nova rede de localizadores tenha algo mais a oferecer. Depois de termos testado durante algum tempo, esta é a nossa apreciação sobre os AirTags da Apple.

De forma simples, podemos dizer que os AirTags são muito fáceis de configurar e localizam com precisão os objetos perdidos.


A Apple no passado recente desvendou o seu chip U1 e com ele uma série de novas funcionalidades relacionadas com a localização.

Um produto que foi anexado ao leque de dispositivos com esta tecnologia foi o AirTag. Estas etiquetas localizadoras trazem vários chips, entre eles o U1.

 

O AirTag muda o paradigma dos dispositivos de localização

O Apple AirTag é um dispositivo que veio para ajudar todos aqueles que se esquecem dos objetos, que os perdem, e que necessitam de ajuda para os localizar. Portanto, há um número vasto de possíveis utilizadores interessados. Assim, a Apple criou um localizador com uma estrutura maior que suporta este e outros dispositivos agregados a tecnologias que fazem parte da Rede Find My (em português de Portugal, a rede Encontrar).

Voltando um pouco atrás, no ano de 2010 a empresa de Cupertino criou uma plataforma que se chamava Find my iPhone. Neste sistema, tinha um serviço de monitorização dos seus dispositivos, como o iPhone e iPad (mais tarde acrescentou o Mac na rede Find My Mac).

App Find my iPhone (Encontrar iPhone) que antecedeu o sistema que hoje está em funcionamento

Na base desta plataforma estava a aplicação Find my iPhone que ao longo dos anos se estendeu a vários dispositivos iOS, computadores Mac, Apple Watch, e AirPods. A par desta plataforma, a Apple tinha o Find my Friends. Em 2019, fundiu a plataforma Find My iPhone com a Find My Friends no iOS 13 e iPadOS 13.

Então, nessa altura, a plataforma foi rebatizada e nasceu a plataforma Find My (Encontrar, em português de Portugal).

Este foi o caminho para o aparecimento da Rede Encontrar. Esta rede integra agora a localização de Pessoas, de Dispositivos e de Objetos.

 

App Encontrar é a base da Rede Encontrar

Na localização de Pessoas está compreendida a partilha da localização permitida por utilizadores que queiram permanentemente ou temporariamente disponibilizá-la. Por exemplo, os membros da família podem estar neste grupo onde todos sabem a localização de todos (quando estes usam o iPhone ou iPad com o recurso ativo).

No caso da categoria Dispositivos, continuam a fazer parte a localização dos aparelhos Apple, como o iPhone, o iPhone, Apple Watch, Macs e AirPods.

Já no caso dos Objetos, local onde foram implementadas as maiores novidades, após o lançamento dos AirTags podemos encontrar estas etiquetas localizadoras (com os objetos a elas agarrados) e podemos adicionar outros objetos suportados.

Ora, é neste último que a Rede Encontrar se expande para fora do âmbito Apple. Isto é, agora objetos de terceiros podem incluir a tecnologia de localização Apple (fazer parte da Rede Find My) e a possibilidade de serem localizados com o sistema da empresa de Cupertino.

Há, por agora, dois exemplos populares, que são as concorrentes dos AirTags: o Chipolo ONE Spot e as bicicletas elétricas VanMoof S3 e X3.

 

Mas qual é o trunfo desta Rede Encontrar?

O sistema é fácil de explicar. Se tivermos um objeto com um AirTag preso, e o perdermos, vamos à app Encontrar e, nesse AirTag, ativamos o Modo perdido. A partir deste momento, milhões de iPhones no planeta estão aptos a enviar informações anónimas para a rede Encontrar sempre que se cruzarem com a AirTag.

Este é o principio de qualquer sistema que use as etiquetas localizadores. Mas, noutros casos, como, por exemplo, no Tile, só os utilizadores que têm a app instalada no smartphone é que estão aptos a dar informações ao proprietário do objeto perdido. Nesta rede da Apple são milhões de iPhones.

Vários dispositivos de localização que usam sistemas idênticos e outros que usam plataformas mais evoluídas.

Se uma pessoa com um iPhone passar ao lado do objeto perdido com um AirTag, sem essa pessoa sequer desconfiar, o seu iPhone enviará, de forma totalmente anónima, dados que identificam o AirTag e a sua localização.

Mas atenção, somente o proprietário desse AirTag saberá que foi detetado e está no sítio referido pelas tais coordenadas partilhadas anonimamente.

Mas há ainda outra situação. Se alguém encontrar uma mochila, por exemplo, que tenha um Airtag agarrado, a pessoa poderá “ler” informação disponibilizada pelo proprietário usando NFC. Isto é, sendo um Android ou um iPhone, basta aproximar o AirTag à traseira do smartphone e poderá ser apresentado um endereço.

Ao clicar nele, o utilizador irá receber uma página onde é possível ler a tal mensagem (que pode ser um número de telefone) e informação da Apple sobre o que foi descoberto.

 

Conhecer melhor os AirTags

O AirTag tem um formato redondo, pouco maior que uma moeda de dois euros e traz uma parte plástica (invólucro) e uma parte metálica (a tampa) que traz o logotipo da Apple e as inscrições normais de criação e fabrico. Na parte da cápsula em si, vem a placa eletrónica com as diversas tecnologias, como o chip U1 para UWB ou o BLE (Bluetooth Low Energie, ou Bluetooth de baixo consumo) e a fonte de alimentação que é uma pilha tipo botão, uma CR2032.

Esta pilha é fácil de substituir. Retirando a tapa do AirTag, facilmente se troca a bateria gasta por uma nova.

Vida útil da bateria: O AirTag usa uma bateria de célula tipo moeda CR2032 padrão, que, segundo a Apple, dura mais de um ano. Claro que a Apple poderia ter escolhido uma bateria recarregável. Contudo, o tamanho do localizador seria seguramente maior… ou teria uma durabilidade muito inferior.

A Apple vende este dispositivo individualmente no seu site por 35 euros, ou num pacote de 4 unidades ao preço de 119 euros. Na encomenda, o utilizador pode gravar umas inscrição na parte traseira do dispositivos.

Depois de adquirido e recebido o AirTag, este vem numa caixa ao estilo do que a Apple nos habituou, onde aparece o dispositivo e folhetos informativos de utilização. Existe uma banda plástica a revestir o Airtag, que faz o corte de energia entre a pilha e a eletrónica.

Removida esta banda plástica, automaticamente o dispositivo dá sinal de vida e o iPhone mais perto recebe indicação do acordar do AirTag. A partir daqui, segue-se a configuração do dispositivo com a inclusão do mesmo dentro do ID Apple do utilizador.

É importante frisar que cada ID Apple pode no máxima emparelhar 16 AirTags.

 

Como emparelhar o AirTag ao ID Apple

Quando o iPhone deteta a presenta do AirTag, ele dispara uma janela de identificação do objeto detetado e parte para o emparelhamento do mesmo. Nessa altura, a Apple solicita que seja atribuído um nome AirTag, que seja registado num ID Apple e que seja associado a um número de telefone.

Com o dispositivo já dentro do nosso ID Apple, podemos ter acesso a várias ações de localização através da aplicação Encontrar e podemos mesmo ter acesso ao dispositivo “perdido” com uma nova funcionalidade chamada Localização exata.

 

Desempenho

Como outros localizadores de chaves e localizadores de objetos, o AirTag oferece conectividade Bluetooth para localização por proximidade. No entanto, este gadget da Apple vai um passo além com banda ultra larga (UWB). Assim, se o utilizador possuir um iPhone 11 ou iPhone 12 , ambos com chip U1, poderá usar o recurso Localização exata do AirTag.

Com esta nova funcionalidade, que é uma espécie de bússola digital, o iPhone usa a UWB para determinar a distância e direção do objeto perdido. Depois, analisa o caminho até ao destino recorrendo à câmara do seu telefone, ARKit, acelerómetro e giroscópio.

Quando se juntam todos estes recursos, o utilizador obtém pistas visuais, táteis e de áudio para direcioná-lo ao seu objeto perdido.

A Apple afirma que o AirTag oferece um alcance de cerca de 10 metros, mas isso dependerá de muitos outros fatores.

É interessante notar que, conforme me aproximava do AirTag, a seta mexia-se para apontar na direção correta e o iPhone vibrava. Como a mochila estava escondida debaixo de algumas outras coisas, para tentar descobrir acionei a opção Reproduzir som. O som não é tão alto como outras tags que testamos, mas ajudou a mostrar com certeza onde se encontrava a mochila perdida.

Este sistema funciona relativamente bem. Contudo, temos de ter alguma paciência para deixar o sistema analisar o ambiente ao seu redor e detetar o Airtag.

 

Privacidade e perseguição (stalking)

Como é fácil de perceber, com esta capacidade de localização “quase em tempo real”, a tecnologia poderá ser usada para vigiar e/ou perseguir alguém colocando um Airtag num qualquer objeto de uso corrente. No entanto, a Apple pensou nisso e desenvolveu uma série de salvaguardas no AirTag para proteger a privacidade de terceiros e evitar a vigilância e perseguição (stalking). Não obstante ao que foi feito, na nossa opinião é ainda uma área na qual a Apple poderá melhorar.

Em termos de privacidade do proprietário do AirTag, a Apple desenvolveu um sistema capaz. Por exemplo, só o utilizador pode ver onde o seu AirTag está e os seus dados de localização e histórico nunca são armazenados no AirTag. A Apple também diz que todos os dados de localização são criptografados e que não sabe a localização do seu AirTag.

Para desencorajar a localização de pessoas, o nosso iPhone pode notificar-nos se um AirTag (que não o nosso) está durante um tempo determinado a “viajar” connosco. Como medida cautelar, ao ser detetado, a “vítima” pode obter instruções sobre como desativá-lo.

Um AirTag que está separado do seu proprietário por um período de tempo não especificado começará a reproduzir um som quando for movido, alertando as pessoas ao redor da sua presença. Infelizmente, a Apple não especifica quanto tempo leva para receber esse alerta de segurança, o que é preocupante. Além disso, assim que chegar a casa, a pessoa “vigiada” também receberá um alerta de segurança, caso um AirTag não registado para essa pessoa seja detectado.

Há outros cenários em que o AirTag se anuncia quando está num modo fora do enquadramento “legal”. Até um Android tem a possibilidade de receber um alerta da presença de um AirTag “estranho”, mas há ainda alguns parâmetros que necessitam de mais tempo para se entender. Observe que o utilizador só receberá um alerta se estiver a executar no seu iPhone o iOS 14.5 ou superior.

AirTags tudo o que precisa saber

1 – Os AirTags serão indexados a um utilizador?

Sim. Segundo o que a Apple referiu, os AirTags serão sempre relacionados com um ID Apple. Isto é, a ligação poderá ser no ato da compra ou no ato da ativação. Portanto, não haverá uma utilização anónima da etiqueta localizadora.

 

2 – Existe ou não um limite de AirTags para cada ID Apple?

Existe sim. Conforme foi dado a saber pela executiva da Apple, Kaiann Drance, a empresa impôs um limite de dispositivos por ID Apple. É 16 o número máximo de AirTags que cada utilizador poderá indexar ao seu ID.

 

3 – É possível desligar um AirTag depois de ligado?

Não. Os AirTags não têm botão físico de ligar e desligar. Os dispositivos vêm numa embalagem e estão desativados e desligados. Isto porque não existe contacto entre a pilha e o hardware.

Posteriormente, quando é retirado o plástico que envolve o AirTag, este é ligada de imediato. Depois disso, a única maneira de desligar o AirTag é retirando fisicamente a pilha.

 

4 – A pilha do AirTag pode ser substituída facilmente pelo utilizador?

Sim. O AirTag usa uma bateria CR2032, que pode ser substituída pelo utilizador. A Apple disponibilizou um acesso fácil à pilha e escolheu uma bastante comum nos mais variados dispositivos, como chaves dos carros, comandos, etc.

 

5 – O AirTag é resistente à poeira e à água?

Sim. O AirTag tem certificado IP67. Isso significa que é resistente à poeira e à água (até 30 minutos a profundidade máxima de 1 metro). No entanto, não é à prova de água, portanto, embora possa sobreviver a um banho na piscina, poderá mesmo parar de funcionar.

 

6 – Quais as finalidades que a Apple planeou para o AirTag?

A Apple projetou o AirTag para ser usado num vasto leque de cenários. Segundo as potencialidades da tecnologia, as etiquetas localizadoras permitem localizar objetos que as pessoas perdem com frequências. Por exemplo, as chaves do carro, de casa, a mala ou a mochila.

A empresa desenhou esta peça para ser anexada a um qualquer objeto, apesar de ser necessário um “invólucro”.

 

7 – O AirTag poderá ser usado para localizar pessoas ou animais?

Não. Isto é, a Apple projetou este dispositivo para localizar coisas e não pessoas, ou animais. Aliás, a empresa tem mesmo um sistema que avisa alguém que tem um AirTag a “vigiar” a sua localização, se esta etiqueta for usada para fins não convencionais.

No que toca a animais de estimação, este não será o cenário que a Apple idealizou, apesar de ser possível e até beneficiar do facto de o AirTag poder ser lido com um smartphone Android, via NFC. Mas, reforçamos, não foi este o objetivo pensado para o dispositivo.

 

8 – Como se consegue emparelhar um AirTag com um iPhone?

Primeiro é preciso o utilizador ter a certeza que o seu iPhone está a utilizar o iOS 14.5 ou superior. Como outros dispositivos da Apple, emparelhar um AirTag com o iPhone é muito simples.

Conforme vão ver de imediato, basta aproximar o AirTag do iPhone, de preferência próximo ao botão ligar/desligar, e uma caixa de diálogo aparecerá, a solicitar que o utilizador emparelhe o AirTag.

 

9 – O AirTag é compatível só com os iPhone 11 e iPhone 12 e dispositivos com chip U1?

Não, o AirTag é compatível com todos os iPhones e iPads com iOS 14.5 ou superior. No iPhone 11 e no mais recente iPhone 12, o utilizador terá o recurso Localização exata que usa o chip U1 para oferecer a localização interna precisa do AirTag.

 

10 – Como encontrar um AirTag perdido?

Depois de ativar os AirTags, aparecerá na app a opção Encontrar uma área onde estes estarão localizáveis. Lá estará a informação para encontrar o dispositivo perdido.

Dependendo se o iPhone do utilizador está ou não dentro do alcance do AirTag, poderão existir duas formas de o localizar. Um AirTag desconectado de um iPhone durante mais de três dias emitirá um som para que o utilizador o possa localizar facilmente.

Se o AirTag estiver ao alcance do iPhone do utilizador, este pode usar o recurso Localização exata na aplicação Encontrar. A Apple afirma que o AirTag oferece um alcance de cerca de 10 metros, mas isso dependerá de muitos outros fatores.

 

11 – Como encontrar um AirTag offline?

Um AirTag fica offline quando não está perto do iPhone emparelhado. No entanto, aproveitando a rede Encontrar, um AirTag perdido ainda pode transmitir a sua localização para os servidores da Apple para que o utilizador possa encontrá-lo recorrendo à app Encontrar.

Abaixo está como a Apple explica o processo:

O seu AirTag envia um sinal Bluetooth seguro que pode ser detetado pelos dispositivos da rede Encontrar que estão por perto. Estes dispositivos enviam a localização do AirTag para o iCloud. Só precisa de abrir a app Encontrar e ver o objeto perdido no mapa. Todo o processo é anónimo, encriptado para proteger a sua privacidade e é tão eficiente que não precisa de se preocupar com a autonomia da bateria ou com a utilização de dados.

 

12 – Isto é seguro? A minha localização ou do AirTag ficará visível para outros dispositivos?

Não, mesmo quando o AirTag transmitir a sua localização usando outros iPhones e dispositivos Apple, ele não revelará a sua localização ou a sua identificação a ninguém. Todo o processo é criptografado e a Apple frequentemente altera o identificador Bluetooth do AirTag por motivos de privacidade e segurança.

 

13 – O que acontece se outra pessoa encontrar o meu AirTag perdido?

Se o utilizador não conseguir encontrar o seu AirTag, pode colocá-la no modo Perdido e fornecer um número de contacto e uma mensagem. Então, se outra pessoa encontrar um AirTag, ela pode colocar o seu iPhone perto do dispositivo e as informações de contacto, assim como as informações de série desse AirTag, aparecerão.

Conforme já referimos, os dispositivos Android também podem ler AirTags perdidos, encostando-o à parte de trás do smartphone, com recurso ao NFC.

 

14 – Podemos usar os AirTag com um dispositivo Android?

Não. O AirTag não é compatível com dispositivos Android. No entanto, os dispositivos Android podem ler AirTags perdidos via NFC.

 

15 – Um AirTag pode ser partilhado com um familiar?

Sim e não. Se for usada a partilha de Família, o utilizador pode evitar que o AirTag apareça no iPhone dos seus familiares. Fora isto, não será possível.

 

16 – Podemos partilhar um AirTag com amigos que não fazem parte do nosso grupo Partilha com a família?

Sim, o utilizador pode fazer isso. No entanto, tem de desativar a notificação de localização temporariamente do sistema Encontrar antes de entregar o AirTag.

Em resumo, estamos a falar de um dispositivo que, pela quantidade de iPhones no planeta, se tornará no localizador com a maior comunidade. Tem pontos que pode melhorar, como o aspeto, e poderia ser útil fazer um ping no AirTag para o iPhone, como outras marcas disponibilizam.

Por fim, e tendo em conta o tamanho da rede e a localização tão expedita, a Apple terá de trabalhar mais o aspeto da privacidade.

Apple AirTag

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