Análise Metro: Last Light (Xbox 360)
Em Maio deste ano foi lançado Metro: Last Light. Sucessor de Metro 2033, Last Light transporta novamente o jogador até um Mundo destruído e devastado pelo holocausto nuclear, fruto da imaginação de Dmitry Glukhovsky, num ambiente pós-apocaliptico onde a sobrevivência é a palavra chave.
Metro: Last Light é um shooter na primeira pessoa mas com bastantes influências de outros géneros como survival horror, aventura, acção, ...
Durante a primeira semana de vendas, Metro: Last Light atingiu mundialmente, mais cópias vendidas que o seu predecessor em 3 meses, nos diversos formatos disponíveis.
O Pplware aceitou o desafio e enveredou pelos túneis do sistema de Metro de uma Moscovo destruída ...
Metro 2033 de Dmitry Glukhovsky, foi pessoalmente, um dos melhores livros que li nos últimos anos. Devo confessar que não joguei ao jogo lançado com o mesmo nome e que foi o primeiro Metro lançado, pelo que quando iniciei Metro: Last Light fi-lo sem qualquer ideia do que poderia esperar.
Fazendo um pequeno desvio para explicar a história, imaginem que em 2033 o holocausto abateu-se sobre a Terra e que a maior parte da população humana tinha sido dizimada no processo. Bem ... toda, não! Começamos o livro (e jogo) na pele de Ayrtom, um dos poucos sobreviventes do cataclismo, que se vêm agora remetidos ao sistema de túneis do Metro de Moscovo, sem saber se mais sobreviventes escaparam, no resto do país e do Mundo ... no entanto, no livro alguns rumores correm sobre isso.
Entretanto, o holocausto nuclear trouxe alguns novos perigos também. Além da vida à superfície ter-se tornado impossível face à imensa radiação, apareceram novos habitantes ... seres mutantes que habitam as ruínas das cidades.
No entanto, a vida debaixo de terra não é muito mais pacifica e fácil. Além da constante defesa das linhas do metro da invasão desses seres da superfície, as populações humanas dividiram-se em bolsas, transformando as antigas estações em autênticas cidades subterrâneas. Contudo, e como está bem presente na história humana, desde cedo os sobreviventes se dividiram em facções ideológicas, como os Reds (Comunistas) ou Fascistas (Extrema direita) e que encontram-se em constante conflito.
Existem outros seres, os Dark Ones que no primeiro jogo terão sido eliminados quase na totalidade. Contudo, em Metro Light, é-nos revelado que um resistiu e sobrevive na fantasmagórica cidade de Moscovo sendo Ayrtom encarregue de o encontrar.
Conforme vamos assistindo ao longo da história, Ayrtom tem uma ligação muito forte com estes seres que o leva a um constante dilema, eliminar ou salvar. Quando finalmente encontra o Dark One, Ayrtom é capturado pelos Nazis e a história ganha novos contornos, levando-nos a uma aventura ao longo de quase todo o sistema de túneis do Metro moscovita.
Se quisermos, podemos dividir as localizações onde decorre a acção em duas zonas diferentes; a superfície e os túneis do metro cada qual com uma jogabilidade e forma de agir e pensar distinta.
À medida que vamos evoluindo em Last Light, vamos fazendo missões, tanto nos túneis do metro com nas ruínas de Moscovo à superfície mas, enganem-se todos os que pensarem que a superfície é um local familiar, livre e tranquilizador, pois não é.
Em cada ruína, em cada poça de água, em cada pantanal existem seres mutantes que se movimentam nas sombras, que nos tentam rodear, que nos tentam apanhar desprevenidos ... mantendo-nos em constante sobressalto. E realmente é isso mesmo que acontece pois, na maior parte dos casos não podemos relaxar, pois um momento apenas é o suficiente para ... Load Last Checkpoint.
No entanto, não é apenas nos mutantes que reside o maior perigo da superfície Devido ao holocausto, o ar encontra- irrespirável e carregado de radiações, obrigando-nos a colocar máscaras de gás para respirar. As máscaras usam filtros para purificar o ar, cada qual com um tempo limite de uso, e que vamos encontrando pelos cenários.
É claro que isso sugere ao jogador uma investigação atenta de cada cenário mas, o jogador tem de saber desistir pois uma pesquisa demasiado longa pode terminar ... sem ar.
Devo confessar contudo que por vezes é demasiado fácil perdermos tempo a mais .. seja a lutar contra monstros, seja a investigar ou simplesmente a admirar a qualidade com que os cenários foram criados. E atenção que essa qualidade estende-se desde a superfície até às profundezas, sendo como é claro, um ambiente bem mais pesado nos túneis.
E é precisamente nos túneis que reside outro tipo de inimigos que vamos ter de defrontar, os seres humanos. Conforme referi mais acima, os nazis raptaram o último Dark One e são eles nossos principais adversários.
Aproveitando ainda a questão da luz e da escuridão, Last Light oferece-nos ainda a possibilidade de optarmos por uma abordagem mais aberta ou mais discreta. Por exemplo, por onde vamos passando podemos apagar as luzes e criar assim zonas de penumbra, de forma a podermos passar despercebidos ou fazer ataques surpresa para os quais basta apenas pressionar X e colocamos um inimigo knock-out sem que o alarme seja dado.
Surge assim o principal problema de Metro: Last Light, a Inteligência Artificial. Realmente, o comportamento em combate dos restantes seres humanos é, por vezes, estranho. Por vezes, estamos mesmo ao lado de um soldado inimigo e ele nem dá por nós, só porque apagamos a luz antes. Outras vezes, há soldados que correm de forma suicida parando mesmo à frente da nossa mira. Sendo o ponto menos forte do jogo, também é necessário referir que é engolido pela imersão do jogo em si, e que muitas vezes estamos apenas desesperados por sobreviver que nem reparamos.
Conforme seria de esperar, o escuro predomina nos túneis do metro, criando uma eterna sensação de receio, de perigo. E isto também ajuda a criar mecânicas muito interessantes. Por exemplo, existem uns seres na escuridão cujas carapaças são extremamente resistentes mas que quando atingidos pela luz se reviram, expondo assim a parte mais vulnerável do corpo. Ou por exemplo, outros seres chamados de camarões que nos atacam da água que inunda alguns túneis, especialmente em volta de "New Venice".
Enquanto vagueamos pelo intrincado sistema de túneis do Metro de Moscovo vamos, tal como no livro, encontrando as antigas estações transformadas em aglomerados onde a vida decorre quase como se de uma cidade se tratasse.
Vemos um pouco de tudo, desde pescadores, quintas com porcos, cultivo de cogumelos, cafés, bares de strip, ... e torna-se particularmente interessante a forma como vamos descobrindo que os habitantes do Metro têm personalidades muito próprias, reagindo de forma convincente à nossa presença. É extremamente comum assistirmos a longas e credíveis conversas entre outros NPCs do jogo. Os diálogos são em inglês, apesar de um ligeiro sotaque soviético mas acima de tudo com uma grande dose de realismo e de intensidade.
De lamentar apenas a fraca emotividade gráfica dos personagens, que poderiam ser menos rígidos e mais expressivos. Realmente se os personagens acompanhassem emocionalmente a tensão existente no enredo, o jogo ganharia muito mais profundidade.
Apesar de ser um FPS (First Person Shooter), Last Light não apresenta um leque de armas demasiado vasto. O que para alguns leitores pode ser uma limitação, considero algo muito importante. As diferentes armas, onde reinam as caçadeiras, pistolas automáticas e armas automáticas são escassas bem como as suas munições e isso transforma o jogador num soldado mais moderado, mais equilibrado. Ao invés de entrar numa sala de arma em riste, há que saber economizar as munições pois nunca se sabe quando vamos encontrar mais.
É de louvar esta preocupação da equipa de desenvolvimento em evitar que o jogo descambe num shooter tradicional, mantendo assim uma linha muito própria onde reina o suspense, o sangue-frio e a aventura.
Aventura essa que vive também muito de diversas cutscenes embebidas na jogabildade que, na maior parte dos casos não se notam. A dada altura, temos de passar numa ponte de madeira quando de repente aparece um mutante poderoso e a ponte cai. Extremamente suave é o facto de que quando a ponte cai, já estamos novamente no controlo de Ayrtom.
É uma mecânica bastante interessante e ajuda também a compreender a história, como por exemplo noutra ocasião, quando entramos num avião caído à superfície, vivenciamos uma visão dos seus últimos momentos antes da sua queda.
Seja à superfície, seja nos túneis, reina o medo ... o receio ... o desconhecido. E isso é bom. Torna-se incrível o ambiente tenso que a equipa da 4AGames conseguiu incutir no jogo que faz com que na maior parte das vezes, o jogador se sinta mais ameaçado no silêncio, do que ao ouvir um grito gutural vindo das profundezas dos túneis escuros diante de nós.
O grau de dificuldade pode ser ajustado, mas sem grandes parametrizações, em 3 níveis de dificuldade distintos, o que realça o sistema de checkpoints implementado que é bastante equilibrado e sensato.
Nota Final- 8,9
[0................10]
Metro: Last Light é uma excelente história de sobrevivência contada na primeira pessoa. Com um ritmo muito próprio na sua acção, alternando com mestria entre ritmo mais intenso de acção e secções mais pausadas, consegue criar uma jogabilidade muito própria, fugindo ao estilos usados na maior parte de outros shooters. Não é um jogo de gatilho leve nem que exija muito raciocínio. Acima de tudo, Metro: Last Light tem de ser sentido, tem de ser vivido. Em Last Light o jogador sente-se mesmo na pele de um sobrevivente num mundo devastado e sem esperança transformando-o numa excelente homenagem ao livro de Glukhovsky.
Gráficos: 8,8
Destruição e devastação à superfície. Ambiente sombrio nos túneis. Surpresas escondidas nos cantos escuros do Metro. Criaturas assustadoras e com vida. De lamentar a falta de expressividade das restantes personagens humanas e algumas texturas mais fracas.
Som: 9,0
Banda sonora e efeitos sonoros que atingem momentos de grande espectacularidade, mantendo o jogador cada vez mais agarrado ao comando. Vozes que, apesar de tentarem um leve sotaque russo sem sentido, ajudam a criar a ideia de um mundo sem esperança e resignado.
Jogabilidade: 8,8
Controlos simples. Dificuldade crescente mas de uma forma natural. Muito para investigar nos cenários. Decisões tomadas pelo jogador. Ambientes da superfície e túneis completamente diferentes e com formas distintas de serem jogados. Pouca variedade de armas. Poucas opções de interacção com outros personagens.
Longevidade: 9,0
Sobreviver em Metro: Last Light é uma experiência para a vida. Pode-se reviver os capítulos já concluídos. Mundo da superfície e subterrâneo com muito para explorar. Bastante Evidence (documentos prova) espalhados pelos cenários e à espera de serem encontrados.
Género: Acção
Plataforma Analisada: Xbox 360
Homepage Metro: Last Light
Restantes Plataformas: Windows PC, Playstation 3
Este artigo tem mais de um ano
Melhor jogo de 2013 até á data juntamente com Bioshock, está estupidamente espetacular, bom jogo com muito medo e lindos embora destruidos ambientes, toda a mecánica do jogo é perfeita e existe grande variedade de níveis de inimigos que transformam o jogo muma experiência 5* do ínicio ao fim, o único menos para mim foi o final, não a história em si porque esta foi relativamente boa, mas a missão que poderia ter sido melhor desenvolvida e que para mim foi a pior do jogo todo. Aconselho jogar em Pc (para quem têm uma boa máquina) visto que é um jogo que puxa demais pelas consolas da atual geração, já joguei na xbox e não gostei da experiência (pelo menos comparada ao meu asus n56vz com gt650m que já por si não é uma gráfica de topo mas que dá uma abada á ps3 e xbox). No geral boa review e gostava de perguntar porque ainda não fizeram uma review ao Bioshock Infinite para mim um jogo 10/10.
De referir também que um menos é o fato de quem produzio o jogo não permitiu que saisse com um nivel de dificuldade superior… porque isso têm que ser adquirido com um custo adicional… completamente estúpido… na verdade o combate não se torna mais dificil com os niveis de dificuldade, os recursos é que são menores e respirar ou ter balas tornár-se-á muito dificil, mas damos conta dos mutantes tão bem como no menor nível… má decisão por parte dos produtores do jogo…
Um jogo espectacular 🙂
Uma coisa que é realmente um desafio é o de não matar ninguém (isto dos seres humanos) durante o jogo.
Fazendo isso e outras “boas acções”, como por exemplo abrir as portas das celas na missão de escapar da prisão ou dar esmola a pedistes, no final do jogo temos um final alternativo.
serio? xD já não posso fazer nada disso eu mato tudo o que posso e por isso o nivel “aumentou” não tenho munições e filtros de ar também está escasso 🙂
não precisas de matar para ter munições e filtros.
das K.O. e depois tiras as coisas.
Boa review.
Alguém sabe se este jogo corre num Core 2 Duo E6600 com uma Ati X1900XT? Segundo os requisitos tem as tecnologias necessárias, mas sempre que abro o jogo da-me o seguinte erro: Your graphics card must support hardware shadows”.
o jogo puxa muito pelos gráficos, e essa gráfica que tem som com “o milagre de fátima” é que jogas.
eu tenho uma HD 6870 e já se borra toda para jogar em gráficos médios
Faltou dizer que é extremamente facil fazer sneak e passar por toda a gente, a historia não é assim tão cativante, e não é assim tão original.
Os graficos são bonitos, mas não chegam ao 9. Na minha opinião o jogo não merece mais que um 7,5. Não quando há jogos como Tomb Raider, Bioshock, e os que ainda estão para chegar.