A Huawei é uma marca com bastante peso no mercado, nomeadamente no segmento dos smartphones. No entanto, de acordo com o seu fundador, Ren Zhengfei, atualmente o HarmonyOS não é capaz de concorrer com o Android e iOS.
Em entrevista à Dragon, para além desta conclusão, Zhengfei adiantou ainda que levaria 300 anos para que o sistema operativo da marca chinesa conseguisse alcançar os dois outros sistemas mais populares.
HarmonyOS não tem força para competir com o Android e iOS
Quem o diz é o fundador da Huawei, Ren Zhengfei, numa entrevista dada à revista Dragon. Recordamos que Zhengfei renunciou recentemente ao cargo de CEO da empresa, passando este lugar a ser desempenhado por Guo Ping.
Na entrevista, o executivo comentou a atual situação do mercado de smartphones devido à crise da COVID-19 e referiu que a Huawei deve continuar a investir no seu sistema operativo HarmonyOS.
Mas o fundador da Huawei foi mais longe e referiu que o HarmonyOS não tem força suficiente para competir com os sistemas da Apple e da Google. O ex-CEO adianta ainda que este processo levaria pelo menos 300 anos.
As vendas mundiais de dispositivos com os sistemas operativos Android e iOS são enormes e a Huawei está atrasada. É difícil para os consumidores aceitarem outros sistemas operativos. Assim, o sistema operativo da Huawei pode levar muito tempo para superar o Android e a Apple, mas não mais de 300 anos.
diz Ren Zhengfei
Governo dos EUA continua a ser um entrave para a Huawei
No entanto, Zhengfei salienta que o problema não é nem da Google nem da Apple, sublinhando que mantém boas relações com ambas as empresas, nomeadamente no desenvolvimento do 5G. Talvez o motivo possa estar nas sanções e conflitos por parte dos EUA.
Como se sabe, as empresas que pretendam negociar com a Huawei, devem pedir uma licença especial ao governo americano. E Zhengfei reconhece que esta análise tem demorado, nomeadamente no processo da Google, o que se traduz num problema para a empresa chinesa.
Seria até bom não precisar de usar os componentes ou sistemas dos EUA, mas o que acontece se os consumidores não comprarem os nossos produtos?
Nesse sentido, o fundador adianta que, no caso de haver um novo conflito, a Huawei poderá usar peças chinesas.
Procuramos manter um bom relacionamento com os nossos fornecedores americanos, mas temos alternativas às peças dos EUA, caso necessário. Mudar uma rede de fornecimento é algo complicado e nesta fase de isolamento de alguns países é prejudicial para o mundo. Nenhum país é totalmente auto-suficiente, assim como uma empresa ou os seus fornecedores.
Como sabemos, a empresa chinesa tem-se distanciado dos sistemas tradicionais, nomeadamente a nível das aplicações, com a sua própria loja AppGallery. No entanto, enquanto que existem cerca de 2,1 milhões de aplicações no Google Play, a loja da Huawei tem, para já, cerca de 55.000 apps.