A tecnológica chinesa está à procura de novas fontes de receita e, de acordo com um dos seus executivos, prepara-se para apostar nos serviços online. Desta forma, a Xiaomi visa afirmar-se como alternativa ao Spotify, Amazon e Netflix, ao passo que a novo oferta que transcende os seus smartphones começará na Índia.
Além dos seus dispositivos móveis, que continuarão a ser extremamente competitivos, a marca vai apostar nos serviços. Não será uma tarefa fácil, mas parte do seu apelo passa exatamente por aí, o desafio implícito.
Quem o diz é Manu Kumar Jain, um dos executivos mais acarinhados no seio da Xiaomi. Jain é atualmente o diretor da empresa na Índia, o 2.º maior mercado mundial de smartphones, e o grande bastião da tecnológica fora do seu mercado natal, a China. Pelo seu pulso, a fabricante chinesa já ultrapassou até mesmo a Samsung.
Serviços, a próxima grande aposta da Xiaomi
As declarações de Jain indiciam a escolha da Índia como primeiro mercado a receber os novos serviços. Com efeito, teremos pagamentos digitais, streaming de música e de filmes. Um arrojado objetivo que já se tornou na prioridade para o diretor da marca naquele país. Manu Kumar mostra-se ansioso por enfrentar gigantes como o Google Pay, o Spotify, a Amazon Prime. Aliás, até mesmo a Netflix, líder global no streaming de vídeo.
Ainda que possa parecer descabido, este objetivo vai ao encontro do modelo de negócio da Xiaomi, todo ele em forte expansão. Em seguida temos a sua justificação:
A Xiaomi obteve uma margem de lucro inferior a 1% como resultado direto da venda de hardware e dispositivos móveis (smartphones, tablets e wearables) em 2019. Continuamos, contudo, firmes na nossa posição de nunca ultrapassar uma margem de lucro de 5% nos dispositivos móveis vendidos. Serão os serviços de internet que gerarão mais recentes para nós (Xiaomi) – aponta o executivo.
Conceber novos smartphones e dispositivos móveis é apenas parte do nosso trabalho. As outras partes dizem respeito à nossa relação com os clientes, bem como a venda de serviços. São três vetores com vista à geração de receitas e com o intuito de continuar a crescer. – acrescenta Jain.
Os três pilares financeiros da Xiaomi
Em declarações Economic Times, o responsável máximo da Xiaomi naquele país revelou bastante sobre o atual estado da empresa. Mostrou-se ciente das limitações impostas pela chefia com vista a manter o preço baixo nos seus smartphones Android. É um dos pilares, com os serviços e a venda a retalho a serem os demais.
Ainda a propósito, recordemos as declarações de Lei Jun, CEO que apenas isentou uma categoria de smartphones como passíveis de sofrer um aumento de preço.
https://twitter.com/manukumarjain/status/1113789139466489859
Perante este cenário, é improvável que os smartphones venham a ser uma fonte primordial de receitas. Ainda assim, devido ao aumento no volume de vendas, estes são cada vez mais importantes para empresa, pelas mais variadas razões. Acima de tudo, são um grande veículo para promover o nome da marca Xiaomi.
A partir daqui, a Xiaomi quer apostar nos serviços de subscrição de conteúdos e começará por investir no mercado indiano. Para o efeito, a empresa já tem a plataforma Mi Music, bem como a Mi Video, para streaming de música e vídeo, respetivamente. Contudo, neste momento ambas as plataformas são gratuitas.
Concorrência à Amazon Prime, Netflix e ao Spotify
A tecnológica chinesa quer gerar proveitos a partir das aplicações, dos pagamentos digitais, e do streaming de filmes, ou música. Para tal, a empresa já canalizou um grande investimento com vista ao desenvolvimento de soluções em larga escala a partir da infraestrutura presente.
Como tal, as suas alternativas ao Spotify, Netflix e Amazon Prime deixarão de ser gratuitas, recebendo também novos conteúdos para justificar esta decisão. Ao mesmo tempo, a sua aplicação para transferência de dados, a Mi Drop, já tem mais de 100 milhões de instalações a partir da Google Play Store.
A tecnológica chinesa apercebeu-se do imenso potencial lucrativo que está presente no fornecimento de serviços, sobretudo quando os consumidores estão cada vez mais habituados a isso mesmo. Um serviço para cada necessidade, desde a música, aos filmes, entre outros.