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Em 2018 a China caiu, a Huawei cresceu e a Apple chocou com a realidade

Na China, o volume de smartphones vendidos em 2018 retrocedeu para os níveis de 2013. Os dados são da agência Canalys e consolidam a perceção de abrandamento do maior mercado mundial de dispositivos móveis. Indo ao encontro da sua análise, esta agência cita a Huawei como um caso de sucesso, ao passo que a Apple se encontra na situação oposta. Algo que também já foi reafirmado com a divulgação do relatório oficial da empresa norte-americana.

Que se passa com o mercado dos smartphones?


Estamos perante um novo paradigma na China. Desta forma registou-se uma quebra de 14% no volume de vendas em 2018 face aos valores de 2017. Note-se que o mercado já havia contraído 4% em 2017 face aos valores de 2016.

 

O mercado chinês caiu para valores de 2013

Pelo segundo ano consecutivo, e agora de forma mais pronunciada, venderam-se menos smartphones na China. De acordo com a Canalys, um dos fatores em causa é o aumento da vida útil dos dispositivos móveis, passando estes a ser utilizados durante períodos mais alargados de tempo.

Classificando ainda esta desaceleração como normal, a agência de análise de mercado aponta o abrandamento da economia chinesa como fator potenciador desta forte quebra nas vendas.

Com o poder de compra enfraquecido, os consumidores chineses optaram por manter os seus smartphones ao invés de adquirir um novo modelo. Por conseguinte, o 4.º trimestre de 2018 registou uma quebra de 15% no volume de vendas face ao período homólogo de 2017. Foi o pior trimestre do ano.

Foi também o 7º trimestre consecutivo de queda mas, ao mesmo tempo, vemos uma consolidação das 5 maiores fabricantes na China. Sendo elas a Huawei, Oppo, Vivo, Xiaomi e Apple, tivemos duas grandes oscilações.

 

A Apple sentiu o abrandamento do mercado

Tal como Tim Cook havia previsto, a China mostrou-se mais hostil para a Apple e para os seus produtos. A Apple manteve o 5.º lugar neste mercado, mas vendeu menos smartphones durante todo o ano de 2018. Sofreu uma queda de 13%.

De todas as 5 maiores fabricantes na China, foi a Apple quem mais sofreu durante o ano de 2018. Os preços altos dos novos modelos de iPhone foram um travão para as suas vendas. Entretanto, os modelos mais antigos como o iPhone 7 e iPhone 8 não suscitaram o interesse previsto junto dos consumidores.

Para o analista Mo Jia da Canalys, nem mesmo a descida de preços em alguns modelos da Apple surtiu efeito. O mercado voltou-se para as alternativas da concorrência, preferindo uma boa relação preço/qualidade.

 

Cupertino deve repensar a sua estratégia na China

Este analista deixa ainda um aviso para a Apple. “A empresa deve repensar toda a sua estratégia neste mercado para recuperar o seu status e reputação com equipamentos de topo. A aposta em modelos antigos com preços mais baixos não resultou.”

No extremo oposto temos a Huawei, líder incontestada do mercado chinês. Esta marca conseguiu escapar à desaceleração do mercado, tendo aumentado o seu volume de vendas com a economia em contracorrente.

Mais concretamente, a Huawei aumentou em 7 pontos percentuais a sua quota de mercado na China. Valores que se traduzem num aumento de 16% no volume de vendas de smartphones em 2018, face aos valores registados em 2017.

De acordo com a Canalys, a “Huawei penetrou no segmento de topo com as suas inovações tecnológicas, ajudando assim a marca a alargar a sua vantagem e liderança neste mercado”.

 

A China abrandou, a Huawei não.

É uma estratégia dual, com vista à expansão em novos mercados. Com a Honor a auxiliar a marca a cobrir um grande espectro de preços, enquanto esta se concentra no segmento de topo. Entretanto, a China continua a ser um dos maiores bastiões da empresa, servindo de base para a sua expansão mundial e para a prossecução dos seus objetivos.

A empresa de Ren Zhengfei está focada em ultrapassar a Samsung até 2020 e para já, está no bom caminho. Em 2018 vendeu 105 milhões de smartphones no seu mercado natal, a China.

 

Xiaomi aumenta a sua quota, mas vende menos smartphones

Por sua vez, a Xiaomi permaneceu em quarto lugar durante o ano de 2018. A jovem empresa de Lei Jun e Lin Bin aumentou a sua quota de mercado de 11% para 12% durante o último ano. Contudo, registou uma quebra de 6% no volume de vendas de smartphones.

Para a Canalys, a Xiaomi cresceu no exterior, mas falhou na China ao aumentar o preço médio dos seus smartphones. Já em 2019, ao tornar a Redmi na sua submarca para competir diretamente com a Honor, a Xiaomi tem agora novos desafios.

 

A Redmi levanta novos desafios à Xiaomi

Em 2019, de acordo com a Canalys, a Xiaomi terá que definir exatamente a posição da Redmi face aos produtos lançados com o seu nome. Terá que escolher bem e definir os produtos Redmi, os seus preços e canais de distribuição para que não exista o risco de canibalização.

Por fim, a Canalys termina com uma previsão pessimista para 2019. O mercado chinês deverá voltar a cair, agora cerca de 3%. A agência estima que serão vendidos 385 milhões de smartphones na China durante este ano.

Entretanto, aponta também que em 2019 as operadoras e as fabricantes se começarão a preparar para o 5G. Algo que levará bastantes consumidores a adiar a compra de um novo dispositivo móvel.


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