Há cerca de um mês demos a conhecer as intenções do Facebook em criar uma versão da rede social Instagram direcionada sobretudo às crianças. A ideia será algo como um Instagram Kids e o objetivo é permitir aos mais novos usarem a plataforma de forma segura.
No entanto a possibilidade está a ser recebida com alguma inquietação por parte de várias entidades. Tanto que agora há mais de 30 investigadores e associações de defesa das crianças e da privacidade que pedem à empresa de Zuckerberg que não avance com esta plataforma.
Especialistas querem travar o Instagram Kids
De acordo com as informações mais recentes, são mais de três dezenas de investigadores e associações de defesa das crianças e da privacidade que pretendem por um travão na intenção do Facebook em criar uma versão do Instagram para crianças.
Segundo as entidades, o que a empresa de Zuckerberg pretende é “monopolizar e monetizar a atenção das crianças”, com esta edição do Instagram Kids. Os especialistas e as associações mostram preocupações com a saúde mental, bullying, cyberbullying e abuso sexual de crianças online. Nesse sentido, solicitam que o projeto seja suspenso.
Estas preocupações foram enviadas nesta quinta-feira (15) numa carta escrita ao CEO Mark Zuckerberg. A carta foi redigida pela associação CCFC, dedicada à luta pela infância livre de publicidade, nos EUA, e assinada por mais de 30 organizações em todo o mundo. Na carta pode ler-se o seguinte:
O longo historial do Facebook de abuso e colocação de jovens em risco torna a empresa especialmente inadequada para ter a custódia de um sítio de partilha de fotos e de mensagens para crianças.
Segurança prometida por Zuckerberg não é suficiente
E mesmo que o Facebook já tivesse informado que o projeto estaria ainda numa fase inicial e que o Instagram Kids poderia ser controlado pelos encarregados de educação, tal não é suficiente para descansar estas entidade. A CCFC reconhece que:
Concordamos que a versão atual do Instagram não é segura para crianças menores de 13 anos e que algo deve ser feito para proteger os milhões de crianças que mentiram sobre a sua idade.
Contudo, lançar uma versão do Instagram para crianças com menos de 13 anos não é o melhor remédio e colocaria utilizadores jovens em grande risco.
Como suporte, a carta menciona vários estudos que comprovam que o uso excessivo de exposição das crianças e jovens a ecrãs está associado a vários riscos. Alguns deles são a obesidade, alteração do bem-estar psicológico e emocional e alterações no sono e apetite. São ainda referidos diversos exemplos e testemunhos deste impacto potencialmente nocivo.
Assim, para além da carta, a associação também deixa uma petição que pode ser assinada por qualquer pessoa.