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TikTok perde funcionárias por um executivo discordar da licença de maternidade

O TikTok perdeu quase 20 funcionárias nos seus escritórios de Londres depois de um executivo dizer que as empresas não devem garantir uma licença de maternidade aos seus trabalhadores. A par disso, foram denunciados outros problemas que motivaram a saída.

Aparentemente, trabalhar neste gigante das redes sociais não é um mar de rosas, muito pelo contrário.


O executivo que dirige o comércio eletrónico do TikTok Europa, Joshua Ma, disse aos funcionários, em Londres, este ano, que, enquanto “capitalista”, não acreditava que as empresas devessem oferecer às suas empregadas licenças de maternidade pagas.

De acordo com o Financial Times, o comentário de Joshua Ma revoltou ainda mais as funcionárias, que já se encontravam insatisfeitas devido às condições de trabalho exaustivas – por exemplo, existem empregados que trabalham mais de 12 horas por dia, começando os seus dias bem cedo, por forma a ser possível estabelecer chamadas com a China.

Há pessoas a sair todas as semanas, é como um jogo todas as segundas-feiras perguntamos quem foi despedido, quem se demitiu…

Revelou um atual funcionário do TikTok, ao Financial Times.

Além daqueles que já se despediram do TikTok, ao Financial Times, outros funcionários relevaram estar perto de seguir o mesmo caminho. Aliás, um porta-voz do TikTok confirmou que são solicitadas horas extraordinárias aos trabalhadores para “corresponder aos padrões de utilização”. No entanto, garantiu que a empresa quer fazer desta realidade uma exceção “e não a norma”.

As funcionárias revelaram que a cultura empresarial da ByteDance, empresa-mãe do TikTok, trazida da China, não é compatível com o ambiente a que os trabalhadores do Reino Unido estão habituados.

 

TikTok já respondeu

O mesmo porta-voz do TikTok revelou ao The Post que a empresa “tem uma política clara de licença de maternidade no Reino Unido”, que garante 30 semanas de licença remunerada durante as quais as funcionárias recebem 90% do salário. Além disso, explicou que oferece nove semanas com subsídio de maternidade obrigatório e 13 semanas adicionais de licença não remunerada.

Estamos a investigar alegadas declarações e ações para determinar se houve uma violação das políticas da empresa.

Disse o porta-voz, suportado pelo Financial Times, que relatou que o TikTok está efetivamente a investigar os alegados comentários de Joshua Ma.

Apesar disto, e a corroborar o que foi alegado pelas funcionárias, um antigo chefe de equipa, em Londres, confirmou que a cultura “é realmente tóxica” e que a as relações “são construídas com base no medo, e não na cooperação”. Aliás, “eles não se importam com o esgotamento, porque é uma empresa tão grande, que pode simplesmente substituir”.

 

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