O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que o contexto da guerra de Israel em Gaza perdeu-se e a narrativa foi dominada por imagens emotivas. A culpa disso é, na sua perspetiva, das redes sociais.
De acordo com Antony Blinken, durante uma entrevista com o senador Mitt Romney no Fórum Sedona 2024 do Instituto McCain, as redes sociais moldaram a narrativa em torno da guerra de Israel em Gaza. Na sua opinião, enquanto imagens emotivas se disseminaram, “o contexto, a história e os factos” foram esquecidos.
A forma como isto se desenrolou nas redes sociais dominou a narrativa. Temos um ecossistema – ambiente – de redes sociais em que o contexto, a história, os factos se perdem e a emoção – o impacto – das imagens domina.
Não podemos ignorar isso, mas penso que também tem um efeito muito, muito, muito desafiante na narrativa.
Disse Blinken, quando questionado sobre a razão pela qual as “relações públicas têm sido tão más” e por que motivo “o Hamas desapareceu em termos de perceção pública”.
Na mesma entrevista, o secretário de Estado dos Estados Unidos da América (EUA) lamentou que o cenário da informação tenha sido a maior mudança que detetou em 30 anos de atividade em Washington.
Na sua perspetiva, as pessoas costumavam ler um dos três jornais ou ver um dos poucos canais noticiosos noturnos transmitidos a nível nacional. Agora, contudo, “estamos numa alimentação intravenosa de informação com novos impulsos e entradas a cada milissegundo”.
Alguns perguntam-se porque houve um apoio tão expressivo para fecharmos, potencialmente, o TikTok ou outras entidades dessa natureza. Se olharmos para as publicações no TikTok e para o número de menções aos palestinianos em relação a outros sites de redes sociais, estas são esmagadoramente mais no TikTok.
Sei que isso é de grande interesse e o Presidente terá a oportunidade de tomar medidas a esse respeito.
Opinou, também, Romney, esclarecendo o apoio esmagador do Congresso à potencial proibição do TikTok.
Esta conversa mostrou como dois nomes relevantes do contexto político norte-americano encaram o papel das redes sociais na política externa dos EUA e, também, na política mundial.
Terão as redes sociais um impacto assim tão significativo?