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Ex-moderadores processam TikTok por ‘sofrimento emocional’ devido a vídeos violentos

O TikTok é atualmente uma das redes sociais mais populares em todo o mundo, sendo usada essencialmente por jovens e adultos. No entanto, a plataforma também é conhecida por já ter estado envolvida em várias polémicas graves, sendo uma preocupação especialmente para muitos educadores e especialistas em segurança digital.

Agora, duas ex-moderadoras do TikTok, processaram a empresa por danos e sofrimento emocional devido a terem visto vários vídeos perturbadores.


Processam TikTok por terem visto vídeos perturbadores

De acordo com as informações, duas ex-moderadoras do TikTok meteram uma ação judicial nesta quinta-feira (24) contra a rede social TikTok e a sua empresa mãe, a chinesa ByteDance. As autoras do processo designam-se Ashley Velez e Reece Young e trabalharam para a plataforma de vídeos durante o ano passado de 2021.

A função das ex-funcionárias era então moderarem os conteúdos e, nesse âmbito, tiveram que ver e testemunhar vídeos com “muitos atos de violência extrema e gráfica”, incluindo assassinatos, bestialidade, necrofilia e muitas outras imagens perturbadoras. Desta forma, a ação judicial visa acusar o TikTok de negligência e violação das leis do código de trabalho na Califórnia, estado onde estão sediadas as operações da plataforma social nos Estados Unidos.

As queixosas dizem que ficaram encarregues de ver horas a fio de imagens perturbadoras e violentas, muitas vezes durante 12 horas por dia. Como consequência, ambas tiveram mesmo que procurar apoio psicológico especializado, que pagaram do próprio bolso, para lidar com o impacto emocional que as suas funções acarretaram.

O processo acusa o TikTok de impor altos “padrões de produtividade” aos moderadores, forçando-os a visualizarem grandes quantidades de conteúdos perturbadores. Por sua vez, é ainda mencionado que as ex-funcionárias foram ainda obrigadas pela empresa chinesa a assinar acordos de confidencialidade como uma das condições do seu trabalho.

Imagens de morte, pornografia, menores e muita violência

Numa entrevista, a queixosa Ashley Velez afirmou que:

Vimos morte e pornografia gráfica muito explícita. Via menores de idade nuas todos os dias. Assisti a pessoas a levarem tiros no rosto e um outro vídeo de uma criança a ser espancada, o que me fez chorar durante duas horas seguidas.

Menores nus foi uma infinidade do que vi. Pessoas como nós precisam de filtrar conteúdos desagradáveis. Alguém tem que sofrer a assistir estas coisas, para que mais ninguém o faça.

Por sua vez, o advogado Steve Williams, que apresentou o caso, do escritório Joseph Saveri, adiantou que:

Vemos os desafios do TikTok e coisas que parecem divertidas e leves, mas a maioria não conhece esse outro lado sombrio do TikTok onde estas pessoas estão a ajudar para que nunca as tenhamos que ver.

Noutros casos semelhantes, este género de função nas redes sociais já foi mesmo apelidado como sendo o “pior trabalho em tecnologia”, uma vez que muitos dos funcionários acabam por sofrer de Depressão, sintomas característicos de uma Perturbação Pós-Traumática e Ideação Suicida.

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