O relatório, elaborado pela Transport & Environment (T&E), indica que os materiais das baterias em fim de vida, bem como os resíduos das fábricas de baterias, têm potencial para fornecer componentes para a produção de 2,4 milhões de novas baterias para automóveis elétricos até 2030.
De acordo com um relatório do T&E de 12 de dezembro, os materiais reciclados para baterias virão do stock de veículos elétricos e das gigafábricas de baterias planeadas em toda a Europa.
Isto representa uma enorme oportunidade para a União Europeia (UE) e Reino Unido obterem materiais localmente e de forma sustentável. O relatório indica, especificamente, que:
- As baterias em fim de vida e a sucata das gigafábricas de baterias na Europa têm potencial para fornecer 14% de todo o lítio, 16% do níquel, 17% do manganês e um quarto da procura de cobalto já em 2030.
- Estes materiais serão suficientes para construir entre 1,3 e 2,4 milhões de veículos elétricos localmente em 2030, até 10 milhões em 2035 e até 15 milhões de veículos elétricos em 2040.
- Estas quantidades poderão aumentar significativamente e a região tem potencial para ser quase autossuficiente em cobalto para aplicações de transporte até 2040.
Conforme o relatório, a reciclagem de baterias poderá permitir à Europa reduzir até um quarto da sua dependência das importações de minerais para baterias de carros elétricos até ao final da década.
A recuperação dos materiais das baterias substituirá, também, a necessidade de minerais primários. O relatório concluiu que a reciclagem de minerais de veículos elétricos, na Europa, poderia evitar a necessidade de construir 12 novas minas em todo o mundo até 2040: quatro para o lítio, três para o níquel, quatro para o cobalto e uma para o manganês.
Desta forma, reduzir-se-ia, também, os potenciais impactos negativos destas minas na água, no solo e na biodiversidade.
Além de reduzir a extração e a importação de matérias-primas, a reciclagem de baterias poderia reduzir a pegada de carbono da extração de lítio em quase um quinto, em comparação com a extração na Austrália e a refinação na China – uma vez que a rede da Europa é mais limpa.
Para tal acontecer, no entanto, serão necessárias políticas fortes.
O documento esclarece que a UE não poderá explorar este potencial, se não conseguir projetos de reciclagem profícuos, e quase metade da capacidade de reciclagem anunciada para a região está em suspenso ou ainda não foi concretizada.
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