A Polónia tem planeado a construção de uma central nuclear para substituir as suas centrais a carvão e, dessa forma, combater a poluição que gera. Depois de assinar com os Estados Unidos da América (EUA) e a Westinghouse para a sua primeira instalação, o país espera, agora, que a Coreia do Sul se encarregue da segunda.
O memorando de entendimento já foi assinado e o contrato vinculativo está previsto para o próximo ano.
Os países europeus, e a própria União Europeia enquanto entidade, aperceberam-se do impacto que a sua dependência energética relativamente à Rússia tem. Neste caso, a novidade chega da Polónia, que passou décadas a planear a construção de uma central nuclear, por forma a substituir as suas centrais de carvão e, assim, atenuar a poluição atmosférica.
Perante a invasão pela Rússia da Ucrânia, no início deste ano, e a utilização do seu domínio energético para exercer pressão económica e política sobre as nações europeias, os países, nomeadamente a Polónia, sentiram ainda mais urgência em procurar fontes de energia alternativas.
Dias depois de a Polónia ter anunciado que tinha escolhido os EUA e a Westinghouse para construir a sua primeira central nuclear, o país anunciou a assinatura de um novo memorando de entendimento, pelo ministro polaco dos bens estatais e vice-primeiro-ministro, Jacek Sasin, e pelo ministro sul-coreano do comércio, indústria e energia, Lee Chang-Yang.
Em Seul, funcionários dos governos polaco e sul-coreano, assim como de empresas energéticas (as polacas PGE e ZE PAK, e a coreana Korea Hydro & Nuclear Power), reuniram-se para assinar o acordo que oficializa a parceria para o desenvolvimento da segunda central nuclear. De acordo com o Associated Press, esta será construída com tecnologia coreana, em Patnow, no sudoeste da Polónia, a cerca de 230 quilómetros de Varsóvia, e verá o seu contrato vinculativo assinado no próximo ano.
Diminuir a dependência energética é apenas um dos objetivos da Polónia
Se, por um lado, a Polónia pretende reduzir as suas emissões de carbono e procurar segurança energética, por outro, a Coreia do Sul acredita que este projeto poderá ser uma forma pertinente de relançar a indústria de energia nuclear do país. Afinal, o seu último acordo de exportação data o ano de 2009, e foi assinado com os Emirados Árabes Unidos.
Para o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, o acordo é um “investimento estratégico”, que tem como objetivo reforçar a “soberania no domínio da segurança energética” da Polónia.