O programa espacial russo aposta muito na família de foguetões Angara, em desenvolvimento há mais de 20 anos. Um novo teste aconteceu no passado dia 27 de dezembro, com o voo do Angara. É precisamente este foguetão que agora se revela um problema.
O Angara 5 falhou e está descontrolado e rumo à Terra. O pior é que não parece ser possível calcular nem quando e nem onde este foguetão vai cair. Há algumas possibilidades já avançadas, mas ainda nenhuma certeza.
Foi no passado dia 27 de dezembro que o mais recente teste com foguetão Angara foi realizado. Este pretendia avaliar o estágio de desenvolvimento deste projeto, tendo sido colocado uma carga real, para assim simular as condições finais.
Tendo levantado voo da estação espacial de Plesetsk, a noroeste da Rússia, a 27 de dezembro deveria testar um novo módulo da estrutura, conhecido como o propulsor Persei. Segundo as autoridades russas o lançamento foi um sucesso, mesmo com alguns problemas à mistura.
Liberado vídeo do lançamento de teste realizado ontem em Plesetsk do novo veículo de lançamento russo #AngaraA5 🚀
— 😷 Lilian Mascarenhas ( Em 🏡) (@Mascarenhas1989) December 28, 2021
No próximo ano, prevê-se a conclusão das obras de construção da plataforma de lançamento deste tipo de foguete no Cosmódromo de #Vostochny#Roscosmos pic.twitter.com/j0jNCNPZ5O
A verdade é que os motores do segundo estágio dispararam apenas por dois segundos, já perto do seu destino final, antes de se desligar por completo. Isso deixou o Angara 5 sem propulsão, o que o fez ficar numa órbita baixa. Isso vai resultar numa perda de velocidade, o que o fará cair.
As previsões iniciais apontavam para que a reentrada fosse realizada à 17:44, tendo sido depois alterada. A mais recente previsão apontava para as 20:17 (hora de Lisboa) e a acontecer sobre o Mar Cáspio, entre a Europa e a Ásia.
A boa notícia é que essa reentrada deve destruir a maior parte do foguete Angara 5. Devido ao módulo do foguete em queda, que rondará as quatro toneladas sem combustível, parte podem atingir a terra. Por norma, são as partes reforçadas, como os depósitos de combustível, a resistirem.
Esta não é uma situação nova e já recentemente o foguetão chinês Longa Marcha 5B causou alguma tensão e muita especulação. Neste caso acabou por cair no Oceano Índico, sem causar problemas.