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Madeira cultivada em laboratório? Podemos estar perto do fim do abate de árvores

Para muitos, a preservação do ambiente é essencial para a vida humana no geral. Por isso, empresas e investigadores têm procurado poupá-lo, sugerindo alternativas a ações que o estão a condenar. Desta vez, sabe-se que há cientistas a cultivar madeira em laboratório.

Dessa forma, poderá vir a não ser necessário abater árvores.


A par de outras intervenções protagonizadas pelo ser humano para proveito próprio, a desflorestação representa um problema que está ainda por resolver. Para dar resposta a uma vasta panóplia de necessidades, abatemos árvores e transformamos a matéria em muito mais do que apenas resmas de papel.

Uma equipa de investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) afirma que a madeira cultivada em laboratório pode substituir a madeira real nos produtos. Para descobrir isso, a equipa realizou uma experiência na qual deu propriedades semelhantes às das células estaminais a células vegetais normais.

Os investigadores extraíram células das folhas de uma planta chamada zinnia e armazenaram-nas num líquido durante alguns dias. Posteriormente, trataram as células num gel enriquecido com nutrientes e hormonas. Depois de um tempo, as células deram origem a novas, mas vegetais.

Zinnia, uma planta da família Asteraceae, encontrada essencialmente do sudoeste dos Estados Unidos até à América do Sul

Durante os testes, os investigadores perceberam que, ao alterar a concentração hormonal no gel, era possível controlar as propriedades físicas e mecânicas das células criadas. Isto, porque o material vegetal que continhas altas concentrações de hormonas tornou-se rígido.

No corpo humano, existem hormonas que determinam como as suas células se desenvolvem e como certos traços emergem. Da mesma forma, ao alterar as concentrações hormonais no caldo de nutrientes, as células vegetais respondem de forma diferente. Apenas manipulando estas pequenas quantidades químicas, podemos provocar mudanças bastante dramáticas em termos de resultados físicos-

Explicou Ashley Beckwith, investigador principal.

 

Madeira que não implica o abate de árvores

A equipa de investigadores do MIT imprimiu em 3D estruturas concebidas a partir das células cultivadas, utilizando um método de bioimpressão, e incubou o material. Depois de três meses, a madeira que se criou a partir dessa impressão sobreviveu e, mais do que isso, cresceu consideravelmente. Aliás, o ritmo de crescimento foi duas vezes superior ao de uma árvore comum.

A ideia é que se pode cultivar estes materiais vegetais exatamente na forma que se necessita, pelo que não é necessário fazer nenhum fabrico subtrativo após o facto, o que reduz a quantidade de energia e desperdício.

Esclareceu Beckwith.

Se agora a fabricação de mobiliário promove a perda de cerca de 30% do total da madeira, a técnica proposta pelos investigadores do MIT não gera qualquer desperdício. Portanto, se resultar para uma produção em massa, futuramente, podemos passar a utilizar madeira cultivada em laboratório e garantir que não são abatidas e desperdiçadas árvores.

 

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