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Consultora da Shell denuncia comportamento anti-ecológico

Numa altura em que as empresas pretendem fazer parte da corrente e participar com medidas para o combate às alterações climáticas, uma consultora da Shell denunciou as duas faces contraditórias que esta tem vindo a revelar.

A par disto, a consultora demitiu-se e parou de trabalhar com a petrolífera.


Depois de 10 anos de parceria, uma consultora de segurança da Shell demitiu-se, acusando a petrolífera de “conversa dupla”. Isto, porque, apesar de alegar que quer reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa, tem explorado novas fontes de combustíveis fósseis.

De nome Caroline Dennett, a consultora diz ter trabalhado com a Shell durante mais de 10 anos, mas que desiste por causa da conversa da petrolífera relativamente ao clima. De saída, Caroline apelou a que outros na indústria dos combustíveis fósseis façam o mesmo.

Eles sabem que a extração contínua de petróleo e gás causa danos extremos ao nosso clima, ao nosso ambiente, e às pessoas. E o que eles alguma vez dizem, a Shell simplesmente não se está a dissolver nos combustíveis fósseis.

Explicou a consultora numa publicação no LinkedIn.

Por sua vez, a Shell revelou ter estabelecido objetivos a curto, médio e longo prazo e que tem “toda a intenção” de os cumprir. Aliás, a petrolífera alega estar empenhada em alcançar as emissões líquidas zero até 2050.

Já estamos a investir milhares de milhões de dólares em energia com baixo teor de carbono, embora o mundo ainda vá precisar de petróleo e gás durante décadas em sectores que não podem ser facilmente descarbonizados.

Ao Associated Press, Dennett disse que “uma coisa é apoiar uma empresa para, esperemos, fazer a transição para fontes de energia alternativas e garantir que estas operam em segurança […] outra coisa é apoiar de facto novos projetos de petróleo e gás”.

Além da conversa dupla da Shell, Dennett também revelou que as mudanças climáticas nunca foi tema para aqueles que estão na linha da frente da petrolífera.

Provavelmente está a acontecer na equipa de relações públicas e na equipa de marketing e branding, mas não está a acontecer nas divisões operacionais, tanto quanto me é dado ver.

Por fim, Dennett partilhou que se sentia privilegiada por poder abandonar a Shell, reconhecendo que para outros poderá não ser tão fácil, ainda que discordem do rumo da empresa.

 

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