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Aquecimento global com impactos irreversíveis, segundo novo relatório do IPCC

São muitos os assuntos sobre os quais temos de estar atentos, neste momento. Contudo, embora não esteja na agenda pública, as alterações climáticas não podem ser um tópico esquecido. Aliás, um novo relatório do IPCC alerta para os impactos irreversíveis do aquecimento global.

Apesar do cenário desastroso, os autores acreditam que ainda poderão haver soluções.


O Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) é um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) que estuda a evidência científica relativamente às alterações climáticas. De acordo com um novo relatório, muitos dos impactos do aquecimento global são, agora, irreversíveis.

De acordo com o novo estudo do IPCC, os seres humanos e a natureza estão a ser empurrados para além das suas capacidades de adaptação, e mais de 40% da população mundial é “altamente vulnerável” ao clima e ao impacto do aquecimento global.

O nosso relatório indica claramente que os locais onde as pessoas vivem e trabalham podem deixar de existir, que os ecossistemas e as espécies com que todos crescemos e que são centrais para as nossas culturas e informam as nossas línguas podem desaparecer.

Por isso, este é realmente um momento-chave. O nosso relatório aponta muito claramente: esta é a década de ação, se quisermos dar a volta às coisas.

Alerta a professora Debra Roberts, copresidente do IPCC.

Impactos do aquecimento global preocupam cientistas

Este novo relatório é o segundo de três análises a serem feitas pelo IPCC. Em agosto do ano passado, aquando do lançamento da primeira análise, os investigadores do clima destacaram a escala do impacto que os seres humanos estavam a ter sobre o clima, contribuindo para o aquecimento global.

Por sua vez, e de acordo com a BBC News, esta segunda avaliação destaca as causas, os impactos e as soluções para as alterações climáticas e, consequentemente, para o aquecimento global. Além disso, explica, pela primeira vez, o impacto que um mundo mais quente está a ter em todos os seres vivos na Terra, de forma aprofundada.

Apesar do cenário pessimista sugerido pelo novo relatório, os cientistas dizem que há esperança na redução das perdas, caso o aumento das temperaturas se mantiver abaixo de 1,5º C.

Embora o relatório aponte consequências severas, como a morte de seres humanos devido ao calor extremo, os autores dizem que ainda existe tempo (ainda que pouco) para evitar o pior cenário.

Uma das coisas que penso ser realmente clara no relatório é que sim, as coisas estão más, mas na verdade, o futuro depende de nós, não do clima.

Disse Helen Adams, do King’s College e uma das principais autoras do relatório.

Seres humanos poderão sair muito prejudicados

O novo relatório aponta que os impactos do aquecimento global estão já a ultrapassar a capacidade que muitas pessoas têm para lidar com ele. Aliás, o relatório mostra que eventos extremos, como inundações e ondas de calor, estão a atingir os seres vivos de forma mais preocupante do que aquela que foi prevista anteriormente.

Apesar de se fazerem sentir um pouco por todo o mundo, há regiões do globo que sofrem mais do que outras com as alterações climáticas. Por exemplo, entre 2010 e 2020, 15 vezes mais pessoas morreram devido a inundações, tempestades e secas, em regiões vulneráveis, como partes de África, Ásia do Sul e América Central e do Sul.

Além disso, os corais estão a ser branqueados e a morrer devido ao aumento das temperaturas, enquanto que as árvores estão a ceder face à seca. Conforme tantas vezes mencionado, a subida contínua e acelerada do nível do mar irá atingir cada vez mais povoações costeiras.

Tendo em conta os cenários, o IPCC espera que, nas próximas décadas, mais de mil milhões de pessoas estejam em risco devido aos impactos das alterações climáticas nas zonas costeiras.

Os factos são inegáveis. Esta renúncia à liderança é criminosa. Os maiores poluidores do mundo são culpados de fogo posto da nossa única casa.

Disse o secretário-geral da ONU António Guterres.

 

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