Carlos Friaças – IPv6 2011
No início do ano passado as previsões de esgotamento da reserva mundial de endereçamento IPv4 público apontavam para 2011. Agora vemos que as previsões se confirmam e estamos virtualmente a alguns dias dessa reserva chegar a zero. Basta apenas um pedido de qualquer um dos cinco RIRs (Regional Internet Registries) para que a IANA fique sem mais blocos IPv4 para atribuir. Isto porque está estabelecida uma política que distribui os últimos cinco blocos igualmente pelos cinco RIRs.
Embora este iminente acontecimento não vá despoletar uma corrida à implantação do IPv6, é no entanto um sério aviso, em função do previsível esgotamento das reservas dos RIRs. E para qualquer organização portuguesa que necessite de uma quantidade razoável de endereçamento público o que importará monitorizar é a altura em que o RIPE/NCC ficará também sem qualquer bloco IPv4 para atribuir aos seus membros (ISPs, sobretudo).
O estado da implantação do IPv6 em Portugal continua a não ser muito diferente do que está a acontecer na maioria dos restantes países europeus. A grande motivação para a adopção do IPv6 continua a ser a muito previsível impossibilidade de obter espaço de endereçamento IPv4 público adicional.
Para quem já acede a serviços ou os disponibiliza através da nova geração de endereçamento IP, a principal dificuldade continua a ser a falta de adesão de outras organizações, que permita ampliar decisivamente a utilização da nova versão do protocolo. Isso irá revelar um maior número de ocorrências e permitirá melhorar a forma como o IPv6 será usado.
A conectividade IPv6 pode ser já encontrada em alguns ambientes de centro de dados, em Universidades ou organizações que privilegiam a inovação e a diferenciação dos seus serviços. A generalidade dos ISPs portugueses, mesmo já tendo obtido endereçamento IPv6 do RIPE/NCC, não o está ainda a utilizar efectivamente nas suas redes. Isto poderá ser principalmente um resultado das fragilidades que os seus equipamentos (e os dos seus clientes) já instalados no terreno ainda possam ter no campo do IPv6. É preciso não esquecer que apesar das semelhanças com o IPv4, o suporte e a adaptação a um novo protocolo implicam sempre alguns custos para os fabricantes de equipamentos de rede, e por consequência aos prestadores de serviços e aos seus consumidores finais.
A necessidade de transparência para o utilizador final quando uma rede/serviço passa a utilizar o protocolo IPv6 é uma variável que não foi alterada desde o ano passado. Os consumidores em geral poderão durante 2011 ouvir falar do problema da exaustão do IPv4, e da necessidade de uma utilização mais alargada do protocolo IPv6. Este é no entanto um problema que terá que ser resolvido por quem presta o serviço, e não por quem o recebe.
Uma última referência para iniciativas como a da Google (Google Over IPv6) ou do Facebook (www.v6.facebook.com), que contribuem para a ampliação da utilização do IPv6, ao mesmo tempo que se vai provando que o protocolo IPv6 está suficiente maduro para que seja usado à escala global. Prova disso é a recente iniciativa da ISOC (Internet Society) em cooperação com algumas das maiores empresas do ramo Internet, como a Google, o Facebook, a Akamai e o Yahoo, entre outras. Em 8 de Junho deste ano, será realizado o «World IPv6 Day», que será uma primeira tentativa, durante 24 horas de ter o protocolo IPv6 a funcionar em paralelo com o IPv4, nas infra-estruturas das organizações aderentes.
* Carlos Friaças - Network Engineer
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O pior é que os clientes vão ver na factura “Taxa de ipv6” E vão reclamar que não pediram nada de ipv6. Tem de haver informação clara para mostrar ao cliente esta necessidade. Mas acredito que os telejornais farão um bom trabalho, como sempre, a anunciar o fim do mundo se não mudarmos para ipv6, tal como fazem com gripes das aves, dos suínos, etc…
Pois, mas haver custo por parte dos clientes para mudar para IPv& é injusto.
Também não concordo com a aplicação de qualquer tipo de taxas associadas à mudança para IPv6. Penso que na mensalidade já deve incluir uma margem para renovação de infra-estruturas.
Quanto ao processo de mudança, não me parece que estejam a ser suficientemente transparente. P/ ex. tenho assistido nos últimos tempos a uma grande demanda de avarias em routers cabo visão (nomeadamente os mais antigos e que provavelmente ainda não suportam IPv6), desta forma, o cliente liga a dizer que há um problema com a internet e prontamente se oferecem para se deslocar ao cliente para resolver o problema – sem pedirem qualquer tipo de testes (o “desliga e liga novamente” ou o “ligue o router a apenas um computador”)
Isso tem acontecido frequentemente é verdade, no entanto basta eles quererem que o problema fica resolvido.
No entanto, tentam sempre é que o cliente compre um router deles, SMC se não estou em erro…
Aconteceu isso em minha casa, já estava a ver que ia mandar a cabovisão aos porcos lol
Depois a parte mais engraçada, foi quando o “técnico” que cá veio, me estava a tentar convencer que o problema era do meu router e não deles lol
Pois mas essa do é problema meu nao cola que o router tinha era um problema de firmware e nao havia nova firmware para o resolver, foi trocado de imediatoe eles que se livrem de me combrar alguma coisa pela treta de router SMC que vendem …
Bem, se isto for à moda dos Portugueses só se irá fazer a transferência quando já existir uma crise mundial… É nestas alturas que a ditadura funciona…
Terá que ser uma empresa de grande renome a impor um prazo, a partir do qual toda a gente terá de usar o IPv6… custa ao inicio, mas depois já se sabe…
Isto envolve taxas ?
a única dúvida com que fico é se este protocolo é aberto ou pago… ou se existem várias versões, como nas redes industriais, e só algumas é que são abertas.
ipv6 é um protocolo como qualquer outro, que por acaso vem suceder ao ipv4 (actual), o ipv4 não desaparece, simplesmente cai em desuso. No caso particular de Portugal, sei que grande parte do backbone da PT encontra-se preparado ou quase preparado para dar Ipv6 a toda a gente. Foi afirmado publicamente.
Não faz sentido haver taxas até porque é uma evolução natural de um protocolo, e para quem não sabe, alugar espaço de endereçamento á ripe ou a um ISP não fica nada barato, isto é, pedir um IP fixo, ou uma gama de IP’s para endereçamento público.
http://www.telecom.pt/ipv6/index.html
Se existir taxa não é nada justo para o consumidor que já paga o seu serviço ao operador, supondo-se que os custos da sua manutenção estejam agregados.
Antes de mais quero agradecer em nome do pplware ao Carlos Friaças pela disponibilidade e testemunho sobre o IPv6 em Portugal.
Aproveito para deixar um vídeo “musical” sobre o tema
https://www.youtube.com/watch?v=_y36fG2Oba0&feature=player_embedded
muito bom 😀
no artigo dizem que a responsabilidade será de quem presta o serviço WEB, nós clientes não poderemos fazer mais nada se não esperar ??