Dez vezes mais utilizadores por Hotspot wifi…
….graças ao desenvolvimento de uma solução desenvolvida pela empresa portuguesa streambolico
As comunicações móveis são hoje a tendência e estão a crescer a um ritmo avassalador. Segundo dados disponibilizados pela Cisco (ver aqui), prevê-se que até 2016 o tráfego de dados móveis venha a crescer cerca de 18 vezes. Além disso, os utilizadores querem cada vez mais aceder a vídeos e outros conteúdos multimédia, em tempo real e a qualquer momento, a partir de qualquer parte e em qualquer plataforma móvel, seja o portátil, o smartphone ou o IPad. Este aumento da procura no mercado de banda larga móvel coloca grandes desafios aos operadores de telecomunicações, que têm de controlar os custos elevados da infra-estrutura e conseguir satisfazer mais clientes com os equipamentos já instalados.
Nesse sentido, a empresa streambolico criou um tecnologia que permite aumentar até 10 vezes o número de utilizadores ligados a um ponto de acesso wireless, garantindo o acesso a conteúdos multimédia de uma forma estável e sem quebras de comunicação.
Actualmente, os pontos de acesso wifi só conseguem fornecer vídeo de alta qualidade a um número muito limitado de clientes (tipicamente cinco a oito). A tecnologia desenvolvida pela streambolico (spin-off da Universidade do Porto e no Instituto de Telecomunicações), permite aumentar até 10 vezes o número de utilizadores que, a partir do mesmo ponto de acesso wireless, podem aceder a um fluxo contínuo de vídeo ou de dados em tempo real.
Quando os pacotes de dados são enviados através do canal de comunicação sem fios, o ruído gerado no canal pode traduzir-se em perda de pacotes de dados. No caso de transmissão/visualização de vídeo, apesar de não ser grave uma vez que recorre ao protocolo UDP, o conteúdo apresentado aparece com pior qualidade (por exemplo, no vídeo começam a aparecer quadrados por falta de informação) e alguns serviços podem mesmo bloquear temporariamente à espera de novos pacotes de informação.
A solução convencional poderia passar por retransmitir, para cada utilizador, os pacotes perdidos, abandonando assim o protocolo UDP e passando a usar o protocolo TCP. No entanto, a utilização do protocolo TCP em comunicações de dados em tempo real não é aceitável devido aos aos atrasos associados à comunicação (imaginem por exemplo que estão a ver um concerto via Web, em tempo real da Shakira e a um determinado momento (quando esta cantava o Waka Waka) houve perda de pacotes na rede. Devido ao número de pacotes a reenviar, para os vários utilizadores, quando o utilizador recebesse os pacotes perdidos já o concerto estava certamente numa outra fase.
A tecnologia desenvolvida pela streambolico recorre ao multicast, tendo sido criado um mecanismo de recuperação das perdas altamente eficiente , tendo em conta requisitos de tempo real e porque o multicast ao nível do wifi não possui nenhum mecanismo de fiabilidade. Assim , em vez do ponto de acesso (S) fazer retransmissões separadas para cada utilizador é gerado um único pacote codificado, que combina a informação de todos os pacotes perdidos (para os vários utilizadores). Ao receber esse pacote codificado, cada receptor terá a capacidade de extrair os dados que precisa, combinando esse informação com os outros dados que recebeu anteriormente.
A aplicação mais imediata é a transmissão de vídeo através de pontos de acesso wifi, particularmente em espaços públicos com grandes aglomerações de pessoas (estádios, hotéis, aeroportos, escolas ou hospitais). Contudo, existem muitas outras aplicações, por exemplo transmissão de dados sem fios em data centers, sistemas de tempo real em fábricas, ou jogos e aplicações de redes sociais com vários utilizadores em dispositivos móveis. Ao aumentar a fiabilidade das comunicações sem fios, esta tecnologia permite reduzir a cablagem e o peso associado, por exemplo em aviões e transportes públicos, o que se traduz na redução de custos e do consumo de combustível. Este ano, submetemos um pedido de patente internacional e criamos uma startup a Streambolico, que já teve um primeiro cliente americano, criou postos de trabalho e está a realizar a prova de conceito com grandes operadores de telecomunicações.
A Streambolico é uma Spin-Off da Universidade do Porto e do Instituto de Telecomunicações, que está sediada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto. Estamos agora a preparar o aumento de capital para atacarmos os mercados internacionais.
Este artigo tem mais de um ano
Peço desculpa pelo reparo mas incomoda-me que o “IPad” seja várias vezes tomado como um grupo geral de equipamentos, a meu ver não existe só o “IPad”.
Nesta frase: “…seja o portátil, o smartphone ou o IPad.” não deveria estar tablet?
Estou com o Bruno nesta…
Bruno Martins, ia exactamente referir isso no meu comentário. Vejo que não fui o único a reparar.. Já era tempo de acabar com essa generalização, no mercado só conheço o segmento dos tablets, o iPad simplesmente se insere nele.
Vocês ainda são banidos deste sítio por disserem que existem tabletes para além do aipéde.
kakaka
Mike Litoris olha que não, são banidos se disserem mal, pois não devem dizer mal mas sim criticar positivamente ou negativamente, de qualquer coisa 😉
Quem diz mal das coisas é velha alcoviteira! 😀
@Vítor M.,
Foi simplesmente uma brincadeira, nada mais que isso. Como é óbvio, vcs não iriam banir um vosso leitor, apenas por não seguirem a mesma “devoção” pela eiple que algumas das pessoas que escrevem para este sítio.
isso é uma verdade. apesar de maior parte das vezes já nao ligar a nada disso. podemos ouvir nas lojas as pessoas a pedir ipads de outras marcas:”…tem o ipad da samsung?” ou “…onde tem os ipod mais baratos, aqueles k nao sao daquela marca cara?” nem sabem que é apple.
Este tipo de comentario é comum e a culpa é principalmente dos media, e sites e blogs k aplicam o termo ipad para indicar tablets em geral. nao sou anti apple, até pq gosto dos equipamentos deles, mas deveria ser aqui e outros sitios indenticos k deveriam dar o exemplo e aplicar os termos correctos.
haha, essa do ipad da samsung faz-me lembrar um pai uma vez na media markt á procura “daquela playstation branca”! (era uma xbox).
Realmente são mais as vezes que ouço as pessoas a dizerem que querem um iPad que um tablet. Está formalmente no léxico das pessoas o termo iPad para referir tablet.
Grande parte delas compra um tablet com intuito de um dia comprar um iPad.
Como durex no Brasil, né?
O artigo poderia ter referido que esta tecnologia venceu o concurso nacional BES Inovação 2012.
Hugo, já foste uma mais valia, por isso é que nós temos os melhores visitantes da Internet em língua portuguesa, pois eles complementam o que o artigos deixou por dizer. Obrigado.
“em qualquer plataforma móvel, seja o portátil, o smartphone ou o IPad”
E tablets, poderão ser considerados plataformas móveis?
Bem podia ter escrito: “o MacBook, o iPhone ou o iPad” que pelo menos ganhava pontos para a coerência!
(Enviado através de um tablet da Apple)