O conceito Hyperloop criado pelo visionário Elon Musk surgiu, resumidamente, como um meio de transporte ultra rápido subterrâneo para ser utilizado por pessoas. Depois do conceito, a Virgin agarrou na tecnologia e quis levar a adiante até ter um produto estruturado de transporte de pessoas. No entanto, depois de alguns testes já levados a cabo com sucesso, o Virgin Hyperloop parece ter perdido a força de desenvolvimento.
A empresa despediu mais de 100 funcionários e estará agora virada para o transporte de mercadorias.
Foi em novembro de 2020 que a Virgin Hyperloop fez história, ao completar a primeira viagem tripulada. Na verdade, não foi propriamente uma viagem a alta velocidade considerando que a velocidade máxima atingida foi de 160 km/h, no entanto, o tubo tinha apenas 500 metros.
Mudança de planos na Virgin Hyperloop
Apesar deste avanço, a empresa acabou de demitir quase metade da sua equipa, com um corte de 111 empregos. Esta informação foi confirmada ao The Financial Times, por um antigo funcionário da empresa.
Estes despedimentos acontecem ao mesmo tempo que o foco da empresa muda para o transporte de mercadorias, ao invés do transporte de passageiros, devido a circunstâncias inesperadas no desenvolvimento de toda a tecnologia inerente.
Previa-se em 2017 que o sistema de transportes estaria disponível em 2020. O tempo passou e esse prazo foi alargado para 2021. Estamos em 2022 e esta notícia de hoje parece indicar que o sistema de transporte ultra rápido subterrâneo ainda vai demorar mais alguns anos até estar disponível…
COVID, encargos e segurança
Um porta-voz da Virgin Hyperloop disse ao FT que os cortes recentes permitiriam à empresa “responder de maneira mais ágil e rápida, e de forma mais económica” e que a decisão de perder tantos funcionários de uma só vez não foi “tomada de ânimo leve”. O porta-voz disse que a mudança de foco para mercadorias em vez de passageiros “realmente tem mais a ver com questões globais da cadeia de abastecimento e com todas as mudanças devido à COVID”.
O transporte de mercadorias em vez de pessoas simplificará os encargos regulatórios e de segurança, de acordo com a DP World – um grupo de logística estatal dos Emirados que possui uma participação de 76% na Virgin Hyperloop.
“Está bem claro que os clientes em potencial estão interessados em mercadorias, enquanto os passageiros estão um pouco mais distantes”, disse a DP World ao FT. “O foco em paletes é mais fácil de fazer – há menos risco para os passageiros e menos processo regulatório”.
A Virgin Hyperloop estará já em negociações com 15 potenciais clientes para transporte de cargas com o governo da Arábia Saudita que estará a ponderar criar uma rota de ligação entre a cidade portuária de Jeddah e a capital Riad.