A Euro 7 anunciada pela União Europeia (UE) não foi recebida da melhor forma pelas fabricantes, que viram os seus planos bruscamente postos em causa. Em meio do descontentamento, aquela decidiu suavizar os objetivos listados na norma.
As fabricantes, outrora descontentes, veem-se, agora, menos pressionadas.
A partir de 2035, a UE proibirá a venda de automóveis novos com motor de combustão interna. Esta exigência surge no sentido de promover uma eletrificação das frotas dos estados-membros, de modo a reduzir as emissões de dióxido de carbono associadas à Europa e, especificamente, ao transporte.
Perante a apresentação deste objetivo, na altura, algumas fabricantes demonstraram o seu desagrado, sublinhando que se trata de uma meta demasiado ambiciosa, que anteciparia o desaparecimento dos carros térmicos e, consequentemente, golpearia a indústria automóvel.
A pressão que os grandes grupos do setor têm vindo a exercer sobre a União Europeia, devido à Euro 7, motivou o repensar da decisão. Assim, as autoridades europeias concordaram com uma revisão das regras e, nesse sentido, decidiram suavizar algumas medidas.
Euro 7 mais branda a pedido das fabricantes da UE
Tendo em conta a atual situação sociopolítica e económica, que inclui a guerra na Ucrânia e a crise económica provocada pela invasão, a Comissão Europeia aceitou “rever algumas medidas” da nova norma Euro 7. Apesar de não ter cedido em relação ao fim da comercialização de carros com motores de combustão interna, a partir de 2035, a UE decidiu reduzir a pressão que vinha a exercer sobre as fabricantes.
De acordo com o Político, que teve acesso a uma cópia da legislação em preparação, as autoridades europeias vão minimizar os custos associados à investigação e ao desenvolvimento de novos motores a combustão. Assim, não precisando de investir milhões de euros em novos motores de combustão interna – que viram os preços das suas matérias-primas e da energia aumentados -, as fabricantes podem focar-se no desenvolvimento de veículos elétrico, desde investigação no campo das baterias até à reformulação ou construção de fábricas para a nova realidade. De outra forma, estariam a investir em motores que, em 10 anos, não poderão ser comercializados.
As reações à decisão da UE já começaram a surgir e, segundo a Transport & Environment, “os lucros das fabricantes foram priorizados face à saúde de milhões de pessoas”.
Embora a sua apresentação estivesse prevista para o dia 28 de outubro, a nova norma Euro 7 será revelada a 9 de novembro deste ano, e a sua implementação continua a estar prevista para 2025, ou 2026.
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