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UE dá uma trégua e adia a norma de emissões Euro 7 até 2030

Os fabricantes de automóveis estavam pressionados pela União Europeia (UE) que exigia a implementação da norma Euro 7 já a partir de 2024. As novas regras estabelecem critérios rigorosos que os fabricantes devem seguir para garantir a redução da poluição atmosférica e a melhoria da qualidade do ar. Contudo, tal exigência seria impossível de concretizar nos prazos, pelo que a UE adiou a implementação para 2030. Mas o que muda com a Euro 7?


O que é a norma euro 7?

A Norma Euro 7 é uma regulamentação estabelecida pela UE com o objetivo de definir os padrões de emissões e desempenho dos veículos automóveis. Esta estabelece critérios rigorosos que os fabricantes de automóveis devem seguir para garantir a redução da poluição atmosférica e a melhoria da qualidade do ar.

Esta norma, que irá regular as emissões poluentes dos automóveis, furgões comerciais e veículos pesados, camiões e autocarros, à venda nos países da União Europeia, representa um marco significativo na procura por um futuro mais sustentável e saudável. A intenção da UE seria iniciar esta transformação já a partir de 2024.

Com as novas regras, espera-se uma redução significativa da poluição atmosférica e das emissões de gases nocivos antes de 2035, bem como uma melhoria na segurança dos veículos.

Uma das previsões relativas a esta norma, foca-se na redução de emissões de NOx: redução de 35% para veículos leves e 56% para veículos pesados até 2035. Adicionalmente, estima-se uma redução de 13% nas partículas para veículos leves e 39% para veículos pesados.

Trégua ao setor automóvel europeu fortemente ameaçado

Depois de muito tempo com o medo instalado no corpo pelas decisões da Comissão de Transportes da União Europeia em referência à entrada em vigor da nova norma de emissões Euro 7, esta finalmente não entrará em vigor em meados da década como foi planeado, mas em 2030.

A decisão poderá estar relacionada com os muitos alertas deixados pelos fabricantes de automóveis. Segundo o setor, os fabricantes estavam a ser submetidos a uma pressão e assédio incomportável pela Comissão de Transportes da União Europeia.

Os alertas referiram claramente que para atingir as exigências da Norma Euro 7, seria necessário um investimento considerável para adaptar os motores de combustão às novas e mais exigentes normas de homologação e a imposição forçada dos carros elétricos, com a China no meio, aproximaram este setor do abismo da ruína.

Dificuldades em eletrificar são maiores do que o imaginado?

A realidade já se impôs ao organismo europeu, que começa a ver que as suas políticas restritivas, que afetam os seus cidadãos, não são assim tão fáceis de concretizar em apenas uma década.

Se no final de 2023 foi decidido que o novo Euro 7 entraria em vigor em 2026 e com um regulamento mais laxista para os carros novos, agora o Parlamento Europeu, que tem a última palavra, deu um passo de gigante ao adiar a entrada em vigor deste controverso regulamento para 2030. O regulamento entrará em vigor cinco anos mais tarde do que o previsto.

Bosch: 35 anos para eletrificar todos os carros do mundo

Um dos principais players do mercado automóvel e legitimamente uma das empresas com responsabilidade direta na evolução do setor, a Bosch, tem uma visão sobre o futuro da eletrificação do parque automóvel.

O CEO da gigante alemã deixou uma radiografia exata do que é a realidade, deixando a porta aberta para as regras serem sérias, ou apenas um sonho que acaba por se desmoronar. Segundo Stefan Hartung, atualmente, existem 1,4 mil milhões de veículos no mundo, a maioria dos quais com motores de combustão. Se continuarmos ao ritmo atual, quanto tempo demorará até que o mundo se torne, de facto, uma sociedade totalmente elétrica na estrada?

Nas suas declarações, Hartung afirmou:

Atualmente, são produzidos 90 milhões de carros por ano e, embora as vendas de carros eléctricos venham a aumentar, será em ondas. Se convertêssemos imediatamente todos os carros com escape [para eléctricos], seriam necessários cerca de 16 anos na Europa e, a nível mundial, entre 30 e 35 anos.

Estas declarações “destroem” o sonho da Comissão dos Transportes.

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