A Toyota não quer apostar as cartas todos nos carros elétricos, contrariamente a outras fabricantes. Por isso, tem explorado alternativas aos combustíveis fósseis. Depois da odisseia do hidrogénio, a marca apresentou um “motor reinventado”, pronto para o combustível verde.
Durante uma apresentação de três horas num salão de Tóquio, na terça-feira, a Toyota anunciou que iria oferecer motores compactos capazes de funcionar com combustíveis verdes, como o hidrogénio e o bioetanol, ou passíveis de serem combinados com motores elétricos de emissões zero, em modelos híbridos.
O diretor-executivo da Toyota, Koji Sato, afirmou que o “motor está otimizado para a era da eletrificação”, na esperança de ajudar a empurrar o mundo para a “neutralidade carbónica”.
Conforme recordado pela Associated Press, esta iniciativa surge numa altura em que muitos concorrentes da indústria automóvel estão a promover veículos totalmente elétricos, apresentando novas propostas. No entanto, a Toyota não tem mostrado a mesma confiança nos modelos totalmente elétricos.
Ainda assim, a fabricante já conta com carros híbridos no seu catálogo: o Prius, por exemplo, combina um motor a gasolina e um motor elétrico, alternando entre os dois para proporcionar uma condução mais limpa.
Os aliados nacionais Subaru e Mazda, que estão a preparar motores ecológicos concebidos para cumprir as normas de emissões que se avizinham, juntaram-se à apresentação da Toyota, designada “workshop multi-caminhos”.
Cada empresa quer ganhar, mas podemos ser mais rápidos se trabalharmos em conjunto.
Disse Koji Sato.
Apesar de ter mostrado o “motor reinventado”, a Toyota não revelou pormenores sobre a data de chegada ao mercado.
No mesmo evento, os executivos da Toyota afirmaram que as condições de fornecimento de energia diferem a nível mundial, acrescentando que os produtos têm de satisfazer as várias necessidades dos clientes e que os investimentos necessários para a produção em massa de elétricos a bateria são enormes.
Mais uma vez, a Toyota reforçou que uma mudança súbita para carros elétricos não é economicamente possível nem socialmente responsável. Conforme referiram os seus executivos, atualmente, estão em jogo 5,5 milhões de postos de trabalho na cadeia de abastecimento global para a produção de veículos no Japão.