Numa tendência que se prevê crescente, os SUV estão a conquistar as pessoas. Ao mesmo tempo, as cidades procuram ser mais verdes e seguras, por meio de bicicletas e ausência de carros. As duas vontades poderão estar a abalroar-se.
Os SUV têm conquistado o mercado e abatido outros tipos de carroçaria não apenas por serem visualmente aprazíveis, mas também por reunirem outras vantagens: mais espaço no interior e de bagageira, maior conforto, posição de condução mais elevada, maior sensação de segurança, etc.
Além disso, quando falamos de acidentes, apesar de ser mais suscetível a capotagens numa manobra de desvio, por exemplo, aquando de uma colisão frontal com um veículo menor e mais leve, os passageiros do SUV estarão em melhores lençóis.
Ciclistas e peões não têm hipótese contra os SUV
A história muda quando alteramos a narrativa e, em vez de colidir com outro carro, o SUV atinge ciclistas ou peões.
Conforme recorda o Xataka, em 2020, nos Estados Unidos da América (EUA), surgiram pedidos para banir os SUV das estradas das cidades. O argumento apontava problemas como a estrutura elevada, e a frente volumosa e mais agressiva, bem como a existência de muitos ângulos mortos para os condutores.
Ora, num mundo em que se apela à utilização da bicicleta como meio de transporte de eleição e se espera que as pessoas andem mais a pé, este pode ser, efetivamente, um problema a considerar.
Num atropelamento, o peão é atingido numa zona baixa. Contudo, se esse for protagonizado por um SUV, o impacto é normalmente na anca ou no peito, provocando ferimentos mais graves, ou aumentando a probabilidade de morte no acidente.
Segundo o Axios, os SUV são responsáveis pelo aumento do número de ciclistas que morre na estrada. Aliás, numa década, as mortes de peões e ciclistas aumentaram 51% e 48%, respetivamente.
De acordo com dados do Insurance Institute for Highway Safety (IIHS), em 2020, morreram 932 ciclistas, nos EUA, em comparação com 621, em 2010. Relativamente a peões, o número de mortes sobe para 6.516.
Com os ciclistas a aproveitarem as condições climatéricas mais quentes, dar um passeio de bicicleta não deve transformar-se numa sentença de morte.
Disse Cathy Chase, presidente do Advocates for Highway and Auto Safety.
Na perspetiva do IIHS, os SUV representam um perigo para os ciclistas, pois, em caso de acidente, estes são frequentemente atingidos exatamente no seu centro de gravidade, além de que podem ser projetados, aumentando as probabilidades de lesões graves na cabeça ou na coluna vertebral.
O número de ciclistas nas cidades vinha a aumentar, há alguns anos, mas a pandemia deu-lhe um forte impulso. Ao mesmo tempo, está a crescer o número de SUV nas estradas. Aparentemente, os dois ainda não sabem coabitar em segurança.
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