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Stellantis diz que abandonará as marcas que deixarem de ser rentáveis

No sentido de corrigir as fracas margens de lucro, o diretor-executivo da Stellantis diz que não hesitará em retirar da sua carteira de marcas aquelas que não forem rentáveis.


Após as margens diminuírem significativamente na América do Norte, o principal mercado de lucros da Stellantis, o grupo admitiu não “fazer cerimónia”, caso seja necessário abandonar alguma marca que não esteja a assegurar a rentabilidade necessária.

Se não derem lucro, fechamos as portas. Não nos podemos dar ao luxo de ter marcas que não dão lucro.

Disse Carlos Tavares, diretor-executivo da Stellantis, durante uma chamada para comunicação de resultados aos jornalistas, no dia 25 de julho.

Carlos Tavares, CEO da Stellantis

O lucro líquido da fabricante caiu 48% nos primeiros seis meses, para 5,6 mil milhões de euros. A sua margem operacional caiu para pouco menos de 10%, ficando abaixo da margem de dois dígitos que pretende alcançar para o ano inteiro.

Conforme partilhado por Carlos Tavares à Bloomberg, todas as marcas do grupo são ativos importantes e rentáveis, mas não há “absolutamente nenhum tabu” se o seu desempenho se deteriorar.

Na sua perspetiva, as marcas “estão cá para serem alavancadas”, pelo que, “caso não sejam capazes de rentabilizar o valor que representam, então, as decisões serão tomadas”.

A Stellantis não divulgou os números relativos a cada uma das marcas, exceto da Maserati, que registou um prejuízo operacional ajustado de 82 milhões de euros no primeiro semestre, de acordo com o Automotive News Europe.

Para alguns especialistas, a Stellantis pode ponderar vender a Maserati, enquanto outras marcas, como a Lancia ou a DS, poderiam ser eliminadas, dada a sua contribuição residual para as vendas globais do grupo.

Fazem parte do catálogo de empresas da Stellantis os seguintes nomes:

 

Stellantis não descarta a hipótese de encurtar o seu catálogo de marcas

Apesar de todas as fabricantes estarem a testemunhar um abrandamento na procura por carros, especialmente elétricos, os problemas são mais graves nos Estados Unidos, uma região-chave para os lucros da Stellantis, onde a empresa tem registado elevados níveis de inventário, uma série de saídas de executivos e problemas de qualidade que pesam sobre os lucros.

Os fracos resultados do primeiro semestre aumentam a pressão sobre Carlos Tavares, cujo pacote salarial de 40 milhões de dólares para o ano passado fez dele o diretor-executivo mais bem pago entre as fabricantes de automóveis tradicionais.

Durante o verão, a empresa trabalhará com a sua equipa americana, no sentido de melhorar a estratégia por lá. Afinal, “o trabalho está feito na Europa, [mas] não está feito nos Estados Unidos, e agora vamos tratar dele”.

Depois, em setembro, a Stellantis irá iniciar a venda de veículos elétricos da sua parceira chinesa Leapmotor em nove mercados europeus, incluindo a Alemanha, Reino Unido e Itália.

Segundo Natalie Knight, diretora financeira da Stellantis, são necessárias “medidas decisivas para enfrentar os desafios operacionais na América do Norte”.

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