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SpaceX e xAI estão a comprar as Cybertrucks da Tesla que ninguém quer

Anunciada como uma revolução no setor automóvel, a Cybertruck da Tesla está a revelar-se um desafio comercial enorme. As vendas estão muito aquém das expectativas, levando Elon Musk a adotar medidas pouco comuns para gerir o excesso de stock: vender Cybertrucks às suas outras empresas.


SpaceX e xAI compram Cybertrucks à Tesla

Há seis anos, a apresentação da Cybertruck deixou a indústria automóvel em estado de choque. Com um design arrojado, que parecia saído de um filme de ficção científica, a pick-up da Tesla gerou um entusiasmo imediato, traduzido em 200.000 reservas em apenas 72 horas.

Contudo, o que começou como uma promessa de disrupção transformou-se numa fonte de problemas. Desde falhas no pedal do acelerador a pneus que se desgastam prematuramente e componentes que se soltam com o veículo em movimento, a reputação da Cybertruck tem sido manchada por sucessivos problemas de qualidade.

O resultado é um desempenho de vendas desolador, que obrigou Elon Musk a encontrar soluções criativas para “esconder” os números.

A dificuldade da Tesla em escoar o stock do seu mais recente veículo já não é segredo para ninguém. Em 2023, Musk projetava a venda de 250.000 unidades anuais, mas a realidade tem sido bem diferente. Perante este cenário, o CEO da Tesla adotou uma estratégia peculiar: utilizar as suas outras empresas para adquirir as pick-ups que o público não está a comprar.

Segundo a Electrek, centenas de Cybertrucks foram recentemente entregues nas instalações da xAI, a sua empresa de inteligência artificial (IA). A SpaceX, a sua companhia aeroespacial, também está a renovar a sua frota. Wes Morrill, engenheiro-chefe do projeto Cybertruck, confirmou na rede social X que os veículos da SpaceX estão a ser substituídos por Cybertrucks, embora sem especificar o número de unidades envolvidas nesta transação interna.

Performance comercial dececionante

Apesar de a Tesla mostrar sinais de recuperação nas vendas globais, o mérito não pertence à sua pick-up. Em março deste ano, a empresa viu-se forçada a abrandar a linha de produção da Cybertruck após vender apenas 6500 unidades, realocando trabalhadores para a produção do bem-sucedido Model Y.

Os dados do terceiro trimestre do ano confirmam a tendência, com apenas 5385 unidades vendidas, um valor que representa uma queda acentuada face a períodos anteriores. As estimativas mais otimistas apontam para um total de 20.000 unidades vendidas este ano, um número residual quando comparado com o objetivo inicial de Musk, que ambicionava vender entre 250.000 e 500.000 Cybertrucks anualmente.

A acumulação de stock é um dos maiores desafios para qualquer fabricante automóvel, uma vez que imobiliza capital e recursos de produção e armazenamento. Com as Cybertrucks a amontoarem-se nos parques da empresa, a Tesla precisa urgentemente de encontrar uma saída, mesmo que isso implique vender o veículo abaixo do preço planeado.

Circulam rumores de que a empresa pondera lançar a Cybertruck na China, um mercado gigante que não estava nos planos iniciais, mas que poderia absorver o excesso de produção. No entanto, esta solução obrigaria a alterações significativas no design do veículo, considerado perigoso para os peões – a mesma razão pela qual a sua comercialização na Europa continua a ser inviável.

 

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