O caminho que a União Europeia (UE) quer traçar em matéria automóvel não é consensual e, desta vez, foi o diretor-executivo da alemã Mahle que criticou a estratégia definida.
Na Europa, o debate sobre a regulamentação “esvaziou a linha de desenvolvimento, esvaziou a linha de formação em engenharia, porque as pessoas estão a concentrar-se noutras tecnologias”, disse Arnd Franz, diretor-executivo da Mahle, no Congresso da Automotive News Europe, no dia 12 de junho.
Penso que isto pode ser um erro.
Disse o executivo da empresa alemã de componentes automóveis, criticando a regulamentação europeia proposta, por via da qual haverá uma abolição efetiva dos motores de combustão interna até 2035, uma vez que a venda de carros novos com este motor será proibida.
A Mahle, que admite ter “muitos clientes que planeiam ter peças para motores de combustão durante muito tempo”, planeia continuar a responder à procura de motores de combustão interna por parte dos clientes.
Indústria automóvel precisa dos veículos híbridos plug-in, segundo Franz
Apesar de não ver o fim dos motores de combustão interna como a solução para o problema, Franz reconhece que os veículos elétricos a bateria são “uma grande oportunidade”.
Na sua opinião, em meados do próximo século, a eletrificação será a tecnologia dominante em algumas regiões, como a América do Norte e a Ásia, apesar de obstáculos como a energia verde e o custo residual após alguns anos de utilização.
Os veículos elétricos a bateria precisarão, contudo, de uma alternativa, pois “não serão a única resposta à descarbonização”. Afinal, do ponto de vista da redução das emissões de CO2, a indústria está a avançar muito lentamente.
As emissões globais de CO2 têm de ser reduzidas mais rapidamente. Precisamos de combustíveis sustentáveis desde o início.
Se não reduzirmos drasticamente a pegada das atuais emissões de CO2 já nos próximos anos, ou na próxima década, poderemos estar mais perto dos 3 graus Celsius de aquecimento global, o que seria um desastre.
Na perspetiva do diretor-executivo da Mahle, que produz pistões, cilindros, árvores de cames e outros componentes cruciais para o motor de um carro, os híbridos plug-in serão reconsiderados como um meio de reduzir as emissões de CO2.
Para responder à potencial evolução do mercado automóvel, a alemã Mahle organizou-se em três unidades principais, como parte do seu plano estratégico para 2030: eletrificação, gestão térmica e motores de combustão sustentáveis.
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