A empresa chinesa de veículos elétricos BYD planeia introduzir o seu elétrico económico Seagull na Europa em 2025. O modelo básico do automóvel é vendido por menos de 10 mil euros na China. Como reagirão os fabricantes europeus para “ombrear” com estas ofertas?
O fabricante chinês de automóveis BYD, o maior rival da Tesla na China, anunciou no mês passado que vai trazer o seu hatchback elétrico acessível, o Seagull, para a Europa já em 2025, informou a Bloomberg. Contudo, os consumidores europeus não irão poder adquirir a este preço, devido aos impostos e normas europeias.
Segundo a Bloomberg, os executivos da BYD disseram que o carro deverá ser vendido abaixo dos 20.000 euros.
O Seagull da BYD já foi lançado no exterior quando foi introduzido em mercados de VE menores, como o México, onde o carro é vendido como o Dolphin Mini por cerca de 21.000 dólares. E os seus planos de expansão para o território europeu apenas aumentam a posição da BYD como uma força global dominante no setor dos veículos elétricos.
Guerra política está a isolar ou a proteger os americanos?
Entretanto, os condutores norte-americanos estão a ficar cada vez mais isolados no que diz respeito ao acesso a alternativas mais baratas da marca chinesa.
As hipóteses da BYD apostar nos Estados Unidos já foram reduzidas a zero devido a uma combinação de procura e tensões geopolíticas, segundo informou a Business Insider em março. Em fevereiro, a Administração Biden afirmou que iria investigar os fabricantes de automóveis chineses devido a preocupações com a segurança nacional, por estarem a recolher dados sensíveis dos consumidores.
Mas um estudo sobre a procura de automóveis elétricos nos EUA, realizado no início deste ano pela empresa de análise GBK Collective, mostrou que metade dos condutores norte-americanos consideraria a hipótese de optar por um veículo elétrico ou híbrido se houvesse alternativas mais baratas.
A Casa Branca anunciou na quinta-feira que vai aplicar um imposto de 100% aos veículos elétricos provenientes de marcas chinesas, invocando práticas comerciais desleais e ameaças às empresas americanas.
Isto significa que os consumidores americanos só têm de esperar que os fabricantes de automóveis livres de operar na América ofereçam uma opção acessível abaixo dos 30.000 dólares.
Tesla, promete, promete, mas…
Até à data, as grandes marcas como a Tesla ou a Ford têm sido lentas a apresentar resultados. Há anos que o CEO da Tesla, Elon Musk, insinua a ideia de um veículo elétrico de preço inferior a 30.000 dólares. Contudo, até ao momento, ainda não se viu nada.
Depois da “polémica” em abril, que anunciava o abandono do Tesla barato em favorecimento do foco para os robotáxis, os analistas disseram que um modelo mais barato é mais importante se a empresa estiver à procura de uma reviravolta no meio da queda das vendas. Depois de muito ter sido pressionado, Musk, no final de abril, anunciou que um Tesla mais barato está a caminho.
Dias depois da garantia de Musk, o CEO da Ford, Jim Farley, também confirmou, numa conferência de resultados, que a empresa está a trabalhar em veículos elétricos que custarão entre 25.000 e 30.000 dólares.