O plano era arrojado e previa criar a terceira maior fabricante de automóveis do mundo em termos de vendas. Contudo, parece ter ficado pelo caminho, pois a Nissan terá cancelado as negociações de fusão com a Honda.
Conforme está a ser avançado pelo jornal Nikkei, a Nissan cancelou as negociações de fusão com a Honda, abandonando uma união que teria criado a terceira maior fabricante automóvel do mundo. O fim das conversações levanta questões sobre como a reviravolta que planeavam vai ser conduzida.
O anúncio da potencial fusão foi feito no ano passado, quando a Honda e a Nissan, a segunda e terceira maiores fabricantes de automóveis do Japão, respetivamente, partilharam que estavam em conversações para uma fusão que criaria a terceira maior fabricante de automóveis do mundo em vendas.
Entre outros, o objetivo passaria por reforçar a sua posição numa indústria que enfrenta uma grande ameaça da BYD da China e de outros concorrentes de veículos elétricos.
Segundo as informações partilhadas pela imprensa internacional, que citam duas pessoas familiarizadas com o assunto, as conversações entre as duas fabricantes têm sido complicadas pelas crescentes diferenças que as afastam.
A Honda teria sondado a Nissan sobre a possibilidade de se tornar uma subsidiária, de acordo com uma das pessoas, mas tal acordo representaria um desvio do objetivo original das conversações.
A segunda pessoa familiarizada com o assunto informou que a Honda, com um valor de mercado quase cinco vezes superior ao da Nissan, estava cada vez mais preocupada com os progressos da sua rival mais pequena no plano de recuperação.
De recordar que a Nissan está a meio de um plano de recuperação, com o objetivo de cortar 9000 empregados e 20% da capacidade global. Além disso, “também tem uma exposição de risco maior às taxas EUA-México do que a Honda e a Toyota”, segundo Vincent Sun, analista da Morningstar.
Na sequência da notícia avançada pelo Nikkei, as ações da Nissan caíram mais de 4% antes de serem suspensas pela Bolsa de Valores de Tóquio. Por sua vez, as da Honda continuaram a ser negociadas e terminaram o dia com uma subida de mais de 8%, “num sinal de aparente alívio dos investidores pelo facto de o negócio ter sido desfeito”, conforme a Reuters.
Honda e Nissan não confirmaram o fim da fusão
Apesar de o jornal ter reportado o fim da fusão, com base nas informações dadas por duas pessoas familiarizadas com o assunto, que não quiseram ser identificadas por não estarem autorizadas a falar com a imprensa, um porta-voz da Nissan afirmou que o artigo do Nikkei não se baseava em informações anunciadas pela empresa.
Afinal, esta pretendia finalizar a sua futura direção até meados de fevereiro, altura em que daria novidades.
Por sua vez, um porta-voz da Honda disse que não tinha ouvido nada da Nissan sobre a decisão de se retirar do memorando de entendimento para trabalhar numa fusão.