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Ninguém quer comprar carros elétricos usados e já há cemitérios com milhares

Os carros elétricos ainda são caros e o mercado dos usados não os transforma em baratos. Portanto, quem procura um usado parece, para já, não querer um elétrico. O problema é que milhares de carros abandonados estão agora nos “cemitérios” e sem solução à vista!

 


Tantos carros elétricos usados e ninguém os quer… Porquê?

O mercado dos automóveis usados ​​nos Estados Unidos e na Europa gerou cerca de 1,2 biliões de dólares em receitas neste ano de 2023. Se num passado recente, com a crise de componentes causada pela COVID-19, a oferta parecia escassa, hoje o excedente torna-se um problema com dimensões maiores.

A agravar o problema está a relutância dos consumidores em adquirir elétricos usados, conforme refere a Fortune. Existem motivos que afastam o interesse nestas viaturas, como a falta de incentivos fiscais, como existem nos novos, o galopante lançamento de modelos novos, mais modernos e a melhores preços, assim como outros fatores, relacionados ainda com a insuficiente infraestrutura de carregamento.

Matt Harrison, diretor de operações da Toyota, revelou à Fortune:

Não há procura por veículos elétricos, e isso está a ter um impacto significativo no custo de propriedade.

 

E na China?

A China é o paradigma da criação em catadupa de veículos elétricos. O país tem muitas marcas e produz tantas unidades que nem com os incentivos fiscais estes elétricos chegam a mais pessoas. Sobretudo os usados, que contribuem para a formação de “cemitérios” repletos de carros abandonados e cobertos por vegetação, conforme relata a Fortune.

O ano de 2024 será ainda pior. Isto porque no próximo ano vão entrar no mercado dos usados uma grande parte dos 1,2 milhões de veículos elétricos vendidos na Europa em 2021.

A abordagem adotada pelas marcas, relativamente a esta questão, será crucial para os seus resultados financeiros, para a confiança dos consumidores e, em última análise, para o processo de descarbonização.

Fala-se já numa possível solução que envolve a implementação de programas de mobilidade, inclusive por meio de parcerias com startups de partilha de viagens. No entanto, isto são apenas grãos que pouco ou nada poderão ajudar à realidade que se avizinha.

Claro que o mercado sabe como vender mais usados, baixando os preços. Além disso, é importante criar informação sobre a qualidade do produto que se está a vender em segunda-mão. Isto porque enquanto carros a combustão podem ser avaliados rapidamente com base em idade e quilometragem, na questão dos veículos com bateria não existem testes generalizados para determinar a qualidade desse importantíssimo componente. E sabemos que a bateria representa cerca de 30% do valor de um veículo elétrico.

Para ficarmos a pensar no futuro, vamos então agora imaginar como será o mercado quando chegarem em força os elétricos abaixo de 25 mil euros e se tornarem populares nos condutores não empresariais.

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