Pplware

Honda quer que a Nissan compre a participação da Renault para evitar influência “indesejável”

A Honda perguntou à Nissan se esta poderia adquirir a participação da Renault, numa altura em que as duas fabricantes de automóveis japonesas se preparam para se juntarem.


A notícia foi avançada pela agência noticiosa japonesa Kyodo News: a Honda quer que a Nissan compre a participação da Renault. Neste momento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg, a Renault detém uma participação de 35,7% na Nissan, que vale cerca de 557 mil milhões de ienes (cerca de 3,5 mil milhões de euros).

A Nissan e a Renault têm uma aliança que remonta a 1999 e à qual a Mitsubishi Motors se juntou em 2016.

Conforme a pessoa familiarizada com o assunto citada pela agência de notícias, a Honda está preocupada com o facto de a Nissan poder ficar sob uma influência estrangeira indesejável, caso a participação da Renault seja adquirida por terceiros, enquanto as negociações para integrar a Nissan estão em curso.

No ano passado, a Honda e a Nissan iniciaram negociações para se juntarem, num movimento que dividiria efetivamente o mercado automóvel do Japão em dois. A decisão foi tomada numa altura em que a indústria global compete com as fabricantes de veículos elétricos, num pódio liderado pela Tesla e a BYD.

As duas fabricantes anunciaram, também, que tencionam criar um quadro para o seu acordo até ao final deste mês e pretendem criar uma holding separada que albergue as duas empresas até agosto de 2026.

 

A Nissan consegue comprar a participação da Renault?

O valor de mercado da Nissan caiu para cerca de 1,56 biliões de ienes, enquanto o seu dinheiro e equivalentes de caixa rondavam os 1,52 biliões de ienes, em 31 de dezembro. Portanto, é questionável se a Nissan terá fundos para comprar a participação da Renault, conforme terá sido pedido pela Honda.

A par de tudo isto, a Nissan está a debater-se com dificuldades financeiras – aliás, é uma das razões pelas quais uma parceria com a Honda é apelativa.

Em novembro, a Nissan disse que iria despedir 9000 trabalhadores e cortar um quinto da sua capacidade de produção, depois de o lucro líquido ter caído 94% na primeira metade do seu ano fiscal.

Exit mobile version