Uma nova análise concluiu que a União Europeia (UE) terá de impor taxas mais elevadas do que o previsto aos veículos elétricos chineses para travar as suas importações.
O Rhodium Group prevê que a UE imponha taxas na ordem dos 15% a 30% sobre os veículos elétricos chineses importados. Porém, numa análise divulgada recentemente, a empresa afirmou que é pouco provável que essas taxas sejam suficientes para travar a concorrência da China.
Mesmo que os direitos aduaneiros se situem no limite superior deste intervalo, alguns produtores chineses continuarão a poder gerar margens de lucro confortáveis nos automóveis que exportam para a Europa, devido às vantagens substanciais em termos de custos de que beneficiam.
Lê-se no relatório do grupo, citado pela CNBC.
Esta análise do Rhodium Group surge no contexto da investigação anti-subvenções em curso na UE sobre as importações de veículos elétricos da China – investigação que o país já admitiu temer, pelas conclusões “distorcidas e pouco objetivas” que podem resultar dela.
Recorde-se que a Comissão Europeia lançou, em setembro do ano passado, uma investigação sobre a possibilidade de impor taxas, com o objetivo de proteger as fabricantes da UE contra as importações de veículos elétricos chineses mais baratos. Isto, porque, segundo a entidade europeia, estes poderão estar a beneficiar de subsídios estatais.
De acordo com a análise, empresas chinesas como a BYD podem vender carros a preços e margens de lucro muito mais elevados em regiões como a UE, em comparação com o mercado interno, apesar de pagarem uma taxa relativa aos direitos aduaneiros.
O relatório refere que a BYD terá provavelmente de reduzir os preços para atingir os seus objetivos de conquistar uma maior quota de mercado na UE. Ainda assim, uma taxa de 30%, considerada pelo Rhodium Group, daria ainda margem suficiente para o fazer.
Considerando este exemplo da BYD, “provavelmente, seriam necessários direitos muito mais elevados, de cerca de 45%, ou mesmo 55%, para produtores ferozmente competitivos”. Isto, de modo a “tornar as exportações para o mercado europeu pouco atrativas em termos comerciais”.