As “estórias” dizem-nos que os carros elétricos são mais suscetíveis de incendiarem. Contudo, os países que já conseguem traçar um histórico destes veículos, colocando-o a par do dos convencionais, sabem dizer que não é bem assim…
Quando ainda não eram um objetivo, os carros elétricos envolveram-se, algumas vezes, em polémicas relacionadas com a probabilidade de incendiarem. Aliás, por ver alguns modelos a serem retirados de circulação por este motivo, o público nutriu desconfiança.
Agora, apesar de ainda não ser a regra, há países que já conseguem traçar um histórico. Isto, porque as vendas de carros elétricos estão a aumentar, e a experiência e o feedback estão, consequentemente, a ser cada vez mais.
Um exemplo desses países é a Noruega. Esta alberga o mercado com a maior proporção de elétricos do mundo – atualmente, com uma quota de 80%, que aumenta para 85% quando se adicionam os híbridos plug-in -, e os dados que já compilou desmentem a crença de que os elétricos têm mais probabilidade de se incendiarem do que os carros com motor de combustão interna.
Numa entrevista recente, Kjetil Solberg, da direção norueguesa da Proteção Civil, confirmou que “os carros elétricos raramente se incendeiam, e muito menos frequentemente do que os carros a gasolina e a gasóleo”.
Na mesma linha de desmitificação do mito, Rune Wiggo Johnsen, um chefe dos bombeiros norueguês com formação específica em carros elétricos, explicou que “os danos raramente atingem a bateria”. Tendo a sua experiência como base, partilhou que esta é, aliás, o componente mais forte do carro.
Assim como a Noruega, a Suécia também destaca uma experiência positiva, em matéria de incêndios e elétricos. De acordo com as estatísticas publicadas pela Agência Sueca de Contingências Civis, os carros térmicos têm 19 vezes mais probabilidades de se incendiarem. Aliás, em 2022, incendiaram-se 24 carros elétricos e híbridos plug-in. Isto corresponde a apenas 0,004% de todos os BEV e PHEV em circulação, em comparação com 0,08% dos modelos a gasolina e a gasóleo.
Além disso, nos últimos três anos, o número de carros elétricos que se incendiou manteve-se em cerca de 20 unidades por ano, apesar de a frota de elétricos ter duplicado nesse período de tempo.