O ano de 2020, ao contrário do que se esperava, não será um ano próspero para o mercado do carro elétrico. Muitas marcas suspenderam já os seus planos para novos veículos a chegar às mãos dos condutores. Contudo, a pandemia não apagou o desejo dos fabricantes automóveis de ter uma oferta totalmente elétrico, com preços acessíveis e que chegue a qualquer bolso.
Aliás, o mundo como está hoje poderá afastar as pessoas dos transportes públicos e os carros citadinos podem ser um bom investimento.
Kia quer carro elétrico citadino para rivalizar com o Citroën Ami
Lembram-se certamente da proposta da Citroën, que deu a volta ao mundo pelo incrível preço de 6900 euros. Sim, estamos a falar do Citroën Ami, o citadino da marca francesa para o mercado dos carros 100% elétrico. Nesse sentido, a Kia pretende lançar um novo carro citadino elétrico puro para rivalizar com o Citroën Ami.
Portanto, a Kia está a olhar para o futuro com uma oportunidade de oferecer ao mercado um carro barato, elétricos dado que, refere a empresa, as pessoas vão querer afastar-se dos transportes públicos em resposta à pandemia do coronavírus.
As pessoas querem sentir-se seguras hoje. Vimos isso muito claramente num inquérito realizado depois do coronavírus na China, que mostrou que as pessoas passaram dos transportes públicos para os transportes privados. A razão é porque se sentem seguras no seu carro. Sentem-se inseguras nos transportes públicos; penso que se as pessoas tivessem escolha em Londres, optariam por conduzir o seu próprio carro.
Referiu Emilio Herrera, chefe de operações da Kia Motors Europe, em entrevista.
O futuro passar por mais transportes privados e menos por públicos?
Segundo o responsável da marca sul-coreana, os carros como os Ami têm a capacidade de mudar a forma como as pessoas se deslocam dentro e fora de cidades como Londres, Paris ou Berlim.
O nosso projeto é olhar para aquilo a que chamamos carros L6 e L7 no segmento. Carros como o Citroen Ami é algo que estamos a investigar neste momento, porque acreditamos que pode ser uma alternativa ao transporte público – desde que o possamos entregar a um custo muito semelhante ao do transporte público.
Disse Herrera.
O Citroen Ami foi recentemente anunciado em França, com um preço de apenas 19,99 € por mês. Os clientes que procuram comprar diretamente o carro podem fazê-lo a partir de apenas 6900 euros. Se a Kia fosse lançar algo como o Ami, teria como alvo o mesmo valor mensal e um preço de tabela igualmente baixo.
Estamos realmente a olhar para preços mensais muito baixos de subscrição para que possa realmente competir – e o Ami é um dos veículos para o qual olhámos. Isso significa um modelo de subscrição, ou pode alugá-lo por uma semana ou um mês, por isso precisa de ser bastante flexível como os transportes públicos.
Explicou o responsável da marca sul-coreana para a Europa.
Alugar o carro elétrico em vez de o vender
Apesar de a Citroën só ter revelado o Ami em fevereiro, segundo Herrera, a Kia “já está a estudar uma proposta sobre a existência de microveículos muito pequenos para uso urbano”. Nesse sentido, há uma hipótese de o projeto fazer uso dos conhecimentos adquiridos através de uma ligação com o fabricante de veículos elétricos Canoo, sediado na Califórnia.
As empresas – juntamente com a marca irmã Kia Hyundai – já anunciaram uma nova plataforma escalável para “permitir um processo de desenvolvimento simplificado e normalizado” e, assim, “baixar o preço dos veículos”.
Herrera não confirmou se esta plataforma constituiria a base do rival Ami da Kia, mas insistiu que a sua empresa seria a primeira a utilizar a tecnologia:
A ideia é ter uma plataforma dedicada que possamos eventualmente partilhar com a Hyundai.
Quando poderá haver novidades Kia?
As palavras do responsável e o momento que atravessamos não deixa uma informação clara de quando o pequeno carro elétrico da Kia poderia ser lançado. Contudo, este poderá fazer parte da estratégia do fabricante, o ‘Plan S’, que tinha como objetivo lançar 11 carros elétricos até 2025.
Dada a sua importância relativa, há uma boa possibilidade de Herrera e a sua equipa optarem por acelerar o projeto para o revelarem já no próximo ano. Assim, com tal calendário, diríamos que poderia ser posto à venda em 2022.