A Ferrari dá forma aos carros de sonho de muita gente, sendo conhecida pelo luxo e pela exclusividade dos seus modelos. No campeonato dos carros elétricos, esta identidade mantém-se e aqueles que quiserem o primeiro modelo movido a bateria da marca terão de pagar, no mínimo, 500 mil euros.
Conhecida pelos potentes carros com motor de combustão interna e apreciada pela exclusividade que lhe está associada, a Ferrari não é para qualquer carteira. Aliás, a estreia no campeonato dos carros elétricos será feita com um modelo de, pelo menos, 500 mil euros, segundo revelado por uma fonte familiarizada com o assunto à Reuters.
Há algumas semanas, a Ferrari revelou que iria lançar o seu primeiro modelo elétrico no final do próximo ano. À medida que as fabricantes desenham estratégias para reduzir o preço dos seus modelos eletrificados, a empresa italiana parece estar certa de que o seu público-alvo está pronto para a mudança – e tem dinheiro para a suportar.
Ao preço dos modelos da Ferrari, normalmente, somam-se 15 a 20% de características e elementos personalizados.
Nova fábrica da Ferrari promete carros elétricos
A mesma fonte que revelou o preço do primeiro modelo elétrico da Ferrari partilhou que a fábrica que a empresa italiana deverá inaugurar em Maranello, no norte de Itália, na sexta-feira, acabará por permitir que a capacidade de produção aumente para cerca de 20.000. No ano passado, a Ferrari entregou menos de 14.000 carros, pelo que a nova estrutura poderá ser “um passo ousado”, segundo o Automotive News Europe.
De acordo com a própria Ferrari, um novo laboratório dedicar-se-á, ainda, à investigação de células de bateria de lítio. As instalações, dirigidas por cientistas da Universidade de Bolonha, centrar-se-ão especialmente na análise do estado sólido, no carregamento rápido, no carregamento térmico e na segurança e desempenho das células.
A nova fábrica em Maranello, que deverá estar operacional dentro de três a quatro meses, dará à Ferrari mais uma linha de produção de veículos e produzirá carros a gasolina e híbridos, bem como o novo elétrico, além de componentes.
Conforme revelado pela fonte da Reuters, o segundo modelo elétrico está, também, em desenvolvimento, mas num processo mais embrionário.
Em abril, Benedetto Vigna, diretor-executivo da Ferrari, disse aos acionistas que a “fábrica de última geração garantir-nos-á flexibilidade e capacidade técnica superiores às nossas necessidades nos próximos anos”.
Para Andrea Ballon, analista da Mediobanca, o novo veículo elétrico deve ser um modelo de nicho, “representando pouco mais de 10% das vendas anuais”, uma vez que o principal cliente da Ferrari continua a preferir os modelos a gasolina.
Sem pressas, a rival Lamborghini planeia começar a vender o seu primeiro modelo elétrico em 2028. Segundo o diretor-executivo, Stephan Winkelmann, à Reuters, é mais importante ter o produto certo do que ser o primeiro.