A Alemanha está fortemente empenhada em tirar os carros poluentes das estradas. Nesse sentido, para além dos incentivos à adoção dos carros elétricos, as autarquias das cidades germânicas apostam nos transportes públicos. O presidente da Câmara de Berlim aposta num passe de transporte público que custa 365 euros por ano. Tudo com a intenção de reduzir o tráfego e a poluição.
Com um euro por dia, as pessoas poderão usar os transportes públicos e sentir qualidade na carteira e no ar que respiram na capital alemã.
Berlim baixará o preço dos 761 euros para os 365 euros por ano
Os habitantes de Berlim poderão pagar apenas um euro por dia para usar o transporte público durante um ano. De acordo com planos da capital alemã, esta é mais uma política para reduzir a circulação de carros particulares e reduzir a poluição do ar, como anunciado pela autarquia. O preço normal de uma assinatura anual é de 761 euros.
Passo a passo, quero alcançar o objetivo de introduzir um bilhete anual de transporte público de 365 euros.
Referiu Michael Müller, presidente da Câmara de Berlim.
Alemanha junta-se a outras capitais da Europa
Segundo os dados do município alemão, esta medida tornaria Berlim na última cidade alemã a imitar o que é conhecido como “modelo de Viena”. Na verdade, o uso do transporte público na capital austríaca disparou desde que a operadora Wiener Linien baixou o preço de um bilhete de temporada anual de 449 euros para 365 euros em maio de 2012.
Conforme os dados partilhados, em Viena, 822 mil pessoas, quase metade da população da cidade, têm um bilhete anual. Desta forma, a percentagem de viagens de metro, elétrico ou autocarro aumentou para 38%, comparada a 27% em Berlim, 23% em Munique e 18% em Hamburgo.
Entretanto, há já várias cidades europeias a estudar os modelos anuais de assinatura usados em Viena.
Transporte público não cativa alguns cidadãos
Foi feito um teste em Bona. Colocou-se o bilhete anual a 1 euro por dia ao serviço dos passageiros. Contudo, a medida não despertou o interesse esperado. Apenas foram vendidos 5.258 dos 17.000 bilhetes disponíveis. Como resultado, há um grande problema associado a esta política: o financiamento às cidades para tomar estas medidas.
Em Berlim, estima-se que o plano tenha um custo anual adicional de cerca de 100 milhões de euros, segundo o jornal Tagesspiegel. Além disso, as autoridades municipais descobrem novos desafios quando baixam o preço dos bilhetes.
Se os bilhetes de 365 euros conseguirem aumentar o número de pessoas que usam o transporte público, os fornecedores da rede também precisam comprar mais transportes. Estes serão maiores ou mais longos e haverá mais custos para transportar as pessoas pelos destinos em intervalos mais curtos.
No caso de Viena, a operadora de transportes recebe 700 milhões de euros em subsídios da autarquia e do governo, anualmente. Além disso, foi necessário aplicar duas outras medidas: aumentar as multas de estacionamento em 60% desde 2012; e um “imposto de metro” para os empregadores, o que equivale a cerca de 2 euros por mês para cada funcionário.
Por contágio, outras capitais poderão avançar, mas não será fácil mudar hábitos mesmo que isso signifique muito dinheiro poupado.