Quem utiliza o Windows há muitos anos sabe que, no passado, uma das ações para “remediar” e otimizar certas tarefas, era ir ao registo do sistema operativo e “meter a mão na massa”. Apesar de ser uma área muito sensível, a função era muito popular, embora sempre mal vista. Nesse sentido, a Microsoft nunca foi um fã das ferramentas que apregoavam um serviço de limpeza do registo. Agora parece que a empresa endureceu a sua posição e o CCleaner está na lista negra.
Muitos utilizadores não o dispensam, mas será que estão a ter vantagem em usar?
Microsoft não gosta que o CCleaner mexa no registo do Windows 10
O CCleaner, é um software utilitário desenvolvido pela Piriform que atua na otimização dos sistemas operativos.
Limpar, afinar, otimizar o registo do Windows são as promessas de trabalho implícitas na aplicação CCleaner. Nesse sentido, a Microsoft está agora a tomar uma posição dura contra esta e outras ferramentas do género. A empresa que desenvolveu o Windows refere que esta tomada de posição visa garantir que esta classe de software não é recomendado para os utilizadores que o utilizam frequentemente para tarefas de manutenção e/ou resolução de problemas nos seus PCs Windows.
A Microsoft adicionou o CCleaner.com à sua lista negra de domínios nos fóruns oficiais de Suporte. Quer isto dizer que a ferramenta não aparecerá mais nas páginas oficiais da empresa em Redmond, de acordo com uma comunicação confidencial enviada aos funcionários (moderadores oficiais), segundo a publicação Htnovo.
Fóruns de suporte Microsoft já desaconselhavam o uso desta ferramenta
Tal como já era sabido, comentar a recomendar o CCleaner nas páginas da Microsoft dava direito a ver o comentário ocultado ou mesmo removido. Vários funcionários da Microsoft haviam já recomendado no passado para não usar o CCleaner, especialmente após o lançamento do Windows 10, embora esta seja a primeira vez – tanto quanto sabemos – que estes tomam medidas ativas contra o software.
Portanto, como utilizador CCleaner, avalie se esta ferramenta no seu Windows 10 é parte da solução ou parte do problema.
Haverá razões para a Microsoft querer “banir” o CCleaner do Windows 10?
Conforme temos acompanhado, este tipo de ferramentas têm tido vários problemas de segurança. Pese o facto de no passado terem gozado de muita popularidade (com mais de 130 milhões de utilizadores), a verdade é que a Microsoft tomou ela própria conta da otimização do seu sistema operativo. Assim, não precisando de terceiros a mexer, a empresa tenta vedar o acesso a uma zona muito sensível.
Os problemas começaram a surgir em 2017. Como foi veiculado e amplamente falado, várias versões oficiais do CCleaner foram comprometidas com uma ação remota backdoor . Nessa altura a aplicação foi usada para instalar malware, keyloggers, ransomware e assumir o controlo dos computadores. Uma falha de segurança muito séria que se tornou possível após a infiltração de hackers nos servidores de desenvolvimento da empresa britânica Piriform.
Apesar da empresa se ter desdobrado em desculpas, e de ter lançado uma nova versão limpa, nunca mais ficou bem vista.
Posteriormente, a venda da Piriform à Avast não teve um bom arranque. Na altura a empresa de segurança incluiu publicidade persistente e irritante na aplicação. Os anúncios apareciam mesmo depois dos seus cookies terem sido apagados. Agora, mais recentemente, apareceram problemas de compatibilidade com o Windows 10.
Entretanto, o CCleaner oferece uma versão gratuita e continua ser um programa tido por milhões de utilizadores como eficiente. Inegavelmente, a ferramenta é sempre muito claro em explicar o que está a fazer. Permite tranquilizar os utilizadores menos experientes até mesmo quando “limpa” o registo.
Contudo, a Microsoft não gosta da ferramenta e cada vez são mais os utilizadores a ver o software como desnecessário no Windows 10. Nesse sentido, a empresa tem esta contenda nos braços e os utilizadores têm o poder de usar ou não.
Problemas graves de segurança no passado o CCleaner