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Teletrabalho tornou-se numa questão de segurança nacional e Rússia pretende proibi-lo

O conceito de teletrabalho massificou-se durante a pandemia e, agora, após o período crítico, ainda há quem o prefira e adote. Se para o mundo este método é ideal, para a Rússia, com a guerra, tornou-se numa questão de segurança nacional.

De tal forma que o país está a considerar proibi-lo.


O dia 24 de fevereiro de 2022 ficará na memória das pessoas e será cunhado nos livros, por marcar o início da guerra na Ucrânia. A invasão pela Rússia virou os olhos do mundo para os dois países e depositou a atenção de todos no conflito.

Desde logo, pela revolta que alimentou, a Rússia começou a sofrer as consequências: países e empresas do ocidente lançaram inúmeras sanções ao país, deixando-o de fora de acordos, decisões e competições, e suspendendo serviços e comercialização de produtos.

Além das consequências diretas, que abalaram e abalam ainda hoje a Rússia e, claro, a Ucrânia, também os restantes países estão a ser alvos indiretos da guerra: o comércio internacional está a ser afetado, e estamos a viver crises energéticas e alimentares.

Toda esta situação provocou a fuga de muitos cidadãos russos, nomeadamente cérebros importantes. Aliás, no dia 22 de março do ano passado, Sergei Plugotarenko, chefe da Associação Russa de Comunicações Eletrónicas, informou o parlamento da Rússia que, desde o início da guerra, o país tinha perdido entre 50.000 e 70.000 trabalhadores tecnológicos. Além disso, segundo a Reuters, o Kremlin estima que há cerca de 100.000 profissionais de Tecnologias da Informação (TI) a trabalhar a partir do estrangeiro.

Sergei Plugotarenko, chefe da Associação Russa de Comunicações Eletrónicas

Esta realidade provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia está a levantar preocupações sobre as implicações de cibersegurança. Isto, porque o país receia que mais trabalhadores se mudem para algum estado-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (em inglês, NATO) e partilhe, ainda que involuntariamente, informações sensíveis que possam pôr a segurança nacional em risco.

 

Para a Rússia, a solução passa por eliminar o teletrabalho

Com o receio de ver as suas informações partilhadas, os legisladores russos propuseram que certos profissionais de TI ficassem proibidos de deixar o país. Em debate, sugeriram impedi-los de realizar teletrabalho, a partir de qualquer parte do mundo que não a Rússia.

De acordo com James Lewis, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, essa fuga de profissionais é um “desastre” para os interesses da Rússia, pois a falta de pessoal especializado em cibersegurança é um problema para qualquer país.

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