ICANN quer acabar com anonimato dos sites da Internet
O anonimato na Internet é algo que muitos tomam como adquirido. Sob uma simples capa de privacidade conseguem esconder-se e escapar muitas vezes a processos e a problemas legais.
O ICANN, entidade que gere a estrutura técnica da Internet, quer acabar esta situação e tornar pública toda a informação sobre os sites da Internet e os seus donos.
Actualmente é simples a qualquer um montar um site na Internet, com o seu próprio domínio e manter anónimo sempre que é pedido informação sobre o mesmo.
Basta que recorra a proxys de registo e outros mecanismos específicos para que se mantenha incógnito e sem que ninguém consiga descobrir qualquer informação.
Mas o ICANN tem agora em estudo uma proposta para que estas situações sejam eliminadas de forma definitiva e passem a disponibilizar a informação dos detentores dos sites ou domínios a quem assim o requerer.
Esta proposta está ainda em discussão e poderá ser implementada em breve, abrindo assim caminho a uma nova forma de aceder aos dados públicos e a toda a informação existente.
O que altera esta proposta do ICANN?
Caso a proposta seja aprovada, perto do final deste ano, impedirá que a informação sobre os detentores de domínios, obtida pelos registos WHOIS, deixem de estar protegidos por registos feitos através de serviços de proxys.
Actualmente os dados apenas são fornecidos mediante ordens de tribunal e sempre sobre as regras associadas aos países onde o serviço é prestado e não a uma lei mais geral.
Um dos maiores apoiantes desta proposta é o grupo "Coalition for Online Accountability", que está associado à industria do entretenimento, que assim conseguiria ter acesso directo a toda a informação sobre os detentores dos sites onde muitas vezes são partilhados conteúdos ilegais e que são alvos de processos legais e de fecho imediato.
Quem defende a privacidade na Internet?
Do lado contrário ao da indústria do entretenimento está a Electronic Frontier Foundation que considera que a proposta está apenas a tentar servir os interesses da indústria e que dará acesso sem qualquer controlo a informação sobre os detentores dos sites, sem qualquer tipo de autorização de um tribunal.
Para resolver um problema que afecta as empresas de conteúdos, e que é exclusivo da industria do entretenimento, o ICANN está a deixar expostos muitos que se protegem sob esta capa de anonimato para poderem ter liberdade de expressão e para se manterem protegidos.
A maioria dos comentários que estão a ser enviados para o ICANN mantêm a mesma ideia de que o anonimato é algo que é necessário para proteger os detentores de domínios Internet e para os manter longe de problema com autoridades de países com regimes mais ditatoriais.
Este artigo tem mais de um ano
Mais um atentado à privacidade de todos nós…
Já agora a questão, três atentados terroristas hoje, tendo em conta que um foi em França (como foi aprovado em Portugal) as polícias ‘secretas’ têm acesso à todos os dados que circulam dos utilizadores da internet. Afinal sacrificamos a nossa privacidade para quê? Com tanta vigilância como é que deixaram passar isto?
Mais uma vez quem tem dinheiro, fazem subornos absurdos aos estados e eles ‘baixam as calcinhas’ e dizem que é para nossa proteção…
E viva a liberdade e privacidade!
Desde quando? É que uma pequena pesquisa explica que não. Simplesmente não precisam de MANDATO DE JUIZ caso exista um suspeito em investigação por CRIMES RELACIONADOS COM TERRORISMO. E novamente MANDATO, o que significa que é necessário um pedido de informações à FORNECEDORA DE SERVIÇOS. Este tipo de comentários é claramente induzido pela mania da perseguição.
Sim,
Crimes relacionados com terrorismo… Porém gostava de saber como é que filtram a informação. Tipo se eu escrever Bomba… Isto irá para a secreta? Estou a falar de fazer uma bomba e explodir, por exemplo com a assembleia da republica.
Pronto agora já tens aqui conteúdo terrorista? Ou será que eles precisam de MANDATO para reler o que já leram, se calhar é isso não?
Tirando isso da frente a ICANN está a ser pressionada pelos grandes da industria de entretimento, porém imagina que alguém (algum fan boy dos que mata pela marca Z) é censurado aqui no pplware. Depois vai ver a informação de WHOIS e sabe tudo sobre quem possui o domínio. E poderá agir sobre o “dono” do site.
“Actualmente os dados apenas são fornecidos mediante ordens de tribunal e sempre sobre as regras associadas aos países onde o serviço é prestado e não a uma lei mais geral.”
E não está bem assim? Se não ha ordem do tribunal não têm nada de andar para la a ver qual é a morada do dono nem como se chama…
Exacto. Cá criticaram tanto a questão da lista de pedófilos estar disponivel a pais preocupados porque ah e tal a justiça popular. E estes anormais querem fomentar isso mesmo, eu não gosto de xxxxxx.com, whois nele e toca a chatear via telf ou ir à morada implicar com o homem. Enfim…
menos trabalho pros tribunais, who cares. o que não faltam são maneira de dar a volta a isso. bahhhh
ICANN já foi privatizada não foi?
Entre todas as idiotices norte-americanas esta consegue ser de longe a pior de todas.
Pegamos no exemplo aqui do pplware.com por exemplo, registado com PrivacyProtect.
Sim, sabemos quem são os editores e administradores.
Mas temos algum interesse em saber a morada do Pedro ou do Vitor Martins? Não… (falo por mim).
Se isto for para a frente, ou arranjam loopholes, fake ids ou muitos sites controversos vão fechar precisamente pelos administradores temerem represálias.
Não sei, posso estar a dizer asneira, mas não vejo vantagem nenhuma nesta proposta.
Há uma vantagem óbvia, mas para quem não interessa…
Como podem as editoras e estudios de filmes saber de quem são os sites onde são partilhados esses conteúdos hoje? Não podem, não conseguem. Só contra ordens judiciais e nem sempre o conseguem.
Se esta proposta forma para a frente só precisam de um simples WHOIS para ter acesso a esses dados todos e começar a pressão directa sem recorrer a tribunais e outras instâncias legais.
É simples, mais uma vez temos os lobbies a funcionar para proveito próprio…
Mas a vantagem criada não é para servir o bem comum, mas sim o bem de um poder económico.
Uma estupidez total divulgar esses dados ao público em geral. Whois público é um íman para spam e outros. Se um tribunal desejar identificar os reais donos de um domínio, basta diligenciarem esse pedido ao proxy domain. Estupidez total.
por outro lado, tb se vai poder mais facilemente se um site foi feito ha pouco tempo por algum scammer, ou coisa semelhante
Esta medida não resolve nada e cria problemas para quem trabalha de forma séria.
Há algum tempo recebi um e-mail de phishing. Fui ver o dominio, que era qualquer coisa do tipo nome-do-banco-e-siglas.com. Tinha sido criado nos dias anteriores! e tinha nome e morada no whois.
Por exemplo, também já tive de verificar em maior detalhe um site e no whois tinha os dados publicos com “.” em alguns campos e contactos tipo 9X1111111!
Resumindo, quem disponibiliza conteúdos “+/- complicados” (com milhares de visitas hora/dia) nem se preocupa em tornar privado o whois.