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A Rússia continua a travar uma guerra feroz no ciberespaço e a Ucrânia está a perder

O mundo do ciberespaço está numa guerra mundial. O alvo é a Rússia, mas o país de Putin ataca o mundo e, mais concretamente, a Ucrânia. Segundo o site Netblocks, a Ukrtelecom, o operador nacional da Ucrânia, sofreu o maior ciberataque até à data desde o início da guerra.

O ciberataque causou um grave corte de energia.


A invasão da Rússia ao solo ucraniano continua a fazer vítimas no terreno, milhares de pessoas já morreram ou ficaram feridas. Milhões de refugiados procuram segurança nos países vizinhos e a destruição das cidades continua com ataques constantes através do mar, do ar e no terreno. Além disso, há uma batalha dura a ser travada online!

Durante semanas, o grande operador ucraniano tem estado a funcionar a cerca de 80% da sua capacidade, devido a vários ataques e danos nas suas infraestruturas devido à invasão. No entanto, o ciberataque que agora ocorreu reduziu a conectividade para 13% dos níveis anteriores à guerra.

 

Acesso à internet na mira

Segundo a BBC, o resto dos operadores de Internet do país não sofreram quaisquer problemas. O ataque cibernético visou diretamente a Ukrtelecom, o maior operador do país, o que confirmou danos nas suas infraestruturas e serviços.

De modo a proteger as infraestruturas de rede críticas e não perturbar os serviços às Forças Armadas e outros organismos militares e utilizadores de infraestruturas críticas, fomos forçados a restringir temporariamente o acesso à Internet à maioria dos utilizadores privados e clientes empresariais.

Disse Yurii Shchyhol do governo ucraniano.

A Netblocks explicou que os técnicos observaram problemas de ligação ao longo do dia, indicando que não se tratava de um problema relacionado com cabos ou interconexões, mas sim diretamente com a infraestrutura central. O operador é de propriedade ucraniana desde 2010 e está sediado em Kiev.

Quinze horas mais tarde, o serviço está lentamente a ser restaurado aos níveis anteriores de cerca de 80% de cobertura. Este é o primeiro grande ciberataque a afetar toda a Ucrânia, onde o operador nacional tem utilizadores.

 

Starlink ganha maior relevância no conflito… mas há um problema

O sistema de satélites Starlink, de Elon Musk, está a ajudar a mudar a face da resistência na Ucrânia. A Aerorozvidka, uma unidade especializada de reconhecimento aéreo dentro do exército ucraniano, está a usar a internet via satélite da empresa para caçar carros de combate, camiões de abastecimento e veículos que transportam equipamentos eletrónicos desde o início da invasão russa.

Musk fez alterações na sua rede de satélites, alterou inclusive o consumo de energia do equipamento para adaptar o serviço Starlink à realidade de guerra na Ucrânia.

Contudo, os utilizadores ucranianos da rede de internet Starlink podem estar a tornar-se alvos de ataques militares russos devido à aparência distinta dos pratos da SpaceX de Elon Musk, segundo alertaram recentemente diversos especialistas em segurança cibernética.

O prato não pode ser camuflado, o que já levou mesmo o próprio CEO da SpaceX a aconselhar cautela na utilização. Além da identificação visual, esta tecnologia também pode ser detetada por outros métodos.

Qualquer militar moderno pode triangular esses sinais para atingi-los com artilharia ou ataques aéreos ou usar um míssil diretamente à fonte desses sinais.

Referiu Jason Healey, investigador da Universidade de Columbia (SIPA), nos Estados Unidos.

Contudo, apesar dos riscos, as entregas de terminais Starlink foram muito bem recebidas pela Ucrânia, com o presidente Volodymyr Zelensky a utilizar o Twitter para agradecer ao magnata da tecnologia pelo seu apoio.

A rede de satélites está a permitir que a Ucrânia possa operar veículos aéreos não tripulados (drones), sob a sua bandeira ‘Aerorozvidka’, que têm sido usados para atacar os tanques de Vladimir Putin, assim como para rastrear as suas posições.

Com essa tecnologia, os drones podem ser direcionados para lançar munições antitanque com precisão.

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