Google anuncia o GenCast, uma nova IA que promete transformar a previsão meteorológica
A utilização de inteligência artificial (IA) nas previsões meteorológicas não é propriamente uma novidade. Contudo, a Google DeepMind revelou recentemente o GenCast, um modelo inovador que destrói todos os atuais.
GenCast consegue gerar previsões mais abrangentes
Segundo a Google, o GenCast representa um avanço enorme face aos sistemas anteriores que integravam IA para previsões meteorológicas. O que distingue este modelo é a sua capacidade de gerar previsões mais abrangentes, baseadas em 50 ou mais cenários possíveis.
Tradicionalmente, as ferramentas de previsão alimentadas por IA eram deterministas, ou seja, criavam apenas uma única previsão que consideravam a mais provável. Com o GenCast, a Google oferece maior precisão tanto em previsões quotidianas como na antecipação de fenómenos meteorológicos extremos.
O GenCast tem uma janela de previsão que se estende até 15 dias, superando o modelo ENS do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas a Médio Prazo (ECMWF, originalmente), amplamente considerado como a referência no setor. Esta é uma afirmação de peso por parte da Google, já que o ENS tem sido reconhecido como o sistema mais avançado até agora.
Os testes realizados pela Google reforçam esta confiança - comparando as previsões do GenCast com o ENS, utilizando dados meteorológicos de 2019 e treinando o modelo até 2018, o novo sistema da Google obteve melhores resultados em 97,2% das 1320 combinações de variáveis testadas.
O caso do Tufão Hagibis
Um dos exemplos destacados pela Google foi a previsão do trajeto do tufão Hagibis, que atingiu o Japão em outubro de 2019. O GenCast foi capaz de prever múltiplos cenários possíveis até 7 dias antes do evento, apresentando uma elevada precisão.
Esta capacidade deve-se ao treino intensivo do modelo com décadas de dados históricos retirados do arquivo ERA5, uma base de dados meteorológicos do Centro Europeu. No plano técnico, o GenCast necessita apenas de uma unidade de processamento tensorial (TPU) nos servidores Google Cloud para gerar previsões a 15 dias. Este fator faz com que a tecnologia seja altamente escalável.
A Google planeia torná-lo open source, o que permitirá a sua adoção por parte de investigadores e instituições meteorológicas.
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Mais um caso de lixo.
Só que não.
Saí da bolha hahha