Muito se tem falado da Inteligência Artificial e do seu impacto e benefícios para o futuro, mas há um aspeto que não se tem abordado assim tanto… que é o custo energético desta tecnologia avançada. Neste sentido, alguns estudos recentes mostram que as imagens IA saem caro e gerar apenas 9 imagens gasta tanta energia como recarregar completamente a bateria do telemóvel.
O custo elevado de gerar imagens IA
Uma das grandes preocupações do mundo são, sem dúvida, as questões energéticas e as suas consequências para o ambiente, numa altura em que as alterações climáticas são uma sombra que paira sobre a humanidade. Por isso mesmo, são constantemente divulgados estudos e pesquisas sobre as situações que podem causar um maior impacto ambiental a nível energético.
O destaque atualmente é dado à Inteligência Artificial, uma vez que se trata de uma tecnologia avançada, e que ainda muito tem para crescer, mas que apenas funciona estando ‘ligada à máquina’, ou seja, envolve energia. Assim, os recursos computacionais exigidos pelos modelos da IA generativa trazem consigo o lado negro de serem processos que provocam emissões significativas de CO2.
Em concreto, um estudo recente mostra que se trata de um gasto energético dispendioso, sobretudo quando falamos da criação de imagens. A pesquisa foi realizada pelos investigadores da Universidade Carnegir Mellon e da startup HuggingFace e revelou que usar modelos de IA generativa gasta grandes quantidades de energia.
O estudo mostra que foi usada a ferramenta Code Carbon para comparar as emissões CO2 nos 16 modelos IA mais usados no HuggingFace Hub, uma plataforma aberta que permite testar os modelos IA. Tal como podemos ver pelo gráfico seguinte, a criação de imagens gera muitas mais emissões de CO2 comparativamente a outros processos IA e de modelos de IA generativa.
Os resultados revelam que a criação de 1.000 inferências originou consumos entre os 0,06 e 2,9 kWh, sendo que o consumo médio foi de 1,35 kWh. Os investigadores sublinharam que, por exemplo, em média um smartphone consome 0,012 kWh de energia para carregar. Neste sentido, conclui-se que gerar apenas 9 imagens IA equivale a um gasto energético semelhante ao de recarregar totalmente a bateria do telemóvel.
Mas o cenário agrava quando vemos que há modelos que consomem muito mais do que outros, sendo que o pior de todos consome 11,49 kWh por 1.000 inferências, ou seja, recarregar a bateria do telemóvel uma vez é o equivalente e gerar apenas uma única imagem IA.
No que respeita às emissões de CO2, em média cada imagem criada gera entre 0,1 e 0,5 gramas de dióxido de carbono. E nos modelos mais poluentes analisados pelo estudo, essa emissão sobe para 2 gramas de CO2 por cada imagem.
Em suma, este é um cenário nada animador para a tecnologia IA e será importante que os sistemas sejam aprimorados para que este consumo energético possa ser atenuado.