Pplware

WhatsApp contém backdoors “perigosos” e deliberados, afirma fundador do Telegram

Apesar de muitas tentativas de limpar a imagem e de novas ferramentas para aumentar a privacidade dos seus utilizadores, os produtos Facebook não gozam da melhor reputação. Além disso, casos recentes como o de Jeff Bezos dão conta de novos e graves problemas de segurança. Nesse sentido, o fundador do Telegram Messenger, Pavel Durov, deixou duras e pesadas críticas ao WhatsApp, acusando-o de ser “perigoso” para se usar.

Nesta intervenção foram feitas acusações graves, apontando ao WhatsApp “buracos na segurança” criados para certos governos espiarem os utilizadores.


WhatsApp terá buracos na segurança para favorecer Rússia e Irão

Durov usou o blog para acusar o WhatsApp de desviar as culpas quando deveria ter-se comprometido a melhorar, e argumentou que a simples encriptação de conversas de ponta a ponta não protegerá os utilizadores de violações.

O WhatsApp utiliza as palavras ‘encriptação de ponta-a-ponta’ como um encantamento mágico que, por si só, deve tornar automaticamente seguras todas as comunicações. No entanto, esta tecnologia não é uma bala de prata que lhe pode garantir privacidade absoluta por si só.

Apontou Durov.

Mais importante ainda, Durov afirma que os bugs de segurança do WhatsApp foram, de facto, deliberadamente colocados como backdoors (ou portas secretas de entrada) para cumprir e apaziguar as agências locais de aplicação da lei para que a rede social pudesse fazer negócios sem interrupções em países como o Irão e a Rússia.

Segundo as declarações de Durov, o Telegram foi abordado pelas mesmas agências, mas recusou-se a cooperar.

Como resultado, o Telegram é proibido em alguns países onde o WhatsApp não tem problemas com as autoridades, o que é mais suspeito na Rússia e no Irão.

Acusou o responsável pelo Telegram.

 

Ataque a Jeff Bezos: Acusação do Facebook à Apple foi para desviar atenções

O fundador de 35 anos também falou sobre o mais recente fracasso do WhatsApp. Conforme foi reportado, o iPhone do CEO da Amazon, Jeff Bezos, foi atacado, supostamente, pelo Príncipe Mohammed Bin Salmanque, da Arábia Saudita. Na altura, as perícias referiram que o ataque partiu de uma simples mensagem.

Posteriormente, essa falha foi apontada aos WhatsApp mas o Facebook veio a terreiro atribuir a culpa ao iOS, apesar de já se saber que o problema estava presente para todos os clientes móveis do WhatsApp.

Durov também disse que ao fazer o backup das conversas no iCloud em vez de utilizar a infraestrutura interna, o WhatsApp arrisca a privacidade do utilizador, uma vez que a Apple não encripta os dados do iCloud e os entrega frequentemente em resposta a pedidos do governo.

Por último, Durov revelou que o código fonte do WhatsApp não está disponível publicamente (ao contrário do Telegram), o que significa que é impossível saber como funciona a encriptação da empresa.

Se Jeff Bezos tivesse confiado no Telegram em vez do WhatsApp, não teria sido chantageado por pessoas que comprometessem as suas comunicações.

Afirmou Pavel Durov.

 

Durov usa especulações como arma de arremesso contra o Facebook

Apesar de alguns dos argumentos do Durov parecerem sólidos, vale a pena notar que as suas alegações são baseadas em especulações e não em provas concretas. Além disso, Durov também falhou na abordagem às falhas de privacidade que têm atormentado a sua própria plataforma.

O Telegram não encripta chats por predefinição. Segundo uma recente investigação do MIT, foram encontradas falhas gritantes nas características de privacidade da aplicação de mensagens, incluindo o Chat Secreto.

Como os governos de todo o mundo continuam a perseguir empresas para instalar backdoors, as aplicações de mensagens têm uma batalha difícil à sua frente. A acusação da Durov de que o WhatsApp está a plantar estas portas secretas é um choque particular. Isto porque a aplicação de mensagens detida pelo Facebook tem negado repetidamente pedidos das autoridades de países como a Índia para quebrar a sua camada de encriptação para facilitar o acesso a informações que possam ser importantes para os governos e agências de segurança.

 

Exit mobile version