Vou deixar de programar para os outros! Vou criar uma empresa
Quantos de nós já pensámos em deixar de trabalhar para o nosso patrão e abrir a sua própria empresa? Na maior parte dos casos a primeira coisa que nos surge como problema é a carga fiscal em Portugal.
Num mundo cada vez mais globalizado a boa notícia é que cada vez mais cada um de nós é livre de fazer as suas próprias escolhas e neste sentido, cada um de nós é livre de escolher a jurisdição onde quer sediar a sua empresa. Então o que nos espera?
Na altura de decidirmos onde devemos sediar a nossa empresa de TI há três perguntas fundamentais a fazer:
- 1. Onde está a maioria dos meus clientes?
- 2. Onde está a maioria dos meus fornecedores?
- 3. Planeio ter colaboradores contratados à minha empresa?
Vamos agora por partes: se as respostas às duas primeiras perguntas for:
- a) A maior parte do peso da faturação da minha empresa vai estar fora de Portugal;
- b) A maior parte do peso das empresas que são fornecedoras da minha empresa estão fora de Portugal;
Então estamos à partida habilitados para abrir uma empresa fora de Portugal, e de escolher de forma consciente um cluster de desenvolvimento tecnológico mundial e de renome internacional. Quantos de nós sonhámos ser possível estar à distância de apenas alguns procedimentos técnicos especializados por uma consultora portuguesa de renome internacional a abertura de uma empresa nos EUA, com um escritório virtual (com reencaminhamento ativo e personalizado de chamadas e de correspondência em Silicon Valley) e conta bancária corporativa num banco local nos Estados Unidos? E é importante sublinhar: tudo isto é possível sem qualquer tipo de necessidade de viagens. Um banco nos EUA é tão ou mais seguro como qualquer banco em Europa – não se tratando de um offshore puro, é uma banca competente, rigorosa e com compliance que transmite seriedade e solidez para todo o mundo. O cliente fica com acesso à conta bancária via internet, telefone e à partida, com um cartão de débito em nome da empresa.
Outra situação que importa configurar: “a maior parte dos meus clientes e dos meus fornecedores estão fora de Portugal, mas penso que vou ter colaboradores em Portugal.” Neste caso particular é imprescindível criar uma empresa Portuguesa (ou abrir uma filial da empresa estrangeira) onde alocar estes recursos. Esta empresa, nova, ou filial da estrangeira rege-se pelas leis Portuguesas e deve pagar todos os impostos a que está obrigada em Portugal – mas pode também comprar serviços a preços de mercado a qualquer empresa sediada no estrageiro.
E de um ponto de vista fiscal, que impostos configura a empresa? Nos EUA, 0% de VAT (o equivalente ao IVA) no que diz respeito a vendas efetuada para todo o mundo, exceto para interior do Estado em que a empresa for incorporada. A empresa também não terá impostos a pagar relativos aos resultados da mesma.
A empresa nos EUA tem contabilidade organizada? Tem uma contabilidade semi-organizada – pelo menos até aos 3 milhões de dólares por ano de faturação, a empresa não tem de ser mensalmente auditada nem apresentar uma conciliação bancária. Paga apenas um pequeno imposto, e preenche o annual tax report (via um CPA – Certified Public Accountant), trabalho que na maior parte dos casos fica apenas por cerca de 500€/ano.
E proteção legal dos sócios, existe? Este procedimento é seguro e legal? Sim, qualquer cidadão em Portugal pode ser acionista ou director de uma empresa nos EUA. Ainda sobre esta matéria, aqui acresce a seguinte informação que importa relevar: na prática existem dois tipos de empresas possíveis de ser incorporadas nos EUA – as LLC (Limited Liability Companies) e as Corporations. No caso das primeiras existe registo público de quem são os sócios e os diretores; no caso das segundas, só é público quem é o diretor da empresa e não o acionista.
Num mundo globalizado cada um de nós deve ter a perspicácia de tomar decisões alicerçadas nas vantagens competitivas que existem. Uma empresa estrangeira, sem representação e sem actividade permanente e fixa em Portugal não pode concorrer ao Portugal2020, mas aqui temos de tudo um pouco no que diz respeito a benefícios: brutais vantagens fiscais, vantagens a nível de reputação internacional – no sentido de que é mais fácil internacionalizar uma empresa de direito americano do que uma empresa Portuguesa.
Agora a pergunta é: quando é que vai finalmente deixar de programar para o seu patrão e constituir a sua própria empresa, com sede, conta bancária nos EUA e escritório em New York ou Silicon Valley?
Este artigo tem mais de um ano
Eu contínuo a necessitar de sociedade para abrir a minha empresa. Algum programador com conhecimentos de protocolos de segurança e comunicações para criar um servidor de email inovador. http://Redin.com.pt ou http://facebook.com/Antispam.P2T
Pedro Pinto vais-me desculpar desta vez vou ter de fazer uma critica ao artigo. Qual a bibliografia deste artigo? Ou será, que ele transmite a tua experiência pessoal? Quando dizes “é uma banca competente, rigorosa e com compliance” baseas-te em que outros livros, artigos, etc?
Se for a tua experiência pessoal acho louvável. Senão penso que o artigo merece mais rigor.
Cumprimentos
Se for abrir empresa no Brasil, prepare-se para enfrentar uma burocracia gigantesca e ainda pagar 40% de tributos mais os pesados encargos trabalhistas…
E ainda ver toda uma corja de corruptos malditos desviando boa parte desses tributos.
Que isso?1 Exagero da sua parte! Conhecemos vários empresários de sucesso no Brasil sem esse problema, veja o exemplo do filho do Lula. Nasceu sem um tostão no bolso e um pouco depois do pai passar a ser presidente do Brasil, através de muito esforço próprio e independente da burocracia e dos impostos ficou bilionário.
o que hoje sabemos ser uma grande mentira em que muitos acreditam sem nunca ter fontes.
E eu que nem para o patrão consigo programar!
Pensei que era um artigo informativo mas afinal era publicidade. Não deixa de ser útil a informação mas tanta coisa para mostrar o serviço.
Mas isto não será um passo maior que a perna? Quer dizer vou abrir uma empresa e mando me logo para os USA? Penso que este concelho e mais indicado a quem já tem uma startup com algum fluxo de negócios.
Gostei muito do artigo. Há vários conceitos implícitos que importa reter.
Parabéns.
Pessoal, se têm um bom EMPREGO agarrem-se a ele! Ser patrão implica responsabilidades, chatices com os empregados, problemas e mais problemas, impostos e mais impostos para pagar, os clientes não pagam, no final do mês é preciso pagar salários e impostos e onde está o dinheiro… Enfim, e cada mês é sempre a mesma dose e esqueçam o tempo para a familia, mas, o que lixa mesmo tudo são as escolhas diárias que se têm de fazer e as responsabilidades dai decorrentes que depois não podem atribuir a um chefe ou ao patrão! rsrsrsrs. 1 mẽs de Férias? Esqueçam!!! E isto é só a ponta do iceberg lolololol Ouvi dizer num café que é assim, mas, não acredito…
@N. Carvalho, não podia estar mais de acordo !!!
Eu hoje sou patrão (mas pouco) e já lá vão 6 anitos em que não sei o que são férias, 8 horas de trabalho (são mais 14/16H por dia), desempenho todas as funções na minha empresa (os meus colaboradores, não)…
Enfim, que saudades tenho eu de voltar a ser um colaborador (quadro superior e bem remunerado que fui), assim que o mercado o permitir , pela minha parte volto a ser colaborador e não “patrão”…
A carga fiscal, um estado persecutório e nada compreensivo, a imensa burocracia, justiça lenta ou parada para se penalizar que não nos paga, enfim, pensem muito bem antes de se lançarem a ser “patrões” !
Estava para escrever no mesmo sentido… também devo ter estado nesse café! 😀
Sem retirar o real valor do artigo, que o tem e obrigado Pedro Pinto, um dos problemas de muitas das novas empresas que proliferam pelo nosso país, é precisamente pela ideia de “eu é que sei disto e estou a encher os bolsos ao meu patrão”.
Mentalizem-se que um bom técnico nunca substituirá um bom gestor e vice-versa!
Nem qualquer deles subsiste sem o outro.
Um empresa (corporação) é mesmo o que a palavra significa.
Apenas uma equipa corporativa (sem qualquer denotação politica) e polivalente pode singrar e crescer muito ou pouco consoante a qualidade dos seus técnicos e gestores, mas… sempre e só, quando juntos pretendem o mesmo objectivo.
Não esquecendo a seriedade de ambos e espírito de “vestir a camisola”.
Um bom vendedor nunca chegará a chefe de vendas!
Memorizem esta frase e adaptem-na ao que quiserem!!!
não e assim tao simples como o titulo aparenta ser.
falo por experiencia 😀