Visual COBOL R3 – O Regresso ao Futuro…
Para quem gosta de programação e já tem alguns anitos de vida (e experiência), certamente que a sigla COBOL já não traz grandes novidades. COmmon Business-Oriented Language é uma das mais antigas linguagens de programação ainda utilizadas, tendo sido desenvolvida no final da década de 50, integrando um leque muito variado de aplicações relacionadas sobretudo com os sectores empresarial, financeiro e administrativo.
Ainda cheguei a programar em COBOL nos meus tempos idos de Universidade antes de passar para outras linguagens que entretanto começavam a despontar, nomeadamente Delphy e Visual Basic, e daí o porquê de fazer este artigo.
Segundo um press release da Micro Focus, calcula-se que entre 70 a 75% das transacções empresariais mundiais são ainda feitas em COBOL, e praticamente todos nós executamos tarefas baseadas nesta linguagem, como um pagamento por multibanco, por exemplo. Existem actualmente mais de 200 mil milhões de linhas de código COBOL em aplicações activas, e 5 mil milhões de novas linhas de código são acrescentadas todos os anos.
Naturalmente, uma linguagem de programação tão antiga foi conhecendo adaptações e melhorias ao longo dos anos. A mais recente, em Janeiro, deveu-se à introdução do Visual COBOL R3, da Micro Focus, que possibilita a portabilidade, migração e integração de COBOL para plataformas Windows, .NET, JVM, UNIX, Linux e cloud. O Visual Cobol R3 permite aos programadores alargarem a COBOL a plataformas mais modernas, sem que o código tenha de ser reescrito, o que se revela fundamental na modernização das aplicações.
A Micro Focus® (LSE.MCRO.L), fornecedor de aplicações de Modernização, Teste e Software de Gestão, lança a nova versão do Visual Cobol R3, uma ferramenta que facilita a portabilidade das aplicações Cobol em plataformas Windows, .NET, Unix, Linux, JVM e na cloud. O Visual Cobol R3 oferece aos programadores a liberdade de alargarem o Cobol a plataformas mais modernas e aos diferentes tipos de desenvolvimento de aplicações, sem necessidade de rescrever o código, facilitando o processo de modernização de aplicações e a sua migração em qualquer tipo de plataforma.
Reescrever estas aplicações e incorporar novas tecnologias e plataformas pode parecer demasiado dispendioso e arriscado para as empresas. Com o lançamento do Visual Cobol R3, a Micro Focus resolve este problema, dando aos programadores a liberdade de expandirem as suas aplicações Cobol a novas plataformas, em qualquer ambiente de desenvolvimento e sem necessidade de reescrever o código.
Graças ao Visual Cobol R3, a modernização e adaptação destas aplicações – que contêm o conhecimento e os procedimentos de negócio – a novas tecnologias e plataformas passa a ser a melhor alternativa face ao desenvolvimento e implementação de novas aplicações que as substituam.
Para Patricia Santoni, directora geral da Micro Focus para a região Ibérica e América Latina, “o Visual Cobol R3 permite às empresas manterem o conhecimento e as melhores práticas do negócio, a experiência dos utilizadores e toda a informação, enquanto disfrutam de todas as vantagens proporcionadas pelos mais recentes avanços tecnológicos, podendo ainda reduzir custos através da utilização de plataformas de hardware mais económicas.”
O Micro Focus Visual COBOL R3 leva esta linguagem às principais plataformas de desenvolvimento. Para além de Windows, Unix, Linux e .NET, as aplicações podem ser implementadas directamente em Java Virtual Machine (JVM) e na plataforma cloud Microsoft Windows Azure. Com o Visual Cobol R3, os programadores podem escolher trabalhar com Visual Studio 2010 ou com Eclipse. Também podem implementar o núcleo das aplicações Cobol em múltiplas plataformas a partir de uma única fonte, sem necessidade de utilizarem uma plataforma de trabalho específica.
“Estamos a analisar a repercussão e o papel concreto da linguagem de programação escolhida em relação à selecção da plataforma”, diz Mark Driver, vice-presidente de investigação da Gartner Research. “Ao introduzir Cobol em novas plataformas como .NET, JVM ou na cloud, confirma-se a tendência de os programadores elegerem esta linguagem para o desenvolvimento do seu trabalho, independentemente da plataforma".
O Visual Cobol R3 é uma solução capaz de traduzir directamente a linguagem Gobol para o código da Java Virtual Machine (JVM), o que permite aos programadores criarem aplicações para JVM e integrá-las em Java. Ao correr Cobol sobre JVM, será possível combinar os benefícios da JVM com as vantagens do COBOL.
A extensão das funcionalidades do Cobol aos ambientes de Azure, .NET e plataformas JVM não só melhora e simplifica a portabilidade das aplicações, como aumenta a produtividade, oferecendo aos programadores a capacidade de gerirem facilmente as aplicações básicas através de múltiplas plataformas. Esta flexibildiade também simplifica a gestão dos sistemas de aplicações, permitindo aos administradores de mainframes utilizarem as ferramentas e seguirem os processos que já conhecem e com os quais estão familiarizados.
“Acredito no sucesso do Micro Focus Visual Cobol”, afirma Jim Dulaney, utilizador da versão Beta da actualização R3 e dono da Jim Dulaney and Company. “Agora utilizamos Cobol no desenvolvimento de aplicações modernas, e não apenas para a programação de procedimentos tradicionais. Comprovámos que o Visual Cobol combina as melhores características e vantagens de uma linguagem fácil de aprender com uma sintaxe muito natural."
O Visual Cobol R3 introduz também o Hub de Desenvolvimento, uma ferramenta altamente produtiva para os servidores remotos Linux e Unix. Este Hub permite aos programadores utilizarem Cobol no escritório e depurarem o código de forma remota, reduzindo assim os tempos de desenvolvimento e de teste. A disponibilidade desta ferramenta dentro do Visual Cobol R3 permite reduzir os períodos de execução, aumenta a produtividade e o desenvolvimento, e garante que os utilizadores podem implementar rapidamente aplicações Cobol em diferentes plataformas.
“À medida que as empresas alargam as suas fronteiras e entram em novos mercados, torna-se mais importante do que nunca criarem produtos inovadores, reduzirem o o tempo de introdução no mercado e aumentarem a eficiência do mercado”, afirma Stuart McGill, director de tecnologia da Micro Focus. “O Visual Cobol R3 combina a produtividade e a inovação dos ambientes da indústria de desenvolvimento com o desempenho do negócio. Os novos utilizadores do Cobol podem aprender em horas, e não em dias, a aumentarem a vida das aplicações e a desenvolverem novas aplicações poderosas, que muitos não teriam considerado possíveis antes.”
De seguida ficam alguns números interessantes divulgados pela Micro Focus, sobre a presença do COBOL nas nossas vidas:
- Os sistemas Cobol são responsáveis pelo transporte de 72 mil contentores, pela assistência a 60 milhões de pacientes, pela segurança de 80 por cento dos pontos de transacções e pela ligação de 500 milhões de utilizadores de telefone móvel.
- Estimativas indicam que as actividades diárias de um cidadão norte-americano médio assentam em Cobol pelo menos em 13 vezes por dia, desde a realização de chamadas telefónicas à utilização de cartões de crédito.
- Cerca de 5 milhões de linhas de código Cobol são adicionadas anualmente aos sistemas em actividade.
- Diariamente, há mais transacções processadas por aplicações Cobol do que pesquisas no motor de busca Google.
Este artigo tem mais de um ano
ah ah, digam lá agora que o cobol tá morto 😛
programo em cobol, profissionalmente, e passo a vida a ouvir dizer que o cobol tá morto.
O que é facto é que em cada instituição financeira deste mundo, em cada grande empresa, em cada governo, existe uma mainframe ou um AIX com milhares e milhares de programas no bom e velho cobol, e sem estas bonecadas que mostram nestes videos… apenas o belo do editor do TSO com fundo preto e letras verdes nas mainframes ou do vi dos sistemas *nix… (se bem que conheço uma que tentou migrar para este visual cobol, e a coisa correu extremamente mal,…. )
E apesar da idade, não me parece que venha a ser descontinuado nos próximos tempos.
Quando as ferramentas core de uma organização foram desenvolvidas há uns anos atrás e ainda hoje os processos são os mesmos, não existe necessidade de migrar plataformas. Isto só trás custos e é ilógico mexer numa coisa que está a funcionar bem para o que foi desenhada e para o que opera actualmente.
Daí concordar com a tua afirmação acerca da não-extinção desta linguagem.
Ainda assim, vejo com bons olhos esta maneira de colocar processos antigos a correr em cima de plataformas mais modernas, como a JVM ou o .NET. Pode ser bastante útil em termos de expansibilidade, para as ferramentas a utilizar actualmente exclusivamente o COBOL.
Não te esqueças do AS/400 (ou iSeries, ou System i, ou i5 ou o que lhe quiserem chamar). Ainda tem muito peso por aí.
Oi Luis,
Td bem? Sou do Brasil e trabalho com AS400, porém o campo em AS400 aqui está fraco. Vc conheceria alguma empresa do planeta que contrataria profissionais free-lancers para trabalhar remotamente com COBOL de AS400?
No Aguardo, Wagner
2014-08-27 12:55
Nnnnaaaaaahhhhh isto não vai resultar…. os meninos do COBOL estão muito agarrados ao ecrã preto com letrinhas verdes!!!!… lo0l
correcção, letronas verdes 😛
Trabalhei num banco, eu trabalhava em .net… Visual Studio portanto!!!
Mas todo o pessoal que me rodeava, era tudo pessoal do COBOL… e eram letrinhas!!!!
Agarradissimos, viciados, considero-me viciado no meu trabalho…
Mas aqueles até me metiam pena…
Mas o pessoal mais novo é capaz de gostar mais do Visual COBOL… Mas a Old School não estou a ver não!!!
pois, depende do ambiente, eu trabalho com *nix, em que são letrinhas, e com mainframe, em que são letronas –> http://lh3.ggpht.com/_sQvdFWqMlMg/Sp3fN3rKFtI/AAAAAAAABN0/FZ3dn5UDBPo/s800/COBOL%201.23.png
Ui ca lindo !! loll 😀
obrigado por partilhares 🙂
Não deixem morrer o pascal!!!
o pascal ainda é usado?
Pascal’?
Mas segundo a wikipédia esse “manel” já morrer em 1662…
:p
Queres fazer um visual pascal agora ?
Olha já é de 2000 e troca o passo mas http://www.bloodshed.net/devpascal.html
Olha o belo do Pascal! Passei do GW-Basic para o Turbo Pascal 4.0 e fui evoluindo até ao 7.0, passando pelo Turbo Pascal for Windows 1.0! Agora fico-me mesmo pelo Java, Lazarus (Free Pascal), MonoDevelop entre outras para desenvolver os meus pequenos projectos.
No que diz respeito ao Visual Pascal que o NT mencionou, já tens um há imenso tempo, fez 16 anos no passado dia 14 de Fevereiro e chama-se Delphi (não Delphy como o Paulo mencionou no artigo) e é uma excelente ferramenta de programação, para mim, muito “Sr. Prior” ao Visual Studio! Depois tens o Lazarus que é um “clone” do Delphi para Linux, pois o Kylix que a Borland lançou infelizmente não vingou no mundo do Linux.
Quanto ao Visual Cobol, é como aqui foi dito, essa malta não está habituada a modernices chamadas IDE e são como os puristas do Open Source que têm no “vi” ou “emacs” o seu melhor IDE 😉 mas os novatos nessas andanças poderão vir a gostar deste Visual Cobol.
Ainda aqui tenho o Turbo Pascal 1.0 🙂 Onde para mim tudo começou no “pc”.
Interessante artigo.
Sou programador de Cobol à muitos anos, AS/400, AOS/VS,Unix, Windows…
Conheço mais linguagens (c++, VB, Pyton), mas para manipular informação com facilidade ainda nada chega ao Cobol (na minha opinião).
Utilizo ferramentas da Fujitsu (http://www.netcobol.com/), mas também já usei, Icobol,MicroFocus, RMCobol. Muita gente não imagina a quantidade de aplicações em áreas criticas que existe actualmente e sempre a crescer em Portugal. Banca, Seguros, ERPs, CRMs, etc.
Bons velhos tempos…
Já não programo em Cobol a tanto tempo…
Muito bom quem diria…
Eu Programei durante um bom tempo em Cobol (profissional), é das linguagens mais antiga e a mais utilizada, acredito eu batendo outras tantas novas e mais versáteis.
Basta pensar que toda (quase toda) a Banca e seguradoras estão ligadas a esta magnifica linguagem.
Muito bom post.
Saudades… Fiz um programa em Cobol numa Câmara Municipal para colmatar uma situação não prevista pela AIRC…
Confesso que nunca imaginei que o Cobol ainda fosse tão utilizado.
O pascal não morreu, nem ha-de morrer. Esse “Manel” como alguem escreveu, esta bem vivo… E recomenda-se…
Apenas mudou de nome, chama-se delphi e não “visual-pascal”, e neste momento prepara-se para ser totalmente multi-plataforma.
Linux, mac, win32 e win64.
Mais info no site da Embarcadero…
Quem o conhece não quer outra coisa…
Também trabalho em COBOL (comecei nos mainframes, mas por pouco tempo, depois disso tem sido sempre em AS/400), e realmente é complicado qualquer outra linguagem (e sistema!) bater o COBOL em termos de volume de dados que consegue processar.
Desenganem-se aqueles que acham que hoje em dia só se programa em COBOL no ecrã preto com letras verdes, porque já há bastante tempo que se utiliza o WebSphere para isso, especialmente em projectos onde se tem vindo a introduzir o JAVA como middleware/frontend.
Aliás, o AS/400 tem suporte para JAVA ao nível dos processadores (pipelines), e actualmente faz-me muita coisa em COBOL e RPG orientada a objectos, como webservices e outras “modernices” 😉
Morto? Nem de perto!
Boas,
Tenho uma licenciatura en eng. electrotécnica e de computadores, e programo em C/C++.
Gostaria de aprender COBOL para eventualmente trabalhar em regime free-lance nesta área.
Existe algum curso ou certificação que seja vista pelas empresas com estes sistemas como necessária para programar em COBOL, e que possa servir como cartão de visita.
Numa área em que a experiência é fundamental, mas por outro lado a oferta é reduzida, até componente os clientes são receptivos em contratarem programadores ainda com pouco experiência?
Obrigado
Bom dia amigos.
Desenvolvo sistemas em Cobol desde 1985. Nesta época me disseram para aprender outra linguagem, pois o Cobol já era.
Hoje estamos em 2011, continuo desenvolvendo em Cobol e tem muita gente ainda dizendo que o Cobol já morreu.
Lamentável.
Na verdade já estamos em 2012.
Feliz Ano Novo galera. Estou a caminho do 6.0 e feliz com o Cobol.
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Opa, 2015 (quase 2016) e olhe a COBOL ai.
Você foi aconselhado a aprender outra linguagem, em 1992 eu ouvi de um expert-não-sei-do-que, que eu deveria procurar outra profissão, pois “chegou ao mercado a ‘ferramenta case’ que constrói sistemas”, além disso, você não tem perfil de programador.
Esse “além disso, você não tem perfil de programador.” faz parte do conselho que recebi.
Gostaria de saber se já existe COBOL MICROFOCUS para windows 8
Boas Paulo,
Pelo que dá para perceber neste post, sim.
http://community.microfocus.com/microfocus/cobol/visual_cobol/b/weblog/archive/2012/10/05/visual-cobol-2-1.aspx
Podes fazer o download do PDF aqui:
http://community.microfocus.com/cfs-file.ashx/__key/telligent-evolution-components-attachments/01-16-00-00-00-00-01-64/DS-Visual-COBOL-2.1-Whats-New.pdf
Bom dia,
Estamos a contratar programadores de cobol que falem bem ingles ou frances, agradeço envio de cvs , oferta salarial competitiva.
Cumprimentos
P.