O atual topo de gama da Samsung, o Galaxy S9, acaba de fazer história. Contudo, não é por um motivo que leve a empresa sul-coreana a orgulhar-se.
Pela primeira vez em quase 10 anos de história com a série Galaxy S, o smartphone coreano está a vender menos dispositivos no segundo trimestre do que no primeiro trimestre. Isso obviamente indica que o smartphone não está a vender tão bem quanto o esperado ou desejado e isso não é um bom sinal para a empresa.
Que se passa com o Galaxy S9?
O site de notícias coreano The Bell publicou os números das remessas para o Galaxy S9 e Galaxy S9 Plus, mostrando que, para o segundo trimestre do ano, o valor de vendas situa-se nos nove milhões de unidades. Em comparação com os 10 milhões de unidades do trimestre anterior, isso é de facto uma grande discrepância.
O normal são as vendas do segundo trimestre serem maiores, uma vez que os dispositivos são normalmente lançados no final do primeiro trimestre. Embora tenham tido um ótimo começo, o facto do interesse pelo dispositivo ter diminuído ao longo dos meses é preocupante.
Os lucros do primeiro trimestre da Samsung mostraram um aumento de 20% na receita ano-a-ano e isso deve-se principalmente ao negócio dos semicondutores e às vendas iniciais dos seus principais dispositivos. Mas, desde então, foram dados sinais que haveriam desafios maiores pela frente.
Esta queda de receita ocorre “devido à estagnação das vendas de modelos emblemáticos devido à fraca procura e ao aumento das despesas de marketing”. Houve também um aumento na concorrência quando se trata do segmento de smartphones de ponta, onde a sua linha principal reinava de forma suprema.
Logo nessa altura, segundo as informações, a Samsung já esperava essa queda na procura pela linha Galaxy S9. E sim, pode haver fadiga generalizada no mercado, mas há quem também aponte um pouco de culpa nos próprios smartphones. A expectativa de que os novos topos de gama fossem inovadores era alta, mas o que obtivemos foi apenas uma melhoria ligeira e quase impercetível em relação ao modelo anterior. Alias, na nossa análise caracterizámos isso de forma clara e o mercado deu-nos razão a factos apontados nessa altura.
Sim, apareceram coisas novas, particularmente com as câmaras, uma ou outra característica e pouco mais, mas isso não foi suficiente para deixar o mercado animado e optar pelo equipamento Android da Samsung em detrimento de outras marcas que estão nesse segmento igualmente a inovar e a colocar topos de gama a afrontar a tecnologia Samsung, com uma característica importante para os consumidores: o preço inferior.
Marcas como a Huawei ou Xiaomi são duas das que estão a criar esse laço de compromisso com os utilizadores e os números dessas empresas são bastante animadores, o que poderá ser igualmente uma dica para o desinteresse dos utilizadores neste topo de gama da Samsung.
O anúncio do Galaxy Note 9 está a apenas algumas semanas de distância e a Samsung provavelmente espera que o phablet compense o fraco desempenho do Galaxy S9. Mas, novamente, a menos que haja algo radicalmente diferente deste novo dispositivo, podemos ver pouca excitação e procura por outro smartphone caro que é mais do mesmo.